Moradores de rua fazem curso e viram garçons em Vitória
Dezesseis pessoas receberam o certificado e agora partem em busca de oportunidades de trabalho e mudanças
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Uma nova oportunidade para recomeçar a trajetória no mercado de trabalho. Dezesseis pessoas receberam o certificado de conclusão de um curso de formação de garçons, realizado no Abrigo Emergencial de Vitória, em Itararé, e voltado a pessoas em situação de rua.

O ex-vaqueiro Pedro Damião da Silva, de 43 anos, é um dos diplomados. Natural de Manhuaçu, ele perdeu o pai cedo, quando tinha apenas oito anos. Depois de ficar sem imóveis e perder seus horizontes, veio ao Espírito Santo em busca de um recomeço.
A sua trajetória seguia sem rumo até conhecer o Abrigo Emergencial, há quatro meses. Para ele, que já havia trabalhado como copeiro e vigilante noturno em quiosques de praia em Guarapari, o curso vai abrir portas.
“Abaixo de Deus, tem muita gente de boa influência torcendo e nos ajudando”, disse.
O ex-pedreiro Célio Alves Furtado, de 42 anos, está há cerca de cinco meses nas ruas e há um mês frequentando o Abrigo Emergencial. Segundo ele, escolhas erradas em sua trajetória de vida fizeram com que enfrentasse dificuldades.
Para Célio, o diploma seria a chance de crescimento profissional. “Esse curso abriu meus horizontes e já penso em trabalhar em hotéis e fazer outros cursos, como de bartender, para subir de nível”.
Já o ex-jardineiro Adalto Henrique Filho, de 48 anos, veio de Itapemirim, no Sul do Estado. Após perder a mãe adotiva, teve desavenças com seus próprios familiares e foi parar nas ruas.
Adalto, que trabalhou como garçom em quiosques de praia, afirma que adquiriu novos aprendizados.
“Enquanto na praia atuamos servindo cerveja, porções e peixes, o curso de garçom ampliou o meu entendimento sobre como servir almoço, jantar e café da manhã em outros tipos de estabelecimento”.
Para a secretária de Assistência Social de Vitória, Cintya Schulz, o curso irá proporcionar oportunidades tanto por meio de empregos formais quanto informais.
“Trabalhamos para que essas pessoas tenham seus vínculos familiares e comunitários restabelecidos e a inserção no mundo do trabalho é uma dessas vias”.
Estão previstos mais três cursos em áreas diferentes, mas as datas ainda não foram definidas.




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