Invasão a escolas: especialistas afirmam que pais precisam identificar sinais
Discurso de ódio, de indiferença e falta de empatia estão entre os sinais de risco
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Ameaças de massacres em escolas têm preocupado pais, estudantes e professores. Portanto, atenção aos sinais: eles podem indicar que algo está sendo tramado.
Fernanda Mappa, psiquiatra infantil, destaca que os pais exercem uma importância que eles não imaginam, sendo modelos para seus filhos. “Exercitar a tolerância é necessário e indispensável, mas é necessário também que na relação de parentalidade, a hierarquia seja respeitada”.
Ela também diz que os pais devem ficar atentos a comentários intolerantes, discriminatórios. Mas, segundo ela, uma conduta muito comum entre os jovens, são vários perfis, um aberto para todos, incluindo a família e outros fechados em que disseminam suas ideias sem que os pais sequer saibam.
Ela observa que as piadas ou comentários entre os amigos são sempre um alerta. “Estar próximo de seus filhos em momentos de confraternização, lazer, ida e vinda de 'rolês' é fundamental".
Além disso, manter contato estreito com a escola onde muitas vezes surgem essas discussões e saber como se dão as participações do filho também é algo a ser feito.
A médica psiquiatra Letícia Mameri também manda um recado aos pais. “Com certeza, precisamos ficar sempre atentos aos filhos e intervir sempre que necessário, afinal, somos responsáveis legais pelos menores de idade”.
Ao apontar sinais, ela citou o discurso de ódio, de indiferença e uma falta de empatia absurda.
No mesmo sentido, a pesquisadora Michele Prado diz que é importante que pais e professores fiquem atentos, principalmente às falas desses jovens.
“Se eles começam a fazer comentários que excluem outros grupos, se ele começa a achar que mulheres são inimigas, judeus são inimigos, que negros estão de 'mimimi', é preciso ter atenção maior para trazer esses jovens de volta para o campo democrático”.
Sinais de radicalização
Intolerância religiosa e racismo
1) Conteúdos secretos
Entre os sinais que podem indicar uma radicalização ou problemas com conteúdos extremistas, está o tempo dedicado à internet e o uso de vários perfis diferentes nas redes sociais (fechados e outros abertos).
Além disso, segredos sobre com quem estiveram conversando online e sites que visitam também podem ser observados.
Apesar disso ser comum entre os adolescentes, pode acender um alerta se somado a outros sinais.
2) Visões extremas
Uma mudança de expressar visões moderadas para seguir exibições mais extremas.
Uma repentina convicção de que sua religião, cultura ou crenças estão sob ameaça e são tratadas injustamente. Para esses jovens, a única solução para essa ameaça é a violência ou a guerra.
3) Exclusão
Exibição de pontos de vista intolerantes para pessoas de outras raças, religiões ou crenças políticas.
É importante que pais e professores fiquem atentos, principalmente às falas desses jovens.
Se eles começam a fazer comentários que excluem outros grupos, se ele começa a achar que mulheres são inimigas, judeus são inimigos, que negros estão de “mimimi”, é preciso ter atenção maior.
4) Indiferença
Além de Discursos de ódio, indiferença e uma falta de empatia também podem indicar problemas e necessidade da busca de ajuda.
5) Sem aceitação
Falta de sentimento de pertencer ou uma necessidade desesperada de encontrar aceitação dentro de um grupo.
Fonte: especialistas consultados.
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