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Polícia

Invasão à escola: Polícia pede que os pais monitorem filhos na internet

Ao concluir inquérito sobre ataque à escola, delegado-geral frisou que é preciso saber o que crianças e jovens assistem e jogam


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Imagem ilustrativa da imagem Invasão à escola: Polícia pede que os pais monitorem filhos na internet
Henrique Lira Trad, de 18 anos, invadiu escola pública de Vitória com facas, flechas e material inflamável |  Foto: Kadidja Fernandes/AT - 19/08/2022

Ao dar detalhes sobre a conclusão do inquérito policial para investigar o jovem Henrique Lira Trad, de 18 anos, que invadiu a escola Éber Louzada Zippinotti, em Jardim da Penha, Vitória, no dia 19 de agosto deste ano, a polícia mandou um recado para todos os pais.   

“É importantíssimo que os pais observem o comportamento dos seus filhos. É importante que eles saibam o que eles estão utilizando, vendo na internet. Existem jogos na internet que estimulam a violência”, alertou o delegado-geral da Polícia Civil, José Darcy Arruda.

No dia do crime, Henrique se preparou para o massacre acessando por horas um jogo eletrônico chamado “Morimyia Middle School Shooting” que, segundo o próprio perito, “trata-se de um jogo eletrônico de suspense policial onde o jogador controla uma garota que porta armas e atira em sua escola”. 

Além disso, ele teria planejado o ataque desde março de 2019, após o massacre em Suzano (SP), e encontrado na internet um ambiente propício para o amadurecimento da idealização criminosa.  

Arruda também chamou a atenção para que os pais observem o comportamento do filho. “Ele está muito calado, introvertido, violento. O corpo fala. É importante que o pai, a mãe, tenham essa percepção e procurem ajuda para que evitemos que esses tipos de coisa (ataques em escolas) aconteçam”. 

Ele relembrou o ataque ocorrido na última segunda-feira, quando uma estudante de 19 anos, cadeirante, foi morta com golpes de facão por um colega adolescente, de 14 anos, em Barreiras (BA). 

“Não deixe seu filho horas e horas trancado no quarto, jogando, falando com o mundo inteiro. Não sejam surpreendidos com uma situação como essa que nós tivemos aqui”.

À frente das investigações, a delegada adjunta da Divisão Especializada de Homicídio e Proteção à Mulher (DHPM), Fernanda Diniz, afirmou que o pai do jovem foi indiciado por fraude processual, uma vez que testemunhas disseram que ele teria danificado o celular do filho em frente a 1ª Delegacia Regional (Vitória) para ocultar provas do crime.

Porém, o Ministério Público entendeu que não havia elementos para denunciá-lo. Apenas o jovem foi denunciado. “Agora, o pai pode até responder se forem apresentados fatos novos”, finalizou a delegada.

Material usado no ataque foi comprado por R$ 2 mil

Foi em sites de vendas que o jovem  Henrique Lira Trad comprou o material usado para o ataque na  EMEF Éber Louzada Zippinotti, em Jardim da Penha, Vitória. Pelo material, pagou cerca e R$  2 mil. 

Ele  usava  uma  roupa preta e estava armado de três bestas ou balestras, uma faca grande, seis facas ninja, 57 dardos e flechas, três garrafas de coquetel molotov e uma outra com líquido inflamável, isqueiro, fósforo, luvas e máscara personalizada. A gasolina estava escondida dentro da sua casa. 

A informação é da  delegada Fernanda Diniz. Ela  disse que os pais de Henrique disseram que o jovem tinha um comportamento introspectivo. “Foi verificado que ele passava muito tempo na internet e que gostava muito de jogos que fomentavam a violência”.

Segundo a delegada, em depoimento, Henrique negou a intenção de matar e alegou que teria sofrido bullying na escola, fato esse que as investigações não comprovaram. 

Ela e o delegado-geral da Polícia Civil, José Darcy Arruda, garantiram que as investigações seguem, até mesmo com o apoio  da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Cibernéticos, apurando, por exemplo, se há outras ameaças sendo planejadas.

