Pais investem mais em Previdência para os filhos
Houve este ano aumento de 30% em investimentos em planos que têm menores de 18 anos como beneficiários
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Pensando no futuro dos filhos, pais e mães estão cada vez mais preocupados em assegurar uma situação financeira confortável aos seus herdeiros.

Dados da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi) mostram que os planos que têm os menores de 18 anos como beneficiários receberam R$ 1,75 bilhão em aportes de janeiro a agosto deste ano, um crescimento de quase 30% em comparação ao mesmo período do ano passado.
Membro do Comitê Qualificado de Conteúdo sobre Finanças e Investimentos do Ibef-ES, Douglas Niero aponta características da aplicação em Previdência Privada e o porquê ela pode ser tão atrativa.
O especialista fala sobre o regime tributário regressivo, que pode se tornar interessante para os filhos. “Isto se dá pelo fato de que com 10 anos de aplicação, o montante atinge a alíquota mínima de imposto de renda, ou seja, 10%”.
Niero comenta ainda sobre a possibilidade de se traçar um plano de sucessão patrimonial para os herdeiros. “Em caso de óbito, estes recursos são transferidos para os beneficiários sem que precise passar por inventário”, diz.
O porta-voz da XP Investimentos no Espírito Santo, João Paulo Villarinho, explica que quem deseja seguir no mercado de investimento deve primeiro procurar a orientação de um especialista.
“É preciso identificar o perfil investidor e essa informação depende de uma conversa que contempla vários aspectos”, diz.
Villarinho diz que é importante saber qual objetivo do investimento (aposentadoria privada, viagem, futuro dos filhos, etc.), o valor que o cliente pode aplicar (mensal ou anualmente) e o tempo de rendimento. Assim, é possível definir qual o melhor modelo de investimento e o perfil investidor (conservador, moderado ou arrojado).
Ricardo Fadini, membro do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef) Social e criador do projeto Graninha Kids, explica o que considera ser uma tendência.
O profissional, que desenvolveu o projeto capixaba que direciona os pais sobre como ensinar finanças e empreendedorismo para os filhos, diz que é essencial ter este diálogo em casa. Ele comenta que a Previdência infantil é uma alternativa para os pais preocupados com o futuro a longo prazo dos dependentes.
Fadini esclarece que a aplicação é indicada “para quem quer proporcionar aos filhos uma boa experiência em poucos anos, como a realização de um intercâmbio ou o custeamento de uma faculdade”.
Saiba mais
Previdência Privada
O que é?
A previdência privada é uma opção de aposentadoria que não está ligada ao sistema INSS, mas que pode funcionar de forma suplementar à Previdência pública.
É um fundo de investimento em que o patrimônio dos investidores é aplicado como forma de rentabilidade e proteção de capital.
Os investimentos podem ser pessoais ou para terceiros, como para os filhos.
Tipos de investimento
Conheça alguns perfis
Douglas Niero, do Ibef-ES, explica:
Nos investimentos conservadores (fundos de renda fixa), a faixa de retorno potencial no longo prazo pode ficar em torno de 110% do CDI (Certificado de Depósito Interbancário) bruto.

Há os investimentos moderados, como fundos multimercados, que no longo prazo podem alcançar 120% do CDI bruto.
Os investimentos agressivos, que costumam explorar de alocações em ações, podem alcançar retornos de 130% do CDI bruto ou mais no longo prazo.
Caminhos para fazer previdência privada infantil
Escolher o plano de previdência
Contratar a Previdência privada na instituição de preferência.
Depois, escolher entre dois planos oferecidos atualmente no Brasil: o PGBL (Plano Gerador de Benefícios Livres) e o VGBL (Vida Gerador de Benefícios Livres).
No PGBL, o valor das contribuições é dedutível na declaração anual de Imposto de Renda (IR), limitado a 12% da renda bruta.
Nesse plano, no momento do resgate, o IR incide sobre o valor total depositado e sobre o rendimento do período.
No VGBL, não é possível fazer dedução no IR. Mas, por outro lado, o imposto incide apenas sobre os rendimentos.
Definir o modelo de tributação
São dois modelos: regressivo e progressivo.
Na tabela regressiva, a cobrança de imposto diminui conforme o tempo da aplicação até o resgate.
Já na tabela progressiva, o IR varia conforme o valor recebido, com alíquotas que vão de 0 a 27,5%.
Educação financeira em casa
Como conversar com os filhos
A economista Cecília Entringer dá algumas dicas:
Introduza o assunto o mais cedo possível e adapte a linguagem de acordo com a idade da criança.
Mesada, semanada ou quinzenada, o nome e a frequência variam de acordo com a idade do filho.
Fonte: Especialistas citados na matéria.
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