Casagrande: “Reforma administrativa é tema que pode ser discutido”
Casagrande defendeu, durante o programa Canal Livre, da TV Tribuna/Band, que é preciso atualizar as regras do setor público
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Em entrevista ao programa Canal Livre, exibido pela TV Tribuna/Band no último domingo (15), o governador Renato Casagrande (PSB) defendeu a necessidade de uma reforma administrativa no Brasil e disse que é um tema que pode ser discutido.
Segundo ele, é preciso atualizar as regras do setor público diante das mudanças que o País atravessa. “Não se pode ter as mesmas regras para sempre. A sociedade muda muito para você manter uma regra para sempre”, afirmou.
Participam do programa, como entrevistadores, os jornalistas Fernando Mitre, Lana Canepa e Pedro Campos. A apresentação foi de Rodolfo Schneider.
Durante conversa com os jornalistas, Casagrande argumentou que temas como estabilidade no serviço público e supersalários precisam ser debatidos de forma transparente e responsável, mesmo reconhecendo a complexidade do assunto.
Para ele, a reforma administrativa só deve valer para os novos servidores. “A reforma administrativa é um tremendo 'pepino'. Quando se fala nela, vem o problema do agora e a solução do depois. A única possibilidade é que as mudanças valham para o futuro, para quem ainda vai entrar. O que custa deixar claro quais são as regras para supersalários? É um debate que precisa acontecer”, destacou.
O governador também citou ações já adotadas no Espírito Santo, como a reforma da Previdência estadual, a extinção de algumas carreiras e a terceirização de serviços.
“A gente enfrentou, sim. Fizemos nossa parte. Não fazemos mais concurso para determinadas categorias, extinguindo algumas carreiras. A gente terceirizou serviços. Atualizamos regras para os servidores públicos de acordo com o momento que vivemos”, disse o governador.
Casagrande destacou ainda que o mundo do trabalho está mudando, especialmente entre os mais jovens, que priorizam tempo livre e qualidade de vida, em contraste com a geração anterior, moldada por uma cultura de dedicação intensa ao trabalho. “A juventude hoje busca mais tempo de lazer e qualidade de vida. Hoje uma parte não quer mais carteira assinada”.
Essas mudanças exigem uma atualização das legislações. “Não dá para manter regras da época de Getúlio Vargas”, avaliou.
“Deixar um legado” requer 8 anos
Destacando a importância de executar projetos estruturantes e deixar um legado, o governador Renato Casagrande se posicionou contra a PEC que extingue a reeleição.
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou a proposta que põe fim à reeleição para os cargos de presidente da República, governadores e prefeitos, além de prever mandatos de cinco anos e eleições unificadas. A matéria passará por análise em Plenário.
“Essa discussão sobre aumentar o mandato de quatro para cinco anos não tem tanta relevância. Em um país com uma burocracia tão intensa como o Brasil, considero que um período de oito anos é necessário para consolidar programas e projetos, além de deixar um legado. Cinco anos é pouco”, afirmou o governador.
Casagrande também defendeu a limitação de mandatos no Legislativo e sugeriu uma renovação semelhante à que já é realidade em alguns países.
“Acho que deveríamos limitar o número de mandatos no Parlamento. Se a pessoa já teve três mandatos como deputado federal, pode ir para o Senado, para a Assembleia Legislativa, para o governo do Estado ou até para a Presidência da República. Isso ajudaria a oxigenar o Parlamento”.
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