Hábitos saudáveis reduzem em 60% chance de demência
Foi o que provou um estudo da Universidade de Chicago
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Ainda que existam doenças que possam causar esquecimento, as mais temidas são as demências. Enquanto a ciência busca uma forma de encontrar a cura para o Alzheimer, por exemplo, especialistas afirmam que bons hábitos de vida ao longo da vida podem reduzir o risco de demência em até 60%.
Isso foi o que provou um estudo da Universidade de Chicago, conforme apontou a neurologista Mariana Grenfell. “A prevenção começa muito antes dos primeiros sintomas, e pequenas mudanças podem ter um impacto enorme na saúde cerebral no futuro”.
“Estudos indicam que a adoção de um estilo de vida saudável, que inclui atividade física regular, dieta equilibrada, sono adequado e interação social, está associada a uma redução significativa no risco de demência”, destaca a médica.
Entre os hábitos que devem ser evitados, está o consumo de carne processada, alerta Mariana.
“Um estudo de coorte prospectivo nos Estados Unidos apontou que a ingestão de carne vermelha processada está associada a um risco 13% maior de demência e 14% maior de declínio cognitivo subjetivo. Outro estudo realizado com participantes do UK Biobank revelou que cada incremento de 25 gramas por dia de carne processada está associado a um aumento significativo no risco de demência, incluindo Alzheimer”.
Entre as recomendações para prevenção das demências, Daniela Barbieri, presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia do Espírito Santo (SBGG-ES), lista intervenção com estímulos cognitivos, melhora do humor, exercícios físicos regulares, boa qualidade de sono e retirada de fatores, como medicações, inclusive, que possam prejudicar o raciocínio e a saúde do cérebro.
“Aprender coisas novas, dançar, ler, fazer tarefas e jogos que exigem concentração são ótimos estímulos cognitivos”.
Mas como esses hábitos podem ajudar? O neurologista Guilherme Coutinho explica que a prática regular de exercícios físicos, por exemplo, melhora o fluxo sanguíneo para o cérebro e promove a saúde cognitiva. Já o o sono adequado é essencial para a consolidação da memória.
Apesar de demências como o Alzheimer não terem cura, a neurologista Soo Yang Lee destaca que é importante que o diagnóstico seja feito precocemente para que possam ser tomadas medidas para amenizar a progressão da doença.
Sintomas podem aparecer décadas antes do diagnóstico
Os sinais de uma possível doença demencial não aparecem de um dia para o outro. Existem sinais precoces que podem aparecer anos ou até décadas antes do diagnóstico da demência.
“Algumas mudanças sutis incluem alterações no olfato (dificuldade em sentir cheiros familiares), dificuldades para caminhar e desequilíbrios frequentes, além de mudanças na personalidade, como maior irritabilidade ou apatia”, aponta a neurologista Mariana Grenfell.
Um sintoma que também tem chamado atenção dos pesquisadores, segundo a médica, são os pesadelos frequentes e os distúrbios do sono REM, que podem estar associados a um maior risco de demência, especialmente a demência por corpos de Lewy.
Outro ponto importante, segundo o neurologista Fábio Fieni, é a presença de doenças cardiovasculares, como hipertensão, diabetes e colesterol alto não tratados, que aumentam o risco de demência vascular e podem acelerar o declínio cognitivo.
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