Indicações e cuidados com cirurgia de amígdalas
Médicos alertam que pós-operatório deve ser seguido à risca
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Retirada de amígdalas. Um procedimento comum no Brasil, mas que tem assustado muita gente após a morte da ex-Miss Brasil Continentes Unidos 2018 Gleycy Correia, de 27 anos, que apresentou complicações durante o pós-operatório cirúrgico.

A jovem, que havia passado por uma cirurgia nas amígdalas em um hospital particular de Macaé, no Rio de Janeiro, teve parada cardíaca, hemorragia e ficou internada, em coma, por quase dois meses. Ela morreu na última segunda-feira (20).
Por causa disso, especialistas revelam as condições indicadas para a cirurgia, bem como os cuidados necessários após o procedimento.
O otorrinolaringologista Bruno Caliman explica que as amígdalas são órgãos do sistema linfático, que atuam na produção de anticorpos, mas “não são essenciais para nós, humanos, apesar de produzirem mecanismos de defesa”.
Segundo o médico, as inflamações na região são muito comuns, sendo a maioria causada por vírus.
Apesar de ser uma queixa constante, Caliman destaca que “a maioria dos casos não leva à cirurgia. E, quando chega-se a optar por ela, no procedimento tradicional é feita anestesia geral, remoção das amígdalas e suturas na região, que leva pontos”, diz.
Para a médica otorrinolaringologista Hana Higa, o procedimento normalmente é rápido. No entanto, é necessário cautela devido à região ser muito vascularizada.
“Como é um tecido linfoide muito vascularizado, existe risco de sangramento. Depois da cirurgia, é feita a hemostasia, processo que evita hemorragia e coagulação do sangue e, por fim, podem ser utilizados cautérios bipolares ou pontos”.
A especialista ressalta a importância dos cuidados pós-operatórios. “O mais importante é entender que o pós-operatório precisa ser seguido corretamente”.
Entre as recomendações estão alimentação líquida ou pastosa, de morna a fria, evitar alimentos ácidos, limitar atividade física no período de recuperação e repouso".
Saiba mais
O que são amígdalas
> São estruturas do sistema linfático, localizadas no fundo da garganta, entre os sistemas respiratório e digestivo.
> Grandes aliadas do sistema imunológico, as amígdalas têm função protetora, ou seja, de combater microorganismos que tentam acessar, por meio da boca, outras partes do corpo humano.
Quando é indicada cirurgia
> Na maioria dos casos, não há necessidade de cirurgia. Porém, existem quatro situações comuns que levam à operação.
> Uma delas é quando ocorrem sete episódios em um ano e o paciente faz uso constante de antibiótico.
> Outro caso é quando há crescimento anormal de uma ou das duas estruturas, o que pode provocar ronco.
> Um terceiro caso é quando existe um abscesso periamigdaliano, que é uma complicação grave da amigdalite.
> Outra situação é a formação de um “caseum” na garganta, que são pequenas “bolinhas” que permitem o acúmulo de restos de comida na região.
Cuidados pós-operatórios
> É recomendada alimentação pastosa ou líquida, preferencialmente morna ou fria.
> Também é aconselhado não ingerir alimentos cítricos, fazer repouso e evitar atividade física no período de recuperação.
> A Recuperação dura de 7 a 10 dias, dependendo de cada paciente.
Fonte: Especialistas consultados.
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