Tabuleiro
Apesar da disposição demonstrada pelo STF de tentar impor limites a Jair Bolsonaro, integrantes da classe política e do Judiciário avaliam que as principais investigações em andamento ainda dependem de provas inquestionáveis e pressão social para prosperarem.
Isso porque o único com prerrogativa para oferecer denúncia é o procurador-geral, Augusto Aras, que vem manifestando discordância com o Supremo e afinidade com as pautas do Presidente.
Fechado
Segundo políticos e magistrados ouvidos pelo Painel, por enquanto os inquéritos têm como efeito prático aumentar tensões e, no máximo, desgastar a imagem de Jair Bolsonaro. Se nada mudar, as apurações estarão fadadas ao fracasso.
Livre
O procurador-geral foi contra todas as medidas de busca e apreensão na investigação de fake news. Nos bastidores, ele também tem dito não ver indícios de que Bolsonaro tenha praticado qualquer tipo de crime no caso que apura interferência na PF.
Respeito
Na nota oficial que divulgou às 23h25 da última sexta-feira para dizer que estava incomodado com as especulações de seu nome para uma vaga no Supremo, Aras não citou uma só vez Bolsonaro, que um dia antes fez referência à situação, dizendo que considerava seu nome para uma terceira vaga, hoje inexistente.
Protesto
O abaixo-assinado feito por procuradores a favor do processo tradicional de escolha do PGR, ou seja, contra Aras, já chegou a 641 adesões no fim de semana. As coletas continuam.
Recado
Apesar de não ter tido nenhum resultado prático, o HC assinado por André Mendonça (Justiça) para proteger Abraham Weintraub (Educação) foi bem recebido no Supremo.
Legitimidade
A interpretação é que foi uma demonstração de respeito ao STF e que ajudou a lembrar o Presidente quais são os caminhos quando há discordância de uma ordem judicial.
Atenção
O Conpeg, que reúne procuradores-gerais dos estados, disse em nota se preocupar com a criminalização da atuação de gestores na pandemia. A entidade afirmou que nem toda contratação emergencial é ilícita. A manifestação ocorre após as primeiras operações deflagradas contra supostos desvios na crise do coronavírus.
Cartola
Na representação contra o governador Wilson Witzel (PSC), o Ministério Público citou um dirigente do Botafogo, vinculando-o a um contrato de R$ 12 milhões, suspeito de fraude.
Alvo
A empresa Speed, supostamente contratada para distribuir medicamentos, apresentou ao governo um email de um escritório de advocacia, o Rouxinol & Rivera, que seria de Anibal Rouxinol.
Não é comigo
No mesmo endereço, diz o MPF, funciona o CNPJ do filho dele, Anibal Rouxinol Segundo, gerente jurídico do clube. Eles sustentam nesses dados a desconfiança sobre a empresa. O dirigente diz nunca ter ouvido falar na Speed, assim como seu pai. O filho afirma que criou a empresa jurídica somente para receber pagamentos do Botafogo.
Boiada
O secretário de produtividade da Economia, Carlos da Costa, tem dito a auxiliares que pretende dar largada a uma desregulamentação radical em setores econômicos.
Troca
Na semana passada, ele tirou o economista César Mattos da secretaria de Advocacia da Concorrência e Competitividade e colocou Geanluca Lorenzon, egresso do Instituto Mises, de linhagem liberal.
Quem manda
Internamente, fala-se que Carlos da Costa quer acionar uma desregulamentação selvagem da economia. Já o secretário diz, no entanto, buscar responder à ordem de Jair Bolsonaro, de “retirar o Estado do cangote do empreendedor”.
Bic
À revista Crusoé, o ex-ministro Sergio Moro disse que o Presidente deixou de vetar alguns pontos no projeto anticrime para proteger seu filho Flávio. Um dos artigos que Bolsonaro deixou passar foi usado pelo ex-PM Adriano da Nóbrega, ligado à família, em uma tentativa de habeas corpus, um mês antes de morrer, como mostrou o Painel.
Tiroteio
“Que polícia é essa que tolera manifestações antidemocráticas contras as instituições e agride atos pela democracia?”
Do deputado federal Marcelo Ramos (PL-AM), sobre a ação das PMs de São Paulo e do Rio contra protestos de ontem