O outro lado: laudo revelou transtorno

A defesa de Henrique Lira Trad, de 18 anos, contou que um laudo apontou que o jovem tem  transtorno de personalidade.

“Esse laudo não foi solicitado pela defesa, pela família. Ele foi encaminhado pela própria Sejus  (Secretaria de Estado da Justiça) e está anexado nos autos. Um dia após o ocorrido, Henrique foi  encaminhado para HEAC (Hospital Estadual de Atenção Clínica). Lá, ele já teve um atendimento psiquiátrico”, disse um dos advogados, que pediu para o seu nome não ser divulgado.

Questionado se com esse laudo a defesa pretende ingressar com pedido de revogação da prisão preventiva, ele explicou que não poderia dar detalhes, uma vez que o processo está em segredo de Justiça.

Quanto ao indiciamento do pai de Henrique, pela Polícia Civil, ele afirmou que isso não faz sentido e não constam relatos de testemunhas no inquérito nesse sentido.  

 “O que eu posso assegurar é  que o pai chegou lá (delegacia) e o filho já estava detido lá dentro. Ele estava com o celular, mas era dele e não do filho. O celular do Henrique realmente não foi achado, mas o pai não tem nada a ver com esse sumiço. Tanto é que o Ministério Público optou pelo arquivamento do indiciamento dele”.

Entenda o caso

Imagem ilustrativa da imagem Invasão à escola: Polícia pede que os pais monitorem filhos na internet
Henrique foi levado por policiais |  Foto: Kadidja Fernandes/AT - 19/08/2022

Invasão 

- Henrique Lira Trad, de 18 anos, ex-aluno da EMEF Éber Louzada Zippinotti, em Jardim da Penha, Vitória, invadiu a escola no dia 19 de agosto deste ano.

- Para checar ao local, ele solicitou uma corrida através do aplicativo Uber, às 13h45, e desembarcou próximo à escola. Lá, se aproximou da vitrine de uma loja.

Preparação

- Antes de entrar na escola, Henrique vestiu uma roupa preta, armando-se de três bestas ou balestras, uma faca grande, seis facas ninja, 57 dardos e flechas, três garrafas de coquetel molotov e uma outra com líquido inflamável, isqueiro, fósforo, luvas, máscara personalizada, além do cadeado utilizado posteriormente para trancar a escola e evitar o socorro às vítimas.

Pânico

- Inicialmente, pediu ao porteiro para entrar pela porta principal dizendo que participaria de uma reunião. Sem sucesso, foi até a lateral do colégio e pulou o muro para entrar. 

- Dentro da  escola, ele foi até a sala dos professores e quando avistou uma coordenadora, mirou a arma em sua direção e efetuou um disparo, no entanto, o armamento “falhou”. 

- Imediatamente, a vítima e o outro professor que estava na sala correram e fecharam a porta, segurando-a, enquanto Henrique chutava na intenção de abri-la e consumar as mortes, mas foi impedido. Ele foi até o segundo andar onde estariam mais vítimas em potencial (crianças) e o pânico continuou.

Cadeado é usado 

- Henrique chegou a ir até à entrada principal e trancou o portão com cadeado próprio, a fim de impedir a fuga das vítimas e dificultar a entrada de quem pudesse impedir a ação. 

Imobilizado e preso

- O jovem foi imobilizado por um dos professores da escola e por outros funcionários. Em seguida, a Polícia Militar chegou e ajudou a contê-lo.

Denúncia

- Ele, que está preso, foi denunciado pelo Ministério Público do Estado que, na última sexta-feira, encaminhou o documento à 1ª Vara Criminal de Vitória. Henrique foi denunciado por cinco tentativas de homicídio, além de lesão corporal e constrangimento ilegal. Se condenado por todos os crimes, ele pode, em tese, ter uma pena de prisão superior a 50 anos.

- O Ministério Público pede que seja mantida a prisão preventiva e que o jovem vá a julgamento pelo Tribunal Popular do Júri de Vitória.

Fonte: Denúncia do Ministério Público Estadual, Polícia Civil e pesquisa A Tribuna

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