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Economia

Salvar a natureza é um negócio que dá dinheiro


Imagem ilustrativa da imagem Salvar a natureza é um negócio que dá dinheiro
Marineuza e Helmut: o casal, morador de Santa Maria de Jetibá, recebe R$ 4 mil por ano com reflorestamento |  Foto: Arquivo pessoal

De recolher e vender latinhas descartadas na rua a investir no plantio sustentável de árvores para fins comerciais. Práticas que visam ajudar o meio ambiente e proporcionar renda são cada vez mais utilizadas por pessoas do mundo inteiro, desde as mais simples até as que exigem um pouco mais de planejamento.

Uma delas, que está em crescimento no Estado, é o reflorestamento com espécies nativas. Também chamado de “aposentadoria verde”, a modalidade consiste em plantar árvores que possam atender ao mercado, como madeira, frutos, sementes e outros.

Esse reflorestamento pode ser feito tanto por pessoas com mais familiaridade com a natureza, como produtores rurais, e também por quem ainda não tem muita experiência, como empresários, médicos, professores e advogados.

“As madeiras de florestas naturais já não têm como abastecer toda a demanda do mercado. E isso faz com que este produto se torne valioso. Nos últimos 10 anos, algumas madeiras nobres chegaram a quadruplicar o valor”, explicou Higino Aquino, diretor de desenvolvimento e especialista do Instituto Brasileiro de Florestas (IBF).

No Espírito Santo, algumas regiões apresentam maior facilidade para a produção florestal, de acordo com o professor da UVV e doutor em geografia, Pablo Lira. “Podemos citar a região de montanhas, o Norte do Estado e o Caparaó”.

Os ganhos com o plantio de árvores vão variar com o tempo e com a espécie cultivada. Para começar, a pessoa precisa ter um terreno.

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Professor Lorenzo: o doutor em estrutura de madeira afirma que o tempo de corte depende de como cada floresta será cultivada |  Foto: Divulgação

“O interessado deve procurar os órgãos de proteção ambiental para fazer um informe e depois documentar, com o local, as espécies que vai cultivar”, explicou Lorenzo Lube dos Santos, professor da Faesa e doutor em estrutura de madeiras.

Alguns projetos, como o IBF, oferecem venda de espaços para o plantio, além de toda estrutura para o reflorestamento.

Quem atua com reflorestamento e consegue fazer renda é a professora aposentada Marineuza Plaster, 57 anos, e o marido dela, Helmut Waiandt, 65, moradores de Santa Maria de Jetibá que participam do programa Reflorestar.

Ela diz que recebe R$ 4.000 por ano do projeto, com plantações de mogno, cedro-rosa e guapuruvu.

Mais de 3.700 recebem do Estado para reflorestar

Um dos programas do governo do Estado que visa estimular o reflorestamento é o Reflorestar. Atualmente, 3.795 pessoas participam do projeto e recebem uma renda extra. Mais de 9.778 hectares estão sendo recuperados.

Segundo o Marcos Franklin Sossai, gerente do programa, o produtor pode receber, em média, R$ 20 mil, dividido em parcelas pagas durante cerca de cinco anos.

A maior parte opta por reflorestar árvores para a colheita de frutos e outros produtos de floresta, como cacau, seringueira, abacate e banana. Há também o produtor que prefere o plantio de florestas para manejo, como por exemplo o ipê, mogno e jequitibá.

“Nós queremos contribuir para a melhoria do ciclo da água e também estimulamos o plantio de florestas que trazem renda. Muitas vezes com renda maior do que o uso degradante que ele tinha antes”, explicou Marcos.

Projeto

O projeto foi lançado em 2011. “O projeto vem estimulando os produtores rurais a participar das ações que visam a exploração dos recursos de forma mais equilibrada. É uma forma de conseguir recursos advindo do processo de reflorestamento”, afirmou o professor da UVV e doutor em geografia, Pablo Lira.

