Salva por delegada ao levar marretadas do marido no ES
Tânia Maria Zanoli estava começando a trabalhar quando flagrou mulher ser agredida na frente da filha de 10 anos
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Uma mulher de 33 anos contou com a sorte para escapar de uma tragédia. Uma delegada e um investigador da Polícia Civil flagraram a vítima sendo agredida a marretadas pelo marido, que tem 41 anos e é dono de uma oficina, na manhã de ontem, no bairro Campo Grande, em Cariacica.
Segundo a delegada da Distrital de Itacibá, Tânia Maria Zanoli, ela e o investigador Carlos Amorim estavam iniciando o trabalho de supervisão, quando encontraram o homem agredindo a mulher na cabeça utilizando uma marreta.
“Vimos um movimento e percebemos que tinha uma pessoa ferida e sangrando. Descobrimos que a vítima era esposa do agressor. A marreta foi pega emprestada para abrir a porta”, afirma.
O casal convive há 12 anos, trabalha junto em uma oficina e tem uma filha de 10 anos.
Segundo Tânia, a agressão teria sido motivada por causa de ciúmes, além do consumo de álcool e cocaína.
Além disso, toda a cena teria acontecido na frente da criança, que estava levando lixo para a rua.
“Ele colocou na cabeça que a esposa teria mandado a filha enviar um recado para um suposto amante dela. O marido também chegou a pensar em rastrear o celular dela e provar que havia traição por parte da companheira”, relata Tânia.
Quando o agressor viu a viatura da Polícia Civil, ele tentou fugir do local. Enquanto Tânia cuidava da vítima, o investigador perseguiu o homem, que tentou reagir, mas foi contido, detido pelo oficial e levado para o Plantão Especializado da Mulher (PEM), em Vitória.

A vítima também foi agredida no dia anterior às marretadas. Ela apresenta marcas nas costas das agressões. A esposa do agressor foi levada pelos policiais para o Hospital Estadual de Urgência e Emergência (HEUE), em Vitória, onde recebeu três pontos na cabeça.
O investigador afirma que o agressor foi ameaçado de linchamento no local. Ele também lamenta a forma como a vítima foi agredida.
“Infelizmente não conseguimos evitar a ação antes, pois eu seguia em uma direção e a agressão aconteceu a uma distância de 20 a 30 metros. Tive que fazer a volta para chegar ao local e o fato já tinha ocorrido. Mas conseguimos prendê-lo durante a fuga”.
“É preciso deixar o medo de lado e dar um basta”, Tânia Maria Zanoli, delegada.
A TRIBUNA: Com que cena vocês se depararam no local onde ocorreu a agressão?
Tânia Maria Zanoli: Estávamos iniciando uma supervisão quando percebemos que tinha uma pessoa ferida e sangrando. Descobrimos em seguida que a vítima era esposa do agressor.
Ele colocou na cabeça que a mulher teria mandado a filha enviar um recado para um suposto amante dela.
O que teria acontecido caso a viatura não estivesse no local?
A gente entende que o agressor só não matou a vítima porque ele viu a viatura e as pessoas que estavam no local oferecendo ajuda.
Como está a vítima?
Nos preocupamos com a integridade da vítima e prestamos socorro. Ela estava muito machucada e a gente percebeu o medo dela.
Como fica a criança em uma situação dessas?
É uma situação ainda mais delicada, pois gera traumas à criança, que não quis deixar a mãe na delegacia em hipótese alguma.
Que recado deixaria às mulheres?
É necessário fazer a denúncia, pois sem ela a polícia não consegue fazer nada. A gente sabe que o medo sobressai, mas é importante deixá-lo de lado. Precisamos dar um basta na violência.
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