Vitória e Vila Velha têm menos mortes por Covid-19
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A pandemia ainda não chegou ao fim no Estado, mas já dá sinais de uma melhora no cenário vivido nos últimos meses. O número de mortes, que teve uma média diária de 21,86 na Grande Vitória no mês de junho, hoje está em uma média de 9,5 mortes por dia, demonstrando uma queda no número de vítimas da doença.
Os dados apresentados pela Secretaria de Estado da Saúde são referentes a Vitória, Vila Velha, Serra e Cariacica. Dessas cidades, a Capital e Vila Velha apresentam menor número de mortes nos primeiros dias desse mês. Vitória teve duas mortes, enquanto Vila Velha apresentou três óbitos.

A queda também se apresenta no Estado, mas com redução mais lenta dos óbitos, já que fora da Grande Vitória ainda há municípios com números altos de casos. Enquanto a chamada média móvel era de 36 mortes diárias em junho, hoje está em 22,7 mortes.
O secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernades, explicou que alguns fatores contribuem para a redução. “É um conjunto de fatores. Temos o comportamento natural da pandemia, além das políticas públicas adotadas para achatar a curva de crescimento e preparar o sistema para que não sofra um colapso. Outro fator é a curva de aprendizagem das equipes, com uma melhora na utilização das medicações e práticas.”
O secretário ainda ressaltou que a queda no número de mortes também tem relação com a expansão do sistema, o que permite a internação precoce de pacientes.
Outro dado apresentado pela secretaria de Estado Saúde foi o de mortes por mês, o que evidencia a redução já no mês de julho.
O secretário informou que foram 97 óbitos por Covid em abril nos quatro municípios da Grande Vitória. Já em maio subiu para 400 e junho para 615. “Em julho, tivemos 417 mortes e a tendência é que agosto essa redução continue a se apresentar.”
Ele completou frisando que é preciso entender que a queda no número de casos não significa fim dos cuidados. “Hoje temos uma capacidade maior de enfrentar a pandemia e isso dá ao Estado uma maior segurança para algumas medidas de flexibilização. Mas os cuidados devem ser reforçados para que essa redução se mantenha.”
Médicos dizem que não é momento de relaxar

Apesar da queda do número de óbitos pelo novo coronavírus, médicos alertam que não é momento de abrir mão da prevenção, como uso de máscaras, de álcool e de cuidados com o distanciamento social.
A infectologista Rúbia Miossi ressaltou que foi justamente a restrição, que até hoje foi exigida, que fez com que a população no Estado chegasse a esse patamar de queda dos números.
“Se todas as medidas são abandonadas e a gente resolve viver como antes da pandemia, daqui a dois meses começaremos a viver tudo de novo, o que aconteceu em abril, maio e junho.”
O médico cardiointensivista Eduardo Castro, que tem atuado na linha de frente da pandemia, frisou que o presidente da IDSA (Sociedade de Doenças Infecciosas Americana ) tem relacionado à queda do número de mortes ao uso de máscaras pela população. Por isso, ele ressaltou a importância desses cuidados.
Também demonstrou preocupação com o retorno das aulas presenciais, já que acredita que crianças não têm condições de se proteger e usar máscaras. “Isso pode aumentar o número de casos.”
Telemedicina e distribuição de máscaras entre as apostas
Com a redução no número de mortes pelo coronavírus, prefeituras apontaram as medidas tomadas para ajudar no combate à pandemia, a exemplo da telemedicina e da distribuição de máscaras.
Em Vitória, a secretária municipal de Saúde, Cátia Lisboa, destacou o alerta da população com carros de som, distribuição de máscaras, telemedicina, leitos de campanha no Pronto Atendimento de São Pedro e as barreiras sanitárias.
O secretário de Saúde da Serra, Alexandre Viana, destacou o monitoramento dos pacientes, a implantação da telemedicina, o trabalho na Unidade de Pronto Atendimento (Upa) de Castelândia, voltada para os casos de Covid, distribuição mais de 500 mil kits de limpeza e 400 mil máscaras.
A Prefeitura de Vila Velha informou que entre as medidas adotadas estão o aumento de leitos separados na Urgência e Emergência, aquisição de respiradores e implantação de consultórios externos para Síndromes Gripais.
Em Cariacica, entre as ações está a oferta de testagem nas unidades saúde e nos prontos atendimentos (teste rápido e RT-PCR).
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