Condenado pelo assassinato de Milena Gottardi pode deixar a prisão
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Um dos condenados pelo assassinato da médica Milena Gottardi, ocorrido em setembro de 2017, pode deixar a prisão. Bruno Rodrigues Broetto, que foi condenado a 10 anos e cinco meses de reclusão, pode cumprir a pena em regime aberto.
Broetto foi denunciado por roubar a moto utilizada no crime e está preso há quatro anos. O professor de Processo Penal e advogado criminalista Rivelino Amaral explica que o réu já cumpriu quase metade da pena e poderia cumprir os outros seis anos que faltam em regime aberto.
“Para isso, o juiz da Vara de Execuções Penais vai avaliar dois requisitos: a quantidade de pena cumprida pelo réu e o bom comportamento do mesmo. O diretor do presídio onde ele está precisa atestar o bom comportamento”, afirmou Amaral.
Ainda de acordo com o advogado, caso aceite o pedido da defesa e Broetto vá para o regime aberto, o juiz ainda estabelece alguns critérios e condições para o cumprimento da pena, como comparecimento mensal para comprovar as atividades, obrigatoriedade de manter o endereço de moradia atualizado no processo e não cometer outros crimes.
“O objetivo é a ressocialização do detento”, completou o professor.

Entenda o caso
Após oito dias de julgamento dos acusados de assassinar a médica Milena Gottardi, o ex-marido dela, Hilário Antônio Frasson, e o ex-sogro, Esperidião Frasson, foram condenados a 30 anos de prisão. Além deles, Valcir da Silva Dias, Hermenegildo Palauro Filho, Dionathas Alves Vieira e Bruno Rodrigues Broetto também foram condenados.
O ex-policial civil Hilário Frasson, denunciado como sendo um dos mandantes do crime, foi condenado a 42 anos, tendo redução para a pena máxima de 30 anos. Ele foi condenado por homicídio qualificado e fraude processual. Já o seu pai, Esperidião Carlos Frasson, foi condenado a 34 anos, também com redução para 30 anos.
Dionathas Alves Vieira, que atirou na médica, foi condenado a 18 anos e 10 meses de prisão. Já o denunciado por roubar a moto utilizada no crime, Bruno Rodrigues Broetto, irá cumprir 10 anos e cinco meses de reclusão.
Os intermediários do assassinato também foram condenados pelos crimes de homicídio qualificado, feminicídio e fraude. Valcir da Silva Dias, a 23 anos de prisão, com redução de pena para 10 anos e 10 meses; e Hermenegildo Palauro Filho, a cumprir 26 anos e 10 meses de reclusão.
Na noite de segunda-feira (30), o juiz da 1ª Vara Criminal de Vitória, Marcos Pereira Sanches, após júri popular, leu a sentença que também condenou os acusados a pagarem juntos o valor de R$ 700 mil, revertido em favor das filhas da vítima, a título de reparação mínima por danos morais.
Hilário era casado com Milena há 13 anos e passou a apresentar, segundo a denúncia, comportamento agressivo e obsessivo para com a vítima, o que levou ao fim da relação conjugal. O fato não foi aceito por ele e pelo sogro da vítima, Esperidião, que tomou a separação como uma ofensa à família.
Assim, ambos decidiram matar a médica e, com o auxílio de Valcir e Hermenegildo, contrataram Dionathas, pelo valor de R$ 2 mil para cometer o crime. O réu Bruno repassou a Dionathas a motocicleta usada para a execução do crime.
Milena Tonini Gottardi foi morta a tiros na noite de 14 de setembro de 2017, no estacionamento do Hospital das Clínicas, em Vitória.
O promotor Leonardo Augusto avaliou o julgamento como cansativo, porém com um resultado esperado. “Não tínhamos dúvida do que foi defendido. Deixamos um alerta às mulheres para que qualquer tipo de invasão de privacidade ou abuso que procure ajuda e não espere que se perca uma vida. Há uma diferença entre amor e possessão”.
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