Férias com diversão nas alturas em Guarapari
Cidade capixaba se tornou destino para paraquedistas do mundo inteiro. Quem não tem experiência também pode saltar
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Cidade conhecida internacionalmente pelas belas praias, Guarapari se tornou destino para paraquedistas do mundo inteiro e recebe, entre os profissionais, o título de capital do paraquedismo capixaba.
São três temporadas de saltos na cidade durante o ano. A próxima começa no dia 15 de janeiro, durante as férias de verão.
Segundo a Federação Capixaba de Paraquedismo (Fecap), o município é o único ponto do Estado que possui autorização para a prática do esporte, e por isso está atraindo aventureiros do mundo inteiro para ver de perto uma paisagem única – praias e montanhas no mesmo salto.
“É uma das áreas mais bonitas do Brasil e eu falo até do mundo, porque o visual é algo assustadoramente bonito. É possível ver a cidade do alto, as praias e o mar azul, além das montanhas que é algo surreal”, conta o paraquedista e proprietário da escola de paraquedismo em Guarapari, Tiago Cardozo.
Os saltos acontecem a cerca de 3 quilômetros de altura. Para quem não tem experiência é possível fazer o salto duplo com um profissional, e para quem já é profissional é só se jogar da aeronave.
“Nossos lançamentos em Guarapari acontecem a 10 mil pés de altura, o que corresponde a 3 quilômetros. Convencionalmente as descidas são dentro do aeródromo, de onde partimos, mas fazemos pousos na Praia do Morro com passageiros. A logística é diferente por ter de fazer o pouso em uma área mais restrita, então, dependendo das condições, abrimos pacotes de pousos para passageiros na praia também”, explicou.
Os saltos são agendados e o passageiro chega no horário marcado. Tiago explica que o cliente recebe instruções de segurança que precisa saber durante o salto. São fornecidas as roupas e os equipamentos, e depois seguem para a aeronave. Toda a aventura é filmada.
“Sobrevoamos Guarapari em torno de 30 minutos, e quem nos controla é a torre de Vitória, porque existe todo um tráfego aéreo no Estado. A gente faz uma reserva de espaço aéreo chamada Notan, que mostra para todas as aeronaves que vai acontecer lançamento de paraquedismo em determinado período de tempo”.
Segundo ele, sem esses procedimentos não se pode nem voar. “Somos os únicos no Estado. Saltamos da aeronave e descemos até o aeródromo de volta ou até a praia”, explicou.

Queda livre e contemplação do mar
A aventura começa subindo de aeronave para saltar a 3 quilômetros de altura. Então, o salto duplo se inicia com uma queda livre, que dura cerca de 35 segundos, a mais de 200 km/h. Depois o paraquedas é aberto, e são cerca de mais sete minutos sobrevoando a cidade.
“Abrimos o paraquedas e navegamos pelo céu de Guarapari. É um quilômetro e meio de descida. Guarapari é privilegiada demais. É possível ver as montanhas, a praia, e tudo de mais bonito”, destaca o paraquedista Tiago Cardozo.
O foco da empresa é oferecer salto duplo para as pessoas que não são paraquedistas, mas querem viver a experiência do esporte. E duas vezes por ano é ministrado o curso de formação de paraquedistas.
Tiago explica que o curso aplicado em Guarapari é o AFF, uma metodologia que foi desenvolvida nos EUA, e é hoje aplicada no mundo inteiro.
“Então se você forma no Estado, pode saltar em qualquer outro lugar do mundo, pelo fato de a metodologia ser a mesma utilizada”, revela.
São um ou dois dias de teoria, e a parte prática se inicia ainda na mesma semana. Inicialmente são sete saltos, níveis em que o aluno já vai com o paraquedas nas costas.
“Subimos na aeronave, sai dois instrutores do seu lado, segurando na sua roupa, e o acompanhamento é feito em toda queda livre, e vai verificando se você está cumprindo todos os requisitos. Cada nível que você é aprovado, vai subindo de nível, e somente depois do sétimo salto você está apto a saltar sozinho”, completa ele.
Além de Tiago, mais sete paraquedistas de São Paulo, Paraná e Minas Gerais ministram os cursos e realizam os saltos duplos.

Paixão por esporte virou profissão
O paraquedista Tiago Cardozo trabalha no ramo de tecnologia da informação, mas também abriu a escola de paraquedismo e salto duplo no Estado há quatro anos. Já foram mais 600 saltos duplos.
“Fui descobrir primeiro como fazia para virar profissional. Fui para Boituva, São Paulo, e nesse meio tempo a Federação Capixaba de Paraquedismo iniciou aqui no Estado o paraquedismo. Eu participei da primeira turma. Me formei e decidi que era isso que queria para a vida”.
Aos finais de semana, ele ia procurar um lugar para saltar. “Viciei no paraquedas, e depois de 30 saltos a escola aqui de Guarapari fechou. Passei a ir para o Rio de Janeiro, São Paulo. Foi me fazendo falta ter um lugar perto de casa”. Então ele foi atrás do antigo dono para comprar a escola.
“Digo que às vezes as pessoas vivem em 35 segundos de queda livre o que não vivem a vida inteira. É difícil a gente colocar em palavras porque é só vivendo que dá para descrever”, afirmou.
“Você confronta muita coisa do seu corpo para se aventurar. Quando a gente abre a porta, a pessoa vai usar todos os recursos para se manter vivo, porque a gente vai abrir a porta de um avião em movimento, nem fogo está pegando, e vai se jogar”, conta ele.
De acordo com ele, depois que o salto se inicia, tudo fica para trás. “Na hora que a gente sai do avião não existe medo mais. A gente vê que o medo é tão pequeno e muita vezes colocamos barreiras tão grandes para superar”, afirmou.
SERVIÇO - Skydive Guarapari
- Próxima temporada de saltos de paraquedismo no dia 15 de janeiro
- Valor: a partir de R$ 995. Parcelamento em até 12 vezes.
- Agendamento: (27) 99923-2221.
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