Pais devem redobrar vigilância para evitar que filhos sejam vítimas
Saiba os dez passos para a prevenção
Escute essa reportagem

Como forma de evitar que outras crianças e adolescentes sejam vítimas de pedófilos, especialistas alertam que pais devem redobrar a vigilância.
A advogada Ariane Rasseli Sfalsini, criminalista e autora do livro “Inocência Violada”, escreveu um livro com 11 casos reais e ressaltou que, na maioria deles, os pais não tinham conhecimento do crime.
“Além dos 11 casos reais, no livro a gente também explica o que a gente chama de pacto do silêncio e também da síndrome de Estocolmo, que é quando a criança acaba criando um apego emocional com esse abusador e, por medo do que a família pode pensar, acaba ficando em silêncio. Uma criança ou um adolescente são pessoas que estão em desenvolvimento mental e são mais frágeis”, explicou.
Ainda segundo a advogada, nos anos de experiência combatendo abuso e exploração sexual infantil, percebeu que o mercado ilegal chega a ser financiado com lucros milionários e denunciar ainda é a melhor forma de chegar até os responsáveis e impedir que outras vítimas sejam feitas.
Já a neuropsicopeda Vanessa Cavalcante explicou sobre os níveis de exposição às redes sociais.
“Os conteúdos expostos às crianças e adolescentes podem comprometer a sua autoestima, influenciar no comportamento ou na forma de discernir entre o certo ou o errado e, principalmente, colocá-los em situações vulneráveis”, explicou.
O pai da estudante vítima dos abusos também fez um alerta, reforçando que a vigilância não deve ser confundida com falta de liberdade.
“Os pais precisam entender que, hoje em dia, a gente fala muito de liberdade, só que essa liberdade tem que ser vigiada porque as crianças sofrem com má influência dessas pessoas que usam disso para fazer mal a eles”, completou.
Por fim, o delegado federal Lorenzo Espósito diz que assim como os pais orientam os filhos a não conversarem com estranhos nas ruas, a mesma orientação deve ser dada no mundo virtual.
Dez passos para a prevenção:
1 Indicação por idade
Somente permitir o uso de redes sociais compatíveis com a idade da criança ou do adolescente.
2 Orientação
Orientar sobre como se comportar virtualmente, ensinando que deve ser proibido se expor na internet.
3 Alerta
Salientar sobre os perigos e o que fazer em cada caso. Os pais não devem ignorar o fato de que essa geração lida com as tecnologias cada vez mais cedo e isso significa amizades virtuais, comunicações em rede e uma variada fonte de informações sem muitos critérios.
4 Limites
Mesmo com idades mais avançadas é importante impor limites do tempo de acesso à internet.
5 Integração
É preciso garantir tempo de qualidade entre pais e filhos como estímulo para diminuir o uso da tecnologia e interagir com família.
6 Lazer
Incentivar outras atividades que impactam positivamente no crescimento da criança é crucial, como atividades físicas e momento de lazer.
7 Viagens
Engajar a família com brincadeiras que são de fato de crianças e viagens vão ajudar a abastecer a carga cultural da criança com boas memórias.
8 Conversa
Manter o diálogo aberto e transparente, respondendo aos questionamentos dos adolescentes de forma natural e clara. Assim é possível evitar que busquem sozinhos por informações em sites não confiáveis.
9 Monitoramento
Acompanhar a “navegação” dos filhos nas redes sociais e sites. Com as crianças, é necessário adequar e utilizar uma linguagem que elas se identifiquem e reconheçam
10 Estar junto
Ensinar o uso responsável dos recursos tecnológicos “navegando” e explorando o ambiente virtual junto com os filhos.
Fonte: Pesquisa A Tribuna.
Comentários