Câmara de cidade capixaba aumenta salário de vereadores e prefeito
Vencimentos do prefeito passam a ser de R$ 23 mil. O projeto ainda reajustou salário de vice-prefeito e de secretários municipais
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A Câmara de Baixo Guandu aprovou o reajuste de salários para vereadores, prefeito, vice-prefeito e secretários do município localizado na região Noroeste do Espírito Santo. No caso do chefe do Executivo, Lastênio Luiz Cardoso (Solidariedade), o valor recebido quase dobrou.
O Projeto de Lei nº 10/2022 foi aprovado em sessão ordinária realizada na segunda-feira (7) e recebeu apenas dois votos contrários. Com a aprovação, o salário do prefeito passou de R$ 12 mil para R$ 23 mil.
Já o salário do vice-prefeito, Doutor Patrick Favarato Perutti (MDB), registra um percentual ainda maior de reajuste, saindo de R$ 4,8 mil para R$ 12 mil, enquanto que os secretários municipais passam a receber R$ 9 mil e não mais R$ 4,8 mil. No caso dos vereadores, o salário passou de R$ 4,8 mil para R$ 7,5 mil.
No caso do Executivo, o reajuste salarial vai elevar em mais de R$ 1,2 milhão, por ano, a folha de pagamento de prefeito, vice e secretários.
No texto da proposta, a justificativa é de que “o subsídio do prefeito municipal, vice-prefeito e secretários municipais fora fixado no ano de 2013, ou seja, nove anos sem qualquer reajuste, encontrando-se completamente defasado”.
O vereador Alderino Gonçalves (Patriota) foi um dos que votou contra o projeto e denunciou que a proposta de aumento foi protocolada junto com um pacote de matérias na Câmara às 17h30, de sexta-feira (4), quando não havia mais expediente no local e foi lida em Plenário, na segunda (7).
“A gente sabe que, quando isso acontece, o projeto fica 10 dias na secretária para que a gente possa ler. Mas, para surpresa de todos, um vereador pediu para ser votado e jogou isso para o Plenário para votar um projeto que não entrou com pedido de caráter de urgência. Eu pedi vistas para votar e, quando isso acontece, quebra a urgência e volta ao prazo de 10 dias para análise. Mas eles não respeitaram isso e botaram os sete projetos para serem votados”, disse ele.
Para o vereador, a manobra foi feita para não dar tempo da comunidade se articular e evitar a pressão popular sobre os vereadores. “Entraram com os projetos na calada da noite”, afirmou Gonçalves.
Entre as propostas que faziam parte do pacote de projetos estavam o aumento do salário de diretores de escola, reajuste no tíquete-alimentação dos servidores e auxílio-gás para a população que recebe benefícios do governo federal.
“Estamos estudando um mecanismo para ir em cima desses projetos específicos (reajuste de salário de políticos) para anular somente eles e não os benefícios para servidores e população”, comentou o vereador.
A reportagem procurou a Prefeitura de Baixo Guandu. Assim que houver retorno, a matéria será atualizada. O presidente da Câmara de Vereadores, Leandro Gomes (MDB), também foi procurado, mas não atendeu às ligações.
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