Adeptos do pole dance já sonham com as Olimpíadas
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Esporte, arte, terapia, atividade física e tantas outras expressões podem definir o pole dance.
O fato é que a modalidade tem derrubado preconceitos, em sua maioria machistas, está ganhando adeptos e há a possibilidade de se tornar esporte olímpico.
O pole dance, traduzido como “dança do poste”, é um conjunto de ações acrobáticas que incorpora elementos da calistenia (exercícios que usam apenas o peso do corpo), da ginástica e também da dança, utilizando uma barra metálica.

Surgiu na Índia como uma atividade masculina. Entretanto, a modalidade é associada às mulheres por conta de clubes de striptease e daí vem o preconceito.
O pole dance é dividido em várias vertentes, com destaque para três: o pole sports, que é a prática esportiva e envolve competições de alto nível; o exotic pole, vinculado à performance e à sensualidade; e o pole art, que envolve elementos do teatro.
No pole sports, há a Confederação Brasileira de Aéreos e Pole Sports, a CBAPS, criada em 2019. O presidente da entidade, Paulo Kümmel, 42 anos, revela que há 350 pessoas filiadas, entre atletas, treinadores e outros adeptos do esporte.
“Estimamos entre 5 a 15 mil praticantes esportivos, mas entre as outras vertentes deve haver mais de 1 milhão, presentes em todos os estados do País”, afirma Paulo.
Atualmente, são 36 federações nacionais em todo o mundo. Para transformá-la em modalidade olímpica, é necessário atingir a marca de 40 federações em pelo menos três continentes.
“No momento, estamos conversando com outros países e esperamos em breve contar com mais sete federações até o fim do ano.”
Para a instrutora de pole dance, Sara Cout, 25 anos, a oficialização do pole dance como esporte olímpico transformaria a forma como o público enxerga a prática.
“O pole dance se assemelha bastante com outras modalidades, como a ginástica rítmica e a olímpica, mas para isso acontecer é preciso de uma desconstrução da sociedade em enxergá-lo como uma atividade física”, opinou.
De 21 a 24 deste mês, acontecerá o Mundial da modalidade, que deverá ser realizado online, por conta da pandemia.
Quebra de tabus e saúde em dia
O bartender Dionizio Augusto Moura, 29 anos, e a médica Paula Lyrio de Barros, 36 anos, são alunos do estúdio da instrutora Sara Cout, em Itaparica, Vila Velha.
Praticante de calistenia (exercícios que usam apenas o peso do corpo), Dionizio se identificou muito com o pole dance. Contudo, admite ter sofrido preconceito. “Recebi mensagens dizendo que pole dance é coisa de mulher. Para mim, é um esporte desafiador”.
Já Paula ficou feliz com os ganhos na parte física e na autoestima. “Quem vê, acha que é só sensualidade. Mas eu me encantei com o pole dance por ter melhorado a minha flexibilidade, o meu corpo, a parte cognitiva, além de ser um momento em que cuido da minha saúde mental”.
SAIBA MAIS
- É um conjunto de movimentos realizados em uma barra metálica que envolve acrobacias, elementos da calistenia (exercícios que usam apenas o peso do corpo), da ginástica e também da dança.
- No Pole Sports, todos os movimentos precisam ser executados perfeitamente, sendo dois segundos por movimento. As provas são realizadas em uma barra de latão, com altura máxima de 4 metros para as competições oficiais.
- nas competições, a duração de uma coreografia nas categorias sênior e máster é de até 4 minutos.
- São 36 federações em todo o mundo. Para transformá-la em modalidade olímpica, são necessárias 40 federações em três continentes.
- Em 2019, foi fundada a Confederação Brasileira de Aéreos e Pole Sports, mas desde 2015 o Brasil já conta com competições oficiais.
Fonte: Especialistas consultados.
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