Moqueca já custa até R$ 699 no Estado
Preço do prato típico capixaba está em alta devido à inflação
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Às vésperas do verão – época do ano em que os turistas preparam o bolso para curtir as férias – os restaurantes já têm pratos típicos capixabas por até R$ 699. Esse é o caso da Moqueca à Curuca Especial, do Cantinho do Curuca, que fica em Meaípe, Guarapari.
A refeição serve até cinco pessoas e tem uma entrada de lagostas e camarões rosa grelhados na manteiga, seguida de moqueca de peixe com molho de lagosta, camarão rosa e arroz de camarão.
Este ano a casa teve um reajuste nos preços dos pratos, que têm valores variados, de acordo com a quantidade e o preço dos ingredientes. Segundo funcionários, o recente aumento foi consequência da inflação nos preços do peixe e do camarão.
A inflação também é o motivo do reajuste de cerca de 10% nos preços do Ilha do Caranguejo, outro tradicional restaurante do Estado. De acordo com o proprietário Gugu Barbariolli, o estabelecimento sofreu com 15% de aumento nos preços de carnes, frutos do mar e gasolina.
“Há cerca de quatro meses a gente precisou fazer esse repasse para o cliente, porque o peixe aumentou muito de preço, assim como o combustível, o gás... Mas não repassamos completamente para não deixar o freguês na mão”, disse ele.
Os pratos mais pedidos na casa são as moquecas, as opções com camarão e o peroá. Os preços chegam a R$ 319, valor da moqueca de badejo com camarão VG, que acompanha arroz, pirão e moquequinha de banana. Tanto esse tipo de peixe como o camarão são mais nobres e mais caros.
Porém, o Ilha e a recém-inaugurada Farofa Steakhouse, no Shopping Boulevard, em Vila Velha, têm opções para todos os bolsos. A unidade do caranguejo, por exemplo, custa R$ 8,70.
No caso de outro restaurante de Guarapari, a retomada da compra de frutos do mar brasileiros pelos europeus levou a um aumento do preço desses alimentos, especialmente a lagosta, em outubro.
“A Europa tinha suspendido a compra de frutos do mar do Brasil, mas essas transações foram retomadas em outubro. Os produtores voltaram a vender para lá, e aumentaram o preço do produto”, disse uma funcionária.

Prato para três pode chegar a R$ 455
Com 55 anos de tradição em frutos do mar, o restaurante Gaeta fica em Meaípe, Guarapari. Os pratos chegam ao valor de R$ 455, preço da moqueca que leva camarão, lagosta e peixe – servindo até três pessoas.
“Trabalhamos com peixes nobres, que são bem valorizados, e o camarão VG, que também é mais caro. Os pratos mais pedidos por aqui são a moqueca de badejo, o bobó de camarão e o risoto de camarão”, relatou a dona, Idalina Vieira Matos.
No momento, a proprietária do restaurante afirma que a tendência é que os preços sejam mantidos durante o verão. “A gente espera uma grande circulação de pessoas em dezembro e janeiro. Vai valer a pena segurar os preços”.
Esforço para segurar os preços
No fim de ano e no verão, há a possibilidade de que os produtos fiquem ainda mais caros, mas a intenção dos donos de restaurantes é segurar os preços para conquistar os turistas.
“Temos esse período sazonal, festivo, com tendência de aumento de preços, já que há pessoas dispostas a consumir”, observou o economista Ricardo Paixão.
No caso do Ilha do Caranguejo, a ideia é manter os preços dos pratos e das bebidas durante todo o verão. “Nossa expectativa é de um grande número de clientes, principalmente em janeiro, e estamos investindo para atendê-los com os melhores preços possíveis, um aumento do efetivo e um horário de funcionamento estendido”, afirmou o dono do estabelecimento, Gugu Barbarioli.
O Gaeta, em Guarapari, também pretende manter os preços para não deixar os clientes na mão, apesar das altas nos preços dos peixes e das bebidas.
“Alguns peixes ficam no período de defeso no fim do ano, com pesca proibida, e quem tem o produto em estoque vende por um preço mais caro. Recentemente, também houve um aumento no preço das bebidas, estamos pagando mais caro por quase todas as cervejas e alguns vinhos”, explicou uma funcionária do restaurante.
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