Pastor vence depressão com auxílio de atividade física
Daniel da Rocha Silva, de 56 anos, conta o drama que viveu durante o tempo que esteve doente e como conseguiu superar
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“O pânico que eu sentia era tão grande, que tinha pavor da minha respiração. Eu segurava a respiração o máximo possível para ter um pouco de paz”.
Esse era um dos sintomas que o pastor Daniel da Rocha Silva, de 56 anos, enfrentou durante o tempo que esteve com depressão.
Ele conta que os primeiros sinais apareceram em 2018. No ano seguinte, iniciou o tratamento, e após passar por três psiquiatras começou a fazer atividades físicas, o que auxiliou na cura.

“A atividade física me tirou da depressão. Hoje, não tomo mais nenhuma gota de remédio. Claro que é uma soma de fatores, com a terapia e medicação, mas a atividade foi fundamental”.
Gosto de sangue na boca, pressão no peito, insônia, falta de paz e tremor nas mãos eram outros sintomas que Daniel teve.
“Sempre fui uma pessoa muito feliz, tenho uma esposa e filhos maravilhosos. Não consigo apontar um gatilho para a depressão”.
“Quando percebi que não melhorava, fui em um terceiro psiquiatra, que mudou a medicação. Foi aí que minha esposa falou que eu também poderia fazer atividade física”.
O pastor relata que sentia o corpo travado. “Mas fui para academia assim mesmo. No começo, sentia pânico, mas depois meu corpo foi destravando e fui tendo confiança. Aconteceu então meu renascimento”.
Depois de todo sofrimento, Daniel faz um alerta: “No início, eu me achava muito forte e que tudo iria passar. Acredito que Deus usa pessoas para cuidarem de pessoas. Ao primeiro sinal, procure ajuda”.
De acordo com a educadora física e sócia-proprietária da SoulFit Studio Boutique, Catiane Almeida, a prática de exercício físico libera uma série de neurotransmissores que ajudam a regular os sintomas da depressão e da ansiedade.
“Além disso, os exercícios promovem a redução de cortisol, que aparece quando os níveis de estresse estão altos”.
O psiquiatra Jairo Navarro destaca que assim como o corpo adoece, a mente também adoece, e os transtornos mentais precisam ser tratados.
“O tratamento deve ser, de preferência, multidisciplinar, com psiquiatra e psicólogo, por exemplo, para tratar a doença e ressignificar as causas que levam a ela”.
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