“É um momento de muita revolta”, diz advogado agredido em assalto
Gilbran Federici levou uma cabeçada durante assalto, em Vila Velha
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Depois de estacionar o carro para entrar em seu escritório, em Jardim Colorado, Vila Velha, o advogado Gilbran Federici Almeida acabou virando mais uma vítima da violência.
Ele foi abordado por um criminoso, armado com uma faca, e quase desmaiou após levar uma cabeçada do ladrão.
A vítima ainda se recuperou e perseguiu o assaltante, que foi preso pela Guarda Municipal. O assalto aconteceu na terça-feira, 8.
“Ele solicitou meu celular, eu recusei a entrega e ele sacou uma faca. Encostou na minha barriga, mas eu segurei a mão dele, tirei a faca da altura da minha cintura e ele me deu uma cabeçada, fazendo com que eu perdesse a consciência por alguns segundos”, contou o advogado, de 43 anos.
Depois do golpe, o criminoso, identificado como Diogo Junior Siqueira Martins, de 36 anos, fugiu levando o celular.
“Foi uma cabeçada muito forte, sangrou muito. Tive de vir até o escritório para trocar a camisa, tentei estancar o sangue e peguei meu carro para ir atrás dele”, lembrou Gilbran.
O advogado foi perseguindo o criminoso por cerca de 15 minutos. No caminho, ele pediu ajuda da Polícia Militar e da Guarda Municipal. Na altura de Novo México, um carro da Guarda chegou.
“Com a presença da Guarda Municipal, cheguei a fechar o meliante com meu carro, com o intuito de evitar que ele fugisse. Ele foi preso, mas não conseguimos recuperar o celular. Quando são perseguidos, eles já têm como praxe descartar o celular. É um bairro residencial, então ele pode ter jogado num quintal, numa área de difícil acesso que ele posteriormente pode vir até buscar”.
Diogo foi autuado em flagrante por roubo qualificado por emprego de arma branca e encaminhado ao Centro de Triagem de Viana.
Quem vive no bairro está com medo. “Há 15 dias, o dono de uma padaria daqui foi assaltado na saída do estabelecimento com uma mini metralhadora. O bairro está muito perigoso, tem assalto direto, parece que virou alvo. A gente precisa de mais policiamento”, disse um morador, que preferiu não se identificar.
Em nota, a Polícia Militar disse que “atua no bairro com policiamento ostensivo e diariamente realiza cercos táticos na região”.
“É um momento de muita revolta”, diz o advogado
Após levar uma cabeçada do ladrão, o advogado Gilbran Federici Almeida desabafou sobre o sentimento de revolta com a violência na região onde fica seu escritório, em Jardim Colorado, Vila Velha. Ele ainda revelou que o criminoso tem histórico de outros roubos e até assédio pelo bairro.
A Tribuna – Como foi na hora da agressão?
Gilbran Federici – Cambaleei, por pouco não desmaiei. É um momento de revolta. Por outro lado, friamente analisando, o risco ao reagir a essa conduta é de morte.
No meu momento de inconsciência, ele poderia ter me acertado com aquela faca. Aí seria pior. De fato, a gente toma aquele susto. Mas o ideal é que não faça nada, não reaja. A vida da gente é o bem maior.
O senhor já tinha visto o ladrão na região?
Ele é muito conhecido aqui na região. No momento da abordagem, diversos carros pararam e os proprietários se queixaram com relação à conduta dele aqui na região: roubos, furtos e assédio a mulheres. Ele vem reiteradamente praticando uma série de delitos.
A forma que ele me abordou era de uma pessoa experiente. Jamais eu iria imaginar que um suposto andarilho iria me agredir com uma cabeçada. Na hora que segurei a mão dele, prontamente ele já me acertou com um golpe. Ele foi certeiro, estava ciente do que estava fazendo.
A região está perigosa?
Tenho vários clientes nessa rua (Avenida Vitória Régia), em especial, vítimas de roubo à mão armada, arma de fogo.
Aqui, nós estamos à mercê mesmo. A segurança pública não é onipresente, mas falta um policiamento aqui.
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