Lucro com plantio de árvore em 10 anos

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Higino Aquino explica que, apesar de ser lucrativo, o reflorestamento é um negócio de retorno em longo prazo |  Foto: Divulgação

O investimento em reflorestamento comercial pode gerar bons lucros, mas a longo prazo, como afirmam os especialistas da área. Uma das árvores que tem o tempo de corte menor é o Pinus, que pode ser trabalhado a partir de 10 anos.

“É um mercado que tem se demonstrado lucrativo. Não se ganha dinheiro do dia para a noite, porque as árvores demoram a crescer. É um projeto de longo prazo, mas que tem lucratividade”, afirmou Higino Aquino, diretor de desenvolvimento e especialista do Instituto Brasileiro de Florestas (IBF).

Algumas árvores podem demorar mais de 50 anos para estarem prontas para o corte, como é o caso do Pau-Brasil. O valor de mercado dela, no entanto, varia a partir de US$ 5.000 (R$ 26.450) por m.

É comum que as pessoas façam parcerias para atuar com o cultivo de árvores, como explicou o professor da Faesa e doutor em estrutura de madeiras, Lorenzo Lube.

“Muitas vezes a pessoa está interessada mas ela não tem o investimento inicial, então ela busca parcerias. Às vezes ela só tem a terra. É uma ação nobre e lucrativa, mas é preciso se resguardar contra algumas informações que não temos certeza. Por isso a indicação é sempre contratar uma pessoa que tenha conhecimento”, disse Lube.

O engenheiro André Ribeiro explicou que, se o negócio for bem investido, a rentabilidade pode ser superior à de um banco. “O investimento de uma atividade florestal tem um prazo de no mínimo 10 anos, não dá para colher todo ano como milho e café. A madeira pode ser uma poupança”.

Os especialistas destacaram que algumas das madeiras que possuem o maior valor agregado são o mogno, jacarandá, jequitibá, ipê-roxo, Pau-Brasil. “As madeiras podem ser plantadas em qualquer tipo de solo, desde que bem manejados. O mercado internacional demanda todos os tipos de madeira que tiver”, explicou André.

Lorenzo Lube destacou a importância do reflorestamento sustentável. “O que é mais positivo é que a madeira é o material mais sustentável que nós empregamos na construção civil, é renovável, tem boas características mecânicas e físicas e pode ser empregada em qualquer tipo de estrutura”.

Mas o professor da UVV e doutor em geografia alertou para os cuidados que devem ser tomados por todos. “É importante ter um equilíbrio na exploração dos recursos naturais. Se a pessoa não se preocupar com os recursos, ele vai se tornar finito”, ressaltou.


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Reflorestamento

  • É o ato de replantar florestas, resgatando áreas devastadas e devolvendo a vida ao local.

  • Os reflorestamentos lucrativos também são chamados de reflorestamentos comerciais, ou simplesmente floresta comercial.

  • Eles podem ser destinados a produção de produtos não madeiráveis, como resinas, sementes, frutos, folhas, e de produtos madeiráveis como toras e raízes, para atender as indústrias.

  • Um dos objetivos é atender a demanda do mercado. Tem se tornado uma opção de investimento para pessoas que atuam em diversas áreas. Também é conhecido como “aposentadoria verde” ou “poupança verde”, segundo especialistas.

  • Muitas pessoas escolhem as espécies nativas para investir.

No Espírito Santo

  • Embora ainda não seja muito difundido, o reflorestamento comercial já está se expandindo para algumas regiões.

  • Especialistas afirmaram que a região das montanhas, o Norte do Estado e o Caparaó são os locais que mais acontecem o reflorestamento comercial no Estado.

  • Também é possível encontrar essa modalidade de plantio na zona rural de Viana e Guarapari.

O que é preciso

  • A pessoa que deseja investir em reflorestamento deve, em primeiro lugar, ter um terreno para plantar.

  • Em seguida, ela deve procurar os órgãos de proteção ambiental como o Instituto de Defesa Agropecuária do Espírito Santo (Idaf), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema).

  • A partir daí, ela vai fazer o informe e seguir as orientações dos órgãos para poder começar o plantio.

