Vacina mais potente contra a meningite passa a ser ofertada pelo SUS
Dose de reforço aos 12 meses agora passa a ser com imunizante que protege criança contra mais variantes da doença
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O Ministério da Saúde fez mudanças no esquema vacinal da meningite bacteriana. Desde a última terça-feira, o Sistema Único de Saúde (SUS) passou a ofertar a vacina meningocócica ACWY para bebês.
O esquema vacinal foi alterado para duas doses da vacina meningocócica C, aplicada aos três e cinco meses, e um reforço aos 12 meses com a ACWY. Antes, o reforço era feito também com o imunizante C.
Danielle Grillo, referência técnica do Programa Estadual de Imunizações da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), explicou que a ACWY tem proteção ampliada.
“O Brasil é um país endêmico para a meningite meningocócica C, por esse motivo, o governo começou a oferta pela vacina meningocócica C. Mas nos últimos anos, a gente verificou um aumento do W em algumas regiões no sul”.
“Como o Ministério da Saúde incorporou a vacina no Calendário do Adolescente já com uma proteção contra os sorogrupos A, C, W e Y, agora vamos ampliando a proteção das crianças no reforço”.
Para ela, é possível que futuramente haja a incorporação da ACWY nas primeiras e segundas doses. “Tudo é gradativo, baseado sempre na situação epidemiológica”, afirmou.
A meningite é uma doença grave e pode ser fatal. Causada por bactérias, vírus e fungo, e também tendo origem não-infecciosa, ela é caracterizada pela inflamação das meninges, membranas que protegem o cérebro e a medula espinhal.
Além das vacinas meningocócicas, existem outros imunizantes contra outros tipos de bactérias causadoras do quadro.
Riscos
Segundo Sandra Amorim, pediatra da Bluzz Saúde, os riscos da meningite são sequelas neurológicas graves. Em alguns casos graves em que acontece a meningite meningocócica, é necessária a realização de amputação de membros.
Sandra explicou que isso ocorre por conta da meningococcemia, que é a disseminação do meningococo pela corrente sanguínea.
Há a formação de coágulos que obstruem os vasos e essa falta de fluxo sanguíneo pode causar necrose dos tecidos, necessitando de amputações para evitar que a infecção se espalhe. Sandra reforçou que esse quadro clínico, no entanto, tornou-se mais raro graças à vacinação.
FIQUE POR DENTRO
Vacina já era ofertada para adolescentes
Mudança no esquema vacinal
O que mudou?
O esquema vacinal contra meningite bacteriana foi alterado para duas doses da vacina meningocócica C, aplicada aos três e cinco meses, e um reforço aos doze meses com a vacina ACWY. Antes, o reforço era feito também com o imunizante C.
Sorogrupos
Além do sorogrupo C, o imunizante ACWY passa a ampliar a proteção da criança contra os sorogrupos A, W e Y também.
A vacina meningocócica ACWY já era ofertada a adolescentes de 11 a 14 anos, em dose única ou como reforço.
De acordo com o Ministério da Saúde, crianças que já tomaram as duas doses da vacina meningocócica C e também a dose de reforço não precisam receber a ACWY neste momento.
Já aquelas que ainda não foram vacinadas aos 12 meses poderão receber a dose de reforço com a ACWY. Crianças que perderam a oportunidade de receber o reforço aos 12 meses, podem recebê-lo até 4 anos, 11 meses e 29 dias.
Efeitos colaterais
Danielle Grillo, referência técnica do Programa Estadual de Imunizações da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), explicou que essa vacina é segura, feita a partir de produtos de bactérias sem conter microrganismos vivos.
Segundo ela, a chance de ter efeitos colaterais é baixa, mas é esperado acontecer uma dor no local da aplicação, ao ser aplicada por via intramuscular.
Meningite
A meningite é causada por bactérias, vírus e fungo e também tem origem não infecciosa. É caracterizada pela inflamação das meninges.
A infectologista Rubia Miossi disse que crianças muito pequenas, pessoas que têm doenças que comprometam a imunidade e idosos são os mais vulneráveis à doença.
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