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Saúde

Febre do Oropouche: variantes do vírus já circulam no ES

De acordo com a Sesa, já foram identificados 449 casos da doença neste ano no Espírito Santo. Uma morte está em investigação


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Imagem ilustrativa da imagem Febre do Oropouche: variantes do vírus já circulam no ES
Dor de cabeça e febre estão entre os sintomas da febre do Oropouche |  Foto: Freepik

Pesquisadores do Brasil detectaram variantes da febre do Oropouche em circulação em alguns estados, incluindo o Espírito Santo. As novas cepas são diferentes do vírus original, que tem circulado no Norte do País, nos estados do Amazonas, Acre, Roraima e Rondônia.

O estudo foi publicado na revista científica Lancet Infectious Diseases e mostrou também a existência de novas mutações. Além do Espírito Santo, Bahia e Santa Catarina possuem registros da circulação da nova variante, transmitida pelo mosquito maruim.

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De acordo com os pesquisadores, o vírus sofreu algumas mudanças em seu material genético ao longo do tempo, o que pode ter influenciado sua capacidade de se espalhar e de causar formas mais graves da doença.

O artigo confirmou ainda que os casos registrados nos estados do Nordeste, Sudeste e Sul não foram de importação, mas autóctones, ou seja, a transmissão foi local.

Conforme o estudo aponta, vários fatores contribuem para o surgimento de arbovírus, incluindo o desmatamento e as mudanças climáticas.

Apenas neste ano, o Brasil já contabiliza 7.992 casos confirmados da doença, contra 831 em todo o ano passado, segundo dados do Painel de Monitoramento de Arboviroses do Ministério da Saúde.

No Espírito Santo, de acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), o Laboratório Central (Lacen-ES) identificou 449 casos da doença neste ano, e uma morte está em investigação.

Segundo a Sesa, os casos confirmados são da variante do mesmo clado (grupo) que circula na região amazônica. Dor de cabeça e febre estão entre os principais sintomas.

Os estudos indicam, segundo a médica de família e comunidade, Taynah Repsold, mestre e doutoranda em doenças infecciosas pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), que a nova variante está se replicando mais rapidamente do que o vírus original, fazendo com que o microrganismo seja mais transmissível, ou seja, capaz de contaminar mais pessoas em menos tempo.

A infectologista Ana Carolina D'Ettorres ressalta que os cuidados contra o vírus seguem os mesmos, como evitar áreas onde há presença excessiva dos vetores, usar telas de malha fina em portas e janelas, além de usar repelentes e roupas que cubram a maior parte do corpo.

“A forma de transmissão não se alterou. O que muda é a capacidade de transmissão, que na variante demonstrou ser mais eficiente”.

Saiba mais

Febre do Oropouche

É uma doença causada pelo vírus Oropouche, um arbovírus transmitido principalmente pela picada de mosquitos contaminados, principalmente da espécie Culicoides paraensis, o maruim ou mosquito-pólvora.

Novas variantes

Artigo assinado por pesquisadores brasileiros e publicado na revista científica Lancet Infectious Diseases detectou variantes do vírus oropouche fora da região amazônica, nos estados do Espírito Santo, da Bahia e de Santa Catarina.

Segundo os pesquisadores, os casos nos estados do Sudeste, Nordeste e Sul não são importados, ou seja, a transmissão está ocorrendo localmente.

O vírus sofreu mutações, o que pode ter aumentado sua capacidade de transmissão e virulência.

Números

O Brasil já contabiliza 7.992 casos confirmados da doença neste ano, contra 831 casos em todo 2023. Três mortes foram confirmadas no País: de duas grávidas e um feto.

O Espírito Santo já identificou 449 casos de febre oropouche neste ano e uma morte está em investigação.

Sintomas

São parecidos com os da dengue: febre, dor de cabeça intensa, dor muscular, náusea e diarreia.

Cerca de 70% dos pacientes podem apresentar recorrência dossintomas até um mês após o início dos sintomas.

Prevenção

Usar repelentes, evitar áreas com alta concentração de mosquitos sempre que possível, usar roupas que cubram a maior parte do corpo e instalar redes de proteção nas janelas e ao redor das camas, além de eliminar criadouros do mosquito, podem ajudar a evitar a doença.

Fonte: Ministério da Saúde, Sesa e especialistas consultados.

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