  • A pessoa precisa ainda documentar a madeira, informando dados como o local do terreno e o que será cultivado. Um técnico do Idaf pode ser enviado ao local para fazer uma avaliação das condições.

  • Com tudo aprovado, ela pode começar o plantio das árvores, com a ajuda de um especialista.

Tempo

  • Ainda de acordo com os especialistas, o reflorestamento comercial é extremamente lucrativo, mas os resultados só começam a aparecer com o tempo.

  • Isso porque a maioria das árvores demoram anos para crescerem e estarem aptas para o corte.

  • Algumas, como o Pau-Brasil, podem demorar mais de 50 anos para estarem prontas para o mercado.

  • Existem outras, como o Pinus, que podem ser cortadas com 10 anos.

  • É preciso ter paciência e esperar o momento certo, segundo os profissionais do setor.

  • Segundo o professor Lorenzo Lube, a questão do tempo de corte depende de como cada floresta será cultivada.

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Pau-Brasil: madeira nobre |  Foto: Reprodução

Tipos de madeiras

  • As árvores plantadas são diversas e podem valer milhões no mercado, especialmente quanto exportadas.

  • É importante que a pessoa interessada em investir se informe com um especialista sobre os possíveis lucros que terá no futuro, além do tempo que cada árvore precisará para poder ser cortada.

Ipê-roxo

  • Utilização: é uma madeira geralmente usada em decks, móveis, escadas e na construção civil.

  • Valor: custa a partir de U$ 1.500 (R$ 7.851) o metro cúbico, serrada e seca, para a exportação. É considerada uma madeira especial.

  • Tempo de corte: pode ser cortado a partir de 30 anos.

Cedro-rosa

  • Utilização: instrumentos musicais, artesanato, esculturas e movelaria fina. É uma madeira especial.

  • Valor: a partir de R$ 6.000 o metro cúbico, serrada.

  • Tempo de corte: a partir de 30 anos.

Pinus

  • Utilização: caixotaria, painéis, placas, móveis e construção civil. É considerada uma madeira comum.

  • Valor: a partir de R$ 180 o metro cúbico da madeira em tora.

  • Tempo de corte: a partir de 10 anos, sendo que o corte mais maduro pode demorar 18 anos.

Jacarandá

  • Utilização: É usada para peças especiais, movelaria fina e instrumentos musicais. É considerada uma madeira nobre, de alto valor agregado.

  • Valor: a partir de R$ 30 mil o metro cúbico.

  • Tempo de corte: a partir de 30 anos, pois é uma espécie com tempo maior de maturação.

Jatobá

  • Utilização: é muito utilizada em construção civil e também para a fabricação de móveis. É considerada uma madeira comum.

  • Valor: a partir de R$ 500 o metro cúbico, serrado.

  • Tempo de corte: a partir de 30 anos.

Jequitibá

  • Utilização: em movelaria, na construção civil, fabricação de esculturas e artesanato. É considerada uma madeira especial.

  • Valor: a partir de U$ 1.000 (R$ 5.234) o metro cúbico da madeira serrada para a exportação.

  • Tempo de corte: a partir de 30 anos, segundo especialistas.

Pau-brasil

  • Utilização: é usado para a fabricação de instrumentos musicais, principalmente arcos para instrumentos de cordas. É considerada uma madeira nobre.

  • Valor: a partir de U$ 5.000 (R$ 26.170) o metro cúbico, da madeira serrada.

  • Tempo de corte: a partir de 50 anos.

Mogno Africano

  • Utilização: usado para a fabricação de vários produtos, como móveis, acabamento de interiores, revestimento de peças sofisticadas, instrumentos musicais. É considerada uma madeira nobre.

  • Valor: a partir de € 200 (R$ 1.241) o metro cúbico da madeira em pé.

  • Tempo de corte: a partir de 15 anos.

Guanandi

  • Utilização: construção naval. É considerada uma madeira nobre e escassa no mercado.

  • Valor: a partir de € 1.000 (R$ 6.208) o metro cúbico, da madeira serrada e seca.

  • Tempo de corte: a partir de 25 anos.

Fonte: Especialistas citados na reportagem e pesquisa AT.

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