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Polícia

O que se sabe sobre caso do psicólogo suspeito de abusar de crianças autistas no ES

Suspeito, de 49 anos, foi preso em Minas Gerais e polícia divulgou detalhes


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Imagem ilustrativa da imagem O que se sabe sobre caso do psicólogo suspeito de abusar de crianças autistas no ES
Psicólogo foi localizado e preso em Minas Gerais |  Foto: Reprodução / TV Tribuna

Foi preso no último dia 20 um psicólogo acusado de abusar de crianças autistas enquanto realizava sessões de terapia no município de Cariacica. Após o crime ser denunciado por uma vítima, ele foi localizado e detido em Minas Gerais. 

Detalhes da investigação foram repassados pela Polícia Civil em uma coletiva nesta quinta-feira (27). De acordo com a corporação