“Somos capazes de escrever nosso próprio destino”, diz ator João Côrtes
Aos 26 anos, o ator, diretor, roteirista e cantor João Côrtes, fala sobre seus novos desafios e as séries lançadas em streaming
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Aos 26 anos, João Côrtes já é conhecido por ser um artista multifacetado. E a sua versatilidade artística mostra que o ator ainda tem muito a contribuir para a arte brasileira e que faltam muitos capítulos na sua história para serem escritos.
Além de atuar e cantar, o carioca tem explorado novas habilidades. No ano passado, lançou o filme “Nas Mãos de Quem Me Leva”, seu primeiro projeto como roteirista e diretor, e ressalta o aprendizado que o público pode ter com a obra.
“A mensagem principal desse filme é a de que nós somos fortes o suficiente e capazes de escrever nosso próprio destino. Ele fala sobre essa capacidade intrínseca ao ser humano de ser fênix. De renascer e se reinventar o tempo inteiro, não importa o que aconteça”, salienta.
Côrtes ainda fala sobre a sua primeira experiência em novos campos da arte.
“Me apaixonei completamente pelos ofícios de roteirista e diretor. Foram diversos desafios e obstáculos, dos níveis mais pessoais até os mais burocráticos. Produzir um filme independente, ao lado de seu pai como coprodutor, compositor e ator; seu irmão como diretor de fotografia; e vários amigos e familiares entrando como parceiros... Tudo fica muito intenso”, ressalta.
O artista pode ser visto nas séries “O Hóspede Americano”, na HBO Max, e “Passaporte para Liberdade”, na Globoplay.
“Acordei no meu quarto e descobri uma cobra embaixo da cama”, João Côrtes ator, cantor, diretor e roteirista
Como foi interpretar Wilfried Schwartz, um militar nazista em “Passaporte para Liberdade”?
João Côrtes: Foi um baita desafio como ator. E, ao mesmo tempo, uma delícia. Adoro desafios! Escolho meus projetos muito baseado no que mais me tira da minha zona de conforto de alguma forma, e esse personagem não foi diferente. Tive que aprender e praticar muito o sotaque alemão, revisitei a época da 2ª Guerra, o contexto da Europa nesse período... E a filmagem foi bem intensa.
Como se preparou para este trabalho?
João Côrtes:Tenho um grande amigo alemão que mora em Hamburgo, e eu compartilhei com ele cada passo do processo. O bisavô dele, inclusive, foi soldado na guerra. Peguei alguns maneirismos dele, o tom da voz, a maneira como imposta e pronuncia as palavras... Fora isso, assisti a vários documentários sobre esse período da 2ª Guerra.
Nos últimos anos, você tem emendado trabalhos rodados em inglês. Além da própria língua, qual é a maior diferença em atuar em um trabalho sem ser na sua língua materna?
Em termos de interpretação, o desafio reside em manter-se conectado ao real, sentindo o que você está dizendo.
Além da série na Globoplay, você está em “O Hóspede Americano”, na HBO Max. Gosta de trabalhos baseados em fatos reais?
João Côrtes:Adoro! Acho que adiciona uma camada extra de trabalho, de desafio, muito interessante. Ao mesmo tempo, uma camada de responsabilidade, né? Ainda mais se as pessoas envolvidas nessa história estiverem vivas.
No caso de “O Hóspede Americano”, estávamos contando uma história de 1914... É muito importante produzirmos conteúdos históricos. E, constantemente, nos lembrar das fases da humanidade no planeta, para que possamos aprender com elas.

Para a série “O Hóspede Americano”, chegou a gravar na Amazônia. Quais lembranças você tem?
João Côrtes:São tantas! Passamos 50 dias na Amazônia, todos no mesmo hotel, filmando juntos, com todas as condições adversas que você pode imaginar! Comemorei meu aniversário de 23 anos lá, e foi lindo! Fizemos uma festa na piscina... Foi demais!
Um dia, acordei no meu quarto e descobri uma cobra embaixo da cama. Ela estava quietinha, mas me assustei! Só depois fui saber que ela era uma das cobras mais venenosas da América Latina.
Fizemos muitos passeios de barco, filmamos à noite no meio da floresta, depois fomos para a Chapada dos Guimarães, fizemos cenas andando a cavalo, desbravando pastos... Sabe quando uma experiência é tão visceral, tão intensa, tão fantástica que ela se torna literalmente indescritível? É meio isso.
Já está escrevendo seu próximo filme?
Sim! Estou escrevendo dois roteiros ao mesmo tempo! Não vou dar spoilers, mas posso dizer que um é um thriller de ação, com uma mulher poderosa protagonizando, e outro é um filme mais conceitual, independente, de temática LGBTQIAP+. Os dois são muito estimulantes de escrever.
E os projetos para este ano?
Quero continuar buscando projetos que elevem meu jogo como ator, que me façam evoluir e me potencializar dentro do meu ofício. Quero continuar fazendo projetos multiculturais, em outras línguas, inglês ou espanhol. Quero trabalhar fora. Dar continuidade à minha carreira internacional.
Quero também terminar esses dois roteiros que estou escrevendo, e, quem sabe, produzir um. Seria lindo! Também quero voltar a me envolver com a música, o meu lado cantor, que ultimamente tenho deixado meio de lado.
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