Capixabas de sucesso na moda
Criações da nova geração de designers do Estado se destacam no País e chegam às passarelas internacionais

Vestir celebridades e conquistar passarelas internacionais com criações ousadas e inovadoras é o desejo de qualquer designer de moda. O caminho para o sucesso na área é repleto de desafios, mas isso não intimida a nova geração de estilistas do Estado.
Suas produções fortalecem a cena da moda capixaba e eles se destacam entre os melhores do País. Alguns conquistaram, inclusive, as passarelas dos eventos mais cobiçados do mundo na área, como a Semana de Moda de Nova Iorque, nos Estados Unidos.
É o caso da empresária Júlia Loyola que, aos 24 anos, desfilou a coleção-cápsula (com quantidade de peças menor do que a de uma coleção tradicional) “O futuro é agora”, de sua marca, na edição primavera/verão 2022 do evento, realizado em setembro do ano passado.
Agora, a estilista leva sua marca para a Europa. Ela está em viagem à França, onde vai participar da Semana de Moda de Paris, que começa amanhã. Nas passarelas francesas, irá apresentar a coleção-cápsula “Gerações”.
“É uma oportunidade única poder levar a moda capixaba e representar o País na Cidade Luz. Estou orgulhosa por compartilhar essa conquista e por vestir pessoas de diferentes idades, biotipos e etnias. Clientes do Brasil vieram prestigiar na primeira fila e as expectativas estão nas alturas”, conta.
Moradora de Vila Velha, Júlia chegou a se formar em Direito, mas o protagonismo de sua história é mesmo a moda. “Percebi que nada é impossível e que, se o nosso melhor estiver ali, de verdade, o resultado será extraordinário”.
Atuando no mercado capixaba há 12 anos, a estilista Bebel Gama, de 63 anos, diz que o segmento teve de se reinventar na pandemia e, agora, vive uma renovação.
“Vimos o crescimento de novos criadores, de marcas com o DNA capixaba, com fortalecimento do fenômeno do localismo. Estamos entrando em um momento único, mas positivo”, salienta.
Bebel analisa que os novos estilistas do Estado estão revolucionando a moda local e se preocupam com uma produção responsável e sustentável.
“Eles estão revolucionando o mercado, principalmente por dominarem a internet e, assim, terem informações frescas, novos olhares e consciência ambiental. Eles se preocupam com o impacto das produções no mundo”.
Produções para famosos

O estilista e artista Victor Puglielli, de 27 anos, impulsionou sua carreira ao viralizar com um vídeo de suas produções em uma rede social. O jovem de Vitória foi contatado pela equipe da cantora Duda Beat e, desde então, já assinou roupas e acessórios para o cantor Ney Matogrosso e para Urias.
Ao conhecer a Índia, em 2017, o capixaba se encantou com os tecidos do país e, de forma autodidata, desenvolveu conhecimento sobre modelagem. No país asiático, ele produziu roupas, figurinos e joias.
“Minha meta é ter uma casa de alta-costura reconhecida mundialmente, poder criar absolutamente de tudo. Os ‘nãos’ sempre existem, mas precisamos ignorar e fazer o que amamos, o que nos alimenta”, salienta.
Cursos de graça no Estado
A cena da moda capixaba está aquecida e, para quem deseja se profissionalizar e atuar na área, há opções de cursos gratuitos no Estado que ensinam pesquisas de tendências de moda, técnicas de produção de vestuário e, até mesmo, empreendedorismo.
O Centro Estadual de Educação Técnica (Ceet) Vasco Coutinho, no centro de Vila Velha, oferece os cursos técnicos em Produção de Moda e em Modelagem do Vestuário.
A seleção para os cursos é semestral e considera as notas médias de Português e Matemática do último ano do ensino médio cursado como critério.
O secretário de Estado da Ciência, Tecnologia, Inovação, Educação Profissional e Desenvolvimento Econômico, Tyago Hoffmann, destaca que os cursos fomentam a valorização da moda local e desenvolvem o potencial empreendedor dos alunos.
“Os cursos de Moda do Ceet Vasco Coutinho cumprem uma função social, de profissionalizar gratuitamente a população, e estimular a microeconomia local por meio do empreendedorismo”.
Além das opções gratuitas, há também a possibilidade de fazer um curso de graduação em Design de Moda, oferecido pela Faesa.
O coordenador da unidade de Design e Arquitetura da faculdade, André Lima, evidencia a tradição do curso e a atenção à revolução do mercado.
“O curso já tem 20 anos e forma alunos com domínio teórico e prático para a criação de moda. O novo currículo inclui, inclusive, a moda 3D, voltada ao desenvolvimento de coleções para avatares de jogos, por exemplo. Várias grandes marcas lançam coleções em 3D”.
As estilistas Eva Batalha e Luana Matos são ex-alunas de Modelagem de Vestuário e, após concluírem o curso, criaram suas próprias marcas de moda.
Eva, de 45 anos, é ex-bancária e sempre quis aprender a história da moda e as técnicas de costura. Ela montou um ateliê de costura em sua casa e, hoje, tem clientes de todo o Estado e também de São Paulo e Minas Gerais.
“Fiquei encantada quando fiz minha primeira peça de roupa. Estruturei meu ateliê e, com a pandemia, inaugurei minha loja virtual. Hoje, já lanço pequenas coleções”, conta.
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