Vereadores de Itaguaçu fazem acusações a prefeitura
Parlamentares dizem, em denúncia ao Ministério Público, que a administração teria contratado servidores fantasmas
Escute essa reportagem

Vereadores de Itaguaçu denunciaram ao Ministério Público Estadual (MP-ES) supostos casos de “servidores fantasmas” que estariam sendo contratados pela prefeitura.
O documento que foi enviado ao MP-ES detalha quatro casos de servidores contratados pelo município que estariam recebendo remuneração sem prestar os devidos serviços públicos.
O documento se encontra no gabinete de Antonio Carlos Horvath, da Promotoria de Justiça de Itaguaçu, para análise dos fatos, e é assinado pelos vereadores Orlando Alves dos Santos Netto, o Nando (PTB), Camilo Adolfo Bucher (PSDB), Álvaro José Falcão (MDB) e Gelson Luis Gobbo (PSB).
“Recebemos uma denúncia de funcionários efetivos do município de que havia possíveis funcionários fantasmas. Fizemos um levantamento e descobrimos alguns nomes, mas pode haver mais. É uma cidade pequena, todo mundo se conhece. Mas os que encontramos, ninguém sabe quem são. Nem nós, nem moradores, nem outros servidores”, explica o vereador Nando.
Um dos supostos “fantasmas”, por exemplo, seria residente de São Roque do Canaã, cidade que está há 35,5 km de distância de Itaguaçu. Já outra suposta “fantasma” seria moradora da Serra, a 111 quilômetros do município.
Tais distâncias tornariam, segundo os vereadores, inviável a prestação de seus serviços diários, já que os mesmos teriam, segundo o documento, que optar entre ter gasto mensal de aluguel estimado em R$ 600 (fora água, luz e alimentação), ou se locomover diariamente de uma cidade para a outra, o que não faria sentido haja vista a remuneração que recebe, de um salário mínimo.
Além disso, todos os supostos “fantasmas” citados no documento, nunca teriam sido vistos em Itaguaçu, e há casos em que o servidor teria um padrão de vida muito acima da realidade do salário que recebe na prefeitura, segundo publicações no perfil social do servidor.
Resposta
A prefeitura foi procurada via e-mail indicado em seu site, mas até o fechamento desta edição, não havia se manifestado. Segundo o vereador Nando, um dos servidores citados no documento foi exonerado na última sexta-feira, 6, dias depois de a denúncia ser entregue ao Ministério Público.
Prefeito recorre de decisão que cassou seu mandato
O prefeito de Itaguaçu, Uesley Corteletti (Republicanos), chegou a ter o mandato cassado em abril deste ano pela Justiça Eleitoral, mas permanece no cargo por estar recorrendo da decisão.
No dia 6 de abril, o juiz eleitoral de Itaguaçu Marcelo Soares Gomes determinou a cassação do mandato do prefeito e de sua vice, Ana Brígida Sad (Republicanos), sob a acusação de prática de caixa dois na contratação de um suposto grupo paramilitar para coagir e ameaçar o grupo adversário na campanha eleitoral de 2020.
Na véspera da eleição de 2020, a PM abordou dois veículos onde estariam quatro integrantes do suposto grupo contratado. Com eles foram encontrados mais de R$ 8 mil em espécie, armas de airsoft e fotos de um adversário do prefeito. O grupo disse teria sido contratado por Uesley para fazer sua segurança particular.
O juiz determinou novas eleições e inelegibilidade de Uesley por oito anos. Porém, enquanto couber recurso e não houver uma decisão definitiva em instâncias superiores, o prefeito seguirá no comando.
ENTENDA
- Os vereadores receberam informações de que havia “funcionários fantasmas” na prefeitura.
- Ao averiguarem, os vereadores encontraram pelo menos quatro servidores que, segundo eles, nem sequer pisaram na prefeitura desde que foram contratados.
- Para os vereadores, a distância do local de moradia até a lotação na prefeitura também comprovaria que são servidores “fantasmas”.
- Eles detalham, que há casos onde o suposto “fantasma” tem um padrão de vida muito elevado para a remuneração que recebe da prefeitura.
Fonte: Vereadores citados na reportagem.
Comentários