Doenças crônicas pioram com o frio. Veja o que diz especialista
O cardiologista Bruno Ceotto explica que as bruscas quedas de temperatura já são suficientes para desencadear complicações
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As baixas temperaturas podem agravar doenças crônicas, principalmente cardíacas e respiratórias. Segundo o Ministério da Saúde, os atendimentos por eventos cardiovasculares aumentam até 30% durante os meses mais frios.
O cardiologista Bruno Ceotto explica que, mesmo em regiões tropicais como o Espírito Santo, as bruscas quedas de temperatura já são suficientes para desencadear complicações.
“A gente sofre de forma mais intensa os efeitos dessa redução de temperatura. Quando ela acontece de forma brusca e em períodos curtos, como agora em junho, o impacto em organismos não tão bem adaptados é ainda maior”, afirma.
De acordo com o especialista, o frio desencadeia uma série de alterações no organismo. “Ele provoca a vasoconstrição, que é a contração dos vasos sanguíneos. Isso aumenta a pressão arterial e o esforço do coração. Para quem já tem problemas cardíacos, como insuficiência, arritmia ou coronariopatias, esse mecanismo pode ser o gatilho para infartos e AVCs”, alerta.
Outro fator de risco, segundo Ceotto, é a desidratação. “Nos dias frios, sentimos menos sede e isso nos leva a beber menos água. O sangue fica mais espesso e a chance de formar coágulos também aumenta. Isso favorece eventos como trombose, infarto e derrame”, completa.
Os grupos mais vulneráveis incluem idosos com mais de 75 anos, e crianças e adultos com histórico de doenças cardíacas. A recomendação é reforçar cuidados simples.
“É fundamental se agasalhar bem, usar luvas, meias e gorros, manter a hidratação mesmo sem sede e seguir uma dieta equilibrada. Além disso, manter a rotina de exercícios – sempre bem protegido – e não abandonar o acompanhamento médico”, orienta.
A atenção deve ser redobrada aos sinais de alerta. “Falta de ar, dor no peito, palpitações, confusão mental e cansaço excessivo não podem ser ignorados. Ao notar qualquer sintoma fora do habitual, o ideal é buscar assistência médica o quanto antes”, conclui o cardiologista.
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