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Coronavírus

Variante brasileira do coronavírus já é identificada no Espírito Santo


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Imagem ilustrativa da imagem Variante brasileira do coronavírus já é identificada no Espírito Santo
|  Foto: Peter Ilicciev/Fio Cruz

Casos da variante brasileira do coronavírus, chamada de P.1, já foram identificados no Espírito Santo e em outros nove estados. A informação foi divulgada, nesta sexta-feira (12), pelo Ministério da Saúde.

Alvo de análises devido à possibilidade de ser mais transmissível, a variante foi identificada em janeiro no Amazonas, onde já responde pela maioria dos casos observados, segundo a Fiocruz.

Agora, dados compilados pelo grupo técnico de vigilância do ministério apontam que ela já foi identificada em outros nove estados. Em três deles, Pará, Roraima e Ceará, a variante foi identificada em casos isolados -alguns deles, inclusive, sem vínculo epidemiológico com o Amazonas.

Nos outros seis (Paraíba, Piauí, São Paulo, Espírito Santo, Santa Catarina e Rio de Janeiro), a variante foi observada em casos importados do Amazonas, ou seja, em que houve análise e sequenciamento genômico de amostras de pacientes que estiveram no estado.

A pasta também divulgou informações sobre outras duas variantes encontradas em outros países e que também são alvo atual de preocupação. É o caso da variante do Reino Unido, já identificada em São Paulo, Distrito Federal e Rio de Janeiro, por meio da análise de casos isolados, segundo a pasta.

Já a variante identificada na África do Sul ainda não tem registro de circulação no Brasil. Segundo o ministério, as linhagens mais prevalentes do coronavírus ainda são a B.1.1.28 e B.1.1.33, que circulam desde o início da epidemia.

A identificação das variantes de Manaus e do Reino Unido em mais estados, no entanto, reforça a necessidade de medidas de prevenção, diz a pasta.

"O alerta de circulação dessa nova variante à população é relevante para que as pessoas não deixem de lado as medidas preventivas e não farmacológicas de enfrentamento à doença: lavar as mãos com água e sabão, usar máscara, usar álcool em gel e manter o distanciamento social", afirma.

Atualmente, a chamada vigilância genômica é feita na rede de saúde principalmente por três laboratórios: Fundação Oswaldo Cruz, Instituto Adolfo Lutz e Instituto Evandro Chagas. A cada mês, um número específico de amostras é enviado pelos estados a esses locais.

Além desses, outros laboratórios públicos e privados também fazem essas análises. A falta de recursos e dificuldade em obter insumos, no entanto, dificultam a expansão dessa vigilância, necessária para identificar novas variantes do Sars-CoV-2.

Em nota, o ministério diz que, "desde a primeira informação de possíveis casos de variantes da Covid-19, tem emitido comunicados aos estados orientando a ampliação do sequenciamento de rotina dos vírus SARS-CoV-2, o contínuo fortalecimento das atividades de controle da Covid-19 e a investigação de casos".

Recentemente, a pasta iniciou um projeto-piloto para analisar 1.200 amostras de coronavírus, na tentativa de ampliar a vigilância. O trabalho deve envolver quatro laboratórios (Adolfo Lutz, Evandro Chagas e os laboratórios de saúde pública da Bahia e de Minas Gerais).

"Importante salientar que o sequenciamento genético não é um teste para confirmação da doença, sua finalidade é para monitoramento da circulação de uma variante diferente. Não sendo necessário, portanto, que todas as amostras positivas para Covid-19 por RT-PCR sejam encaminhadas para sequenciamento", aponta a pasta.

Na terça, a OMS (Organização Mundial da Saúde) emitiu um alerta em seu boletim epidemiológico sobre a possível redução da ação de anticorpos neutralizantes, capazes de bloquear a ação do vírus no organismo, pela variante P.1.

De acordo com a organização, "as mutações encontradas na variante P.1 podem reduzir a neutralização por anticorpos; no entanto, estudos adicionais são necessários para avaliar se há mudanças na transmissão, severidade ou ação de anticorpos neutralizantes como resultado dessa nova variante".

Já foram identificadas, em todo o mundo, dezenas de linhagens distintas do vírus, mas apenas algumas causam preocupação e necessitam de investigação –é o caso das chamadas VOCs (sigla em inglês para variantes de preocupação).

Em geral, as VOCs possuem mutações em regiões chamadas domínio de ligação com o receptor, ou seja, são áreas diretamente associadas à entrada do vírus nas células, notadamente na proteína S do Spike (de espícula, o gancho que o Sars-CoV-2 usa para entrar nas células).

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