X

Olá! Você atingiu o número máximo de leituras de nossas matérias especiais.

Para ganhar 90 dias de acesso gratuito para ler nosso conteúdo premium, basta preencher os campos abaixo.

Já possui conta?

Login

Esqueci minha senha

Não tem conta? Acesse e saiba como!

Atualize seus dados

Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo

Polícia

“Vamos prender quantas vezes for necessário”, diz secretário de segurança


Apesar do desgaste em prender várias vezes o mesmo suspeito, muitas vezes no mesmo lugar e cometendo o mesmo crime, o secretário estadual de Segurança Pública, Alexandre Ramalho, ressaltou que “se depender da nossa polícia, vamos prender quantas vezes for necessário”.

O secretário informou ainda que as polícias têm recebido diariamente cobranças da sociedade em função das mazelas da segurança pública, mas ressaltou que a polícia tem feito seu papel de prender, mas sozinha não vai trazer a solução para um problema que é social e que também precisa ser discutido pelos parlamentares.

“Principalmente agora, com os jovens afastados das escolas. Sem contar que muitos deles perderam pais, mães e avós durante a pandemia. Quem vai tomar conta desse jovem? Não pode ser o traficante”.

Imagem ilustrativa da imagem “Vamos prender quantas vezes for necessário”, diz secretário de segurança
Alexandre Ramalho destaca a importância de políticas públicas |  Foto: Taynara Nascimento

Além de evitar novos crimes, a implantação de políticas públicas para garantir direitos básicos como saúde, educação, segurança e moradia traria benefícios também aos que já estão presos, como, por exemplo, a ressocialização não só dos adolescentes, mas também dos maiores de idade.

Os grandes traficantes e assassinos do Estado, segundo o secretário, começaram cedo no mundo do crime, com pequenos furtos em vias públicas, seguidos de roubos e tráfico até receberem regiões para chefiar o tráfico de drogas e ordenar ataques e assassinatos.

“O jovem pode começar como olheiro, fogueteiro e ir ganhando a confiança do traficante que às vezes é um covarde e nem sempre mora na comunidade, mas usa mão de obra barata e que não tem grau de instrução. Ele pode ser preso até 10 vezes, mas enquanto não for julgado pelo primeiro crime é réu primário e vê vantagem nessa impunidade.”

Segundo a última edição do Anuário de Segurança Pública, no ano passado o Brasil teve 759.518 pessoas encarceradas para 511.405 vagas. Alexandre Ramalho concluiu que prender não tem sido o problema, já que o Brasil é um dos que mais prendem no mundo.

Já em relação aos adolescentes, atualmente o Estado possui 533 internados no Iases, quase o total do ano anterior, quando foram internados 583. Mais de 50% possuem apenas o ensino fundamental e mais de 65% têm idade entre 15 e 16 anos. Em relação aos motivos das internações, mais de 30% foram por tráfico de drogas e outros 30% por crimes contra o patrimônio, como furtos e roubos a estabelecimentos comerciais.

Judiciário cumpre o que diz a lei

“O Judiciário cumpre o que diz a lei, que estabelece que somente pode se decretar a prisão preventiva se for crime doloso e com pena superior a quatro anos e, mesmo assim, o juiz pode avaliar se não é o caso de fixar medidas cautelares da prisão”. Foi o que explicou o juiz e professor de Direito da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) Ezequiel Turíbio.

Imagem ilustrativa da imagem “Vamos prender quantas vezes for necessário”, diz secretário de segurança

O magistrado ressaltou ainda que a população carcerária do Brasil é uma das maiores do mundo e que o País não deixa de prender, mas, na verdade, possui um problema social grande que leva uma parcela da população a praticar crimes.

“No momento da audiência de custódia, o juiz olha para o cidadão com os olhos voltados para a Constituição, que diz que ele é considerado inocente até o trânsito em julgado da sentença”, disse.

Ainda segundo o magistrado, toda prisão é comunicada ao Judiciário, que avalia se ela é ou não necessária. Porém, muitas vezes o juiz não tem elementos suficientes para avaliar e fazer a fundamentação da prisão.

“Se é um cidadão primário, tem residência fixa, trabalho certo, não ameaça testemunhas e não oferece risco social, o cidadão é solto”.

Cenário

O magistrado ainda reforçou que o papel do Judiciário é cumprir a lei, mas o cenário social que leva a pessoa a cometer o crime deveria ser revisado.

Congresso planeja endurecer pena

Enquanto o Executivo e o Judiciário falam que cumprem o que está na lei, o Legislativo afirma que o Congresso tem aprovado ao longo dos últimos anos projetos que endurecem as penas de quem pratica crimes no Brasil, segundo o deputado coordenador da bancada federal do Espírito Santo, Josias da Vitória.

Imagem ilustrativa da imagem “Vamos prender quantas vezes for necessário”, diz secretário de segurança
Assembleia Legislativa aprovou projeto do governo |  Foto: Ellen Campanharo/Ales

Como exemplo, ele cita o aumento da pena máxima de 30 para 40 anos de prisão. “Mas temos que avançar no que diz respeito às prisões provisórias e temporárias. Acho que dois projetos que já estão em discussão em comissões especiais e grupos de trabalho vão ao encontro dessa necessidade de melhorar esse prende e solta: a reforma do Código do Processo Penal e a PEC da Prisão em Segunda Instância. São duas medidas essenciais para resolver esse impasse”, disse o deputado.

Professor de Direito Penal e especialista em Segurança Pública, Raphael Pereira Fonseca lembrou que a legislação brasileira trata a prisão como uma exceção e não regra, e por isso é importante que a mudança comece no Congresso.

“A Lei de Execuções Penais traz muitos benefícios, mas com relação à baixa porcentagem de presos que são colocados no cárcere seria necessário uma revisão e uma análise no Congresso Nacional”, diz.

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Leia os termos de uso

SUGERIMOS PARA VOCÊ: