Premiado musical infantil estreia turnê em Vitória
Espetáculo chega ao Estado nos dias 10 e 11 de setembro, com três sessões no Teatro Sesi a preços populares
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Após vencer o 16º Prêmio da Associação dos Produtores de Teatro
e encantar mais de 8 mil pessoas em sua primeira temporada (realizada
apenas com sessões virtuais por conta da pandemia), o espetáculo
infantil “A menina Akili e seu tambor falante, o musical” anuncia
pela primeira vez sessões presenciais em turnê pelo Brasil. A
estreia acontece no Teatro Sesi, em Jardim da Penha, nos dias 10 e 11
de setembro.
A montagem, que faz parte do programa “Diversão em Cena”, narra a história de Akili, uma menina africana. Ela vive na pequena aldeia de Adimó e, junto com seu melhor amigo, um tambor falante de nome Aláfia, seguirá numa jornada para se tornar uma Griote, uma contadora de histórias, guardiã da tradição oral do seu povo.
Baseado no livro homônimo de Verônica Bonfim, o espetáculo é inspirado em uma personagem real. “O livro foi escrito para ser um musical desde a sua concepção inicial, em 2014, quando brincava com Akili, a neta do cientista social e escritor Dr. Carlos Moore, um grande amigo e uma das maiores referências no combate ao racismo no mundo. Ela foi minha inspiração quando tinha dois anos e hoje, aos nove, leu o roteiro, sugeriu coisas e amou tudo. É uma linda menina, inteligente, adora dançar, pintar e é muito estudiosa”, apresenta a autora, que dá vida à protagonista no palco.
Instrumento ancestral de comunicação, o tambor é personagem central da peça. “É ele quem anuncia a partida e a chegada, quem nos leva de volta para casa, seja na Bahia, Minas Gerais, Cuba ou África... O tambor que foi ‘demonizado’ na cultura ocidental, recebe na história o status que merece. Pulsando as batidas do coração, ele é um guia da menina Akili”, comenta.
“Estamos em um momento espetacular, onde narrativas diversas, que sempre tiveram pouco espaço ou nenhum, estão nos palcos, livros e no audiovisual. E é benefício para toda sociedade, não é favor. A personagem sonha e subverte qualquer lógica ocidental, onde meninas não podem tocar tambor. Akili nos ensina que é necessário resgatar as nossas tradições, onde um povo sem saber do seu passado não consegue deslumbrar um potente futuro ou viver plenamente o seu presente”, analisa o diretor Rodrigo França.
O espetáculo brincante é permeado por uma miscelânea de linguagens com uma trilha executada ao vivo. Elementos que estarão em cena para expandir as referências positivas da negritude, fortalecendo o protagonismo feminino negro por meio do encantamento, da empatia e da valorização da identidade.
“Sou do interior da Bahia e corria descalça, jogava bola, brincava de boneca e bola de gude. Essa menina que fui / sou vai emprestar à personagem todo o encantamento que tem uma criança em qualquer lugar do mundo - quando este não ceifa sua beleza, alegria, potência, liberdade e leveza de só ser criança”, pondera Verônica.
A história sobre amor, afeto, amizade, laços e valorização do feminino e das raízes ancestrais é ainda uma homenagem à Mãe África com toda a riqueza e beleza que reside no continente, em toda a sua pluralidade.
“Temos pouquíssimas produções teatrais voltadas para as crianças e suas famílias com foco em histórias afro referenciadas. É uma lacuna de muito tempo, mas que hoje, felizmente, estamos conseguindo avançar um pouco”, entusiasma-se a artista.
Serviço:
“A Menina Akili E Seu Tambor Falante, O Musical”
Quando: Dias 10 e 11 de setembro. Sábado, às 16h, e domingo às 11h e 16h
Onde: Teatro do Sesi (R. Tupinambás, 240, Jardim da Penha, Vitória)
Ingressos: R$ 10 (meia)
Venda: www.sympla.com.br
Clas.: Livre (indicação a partir de 4 anos)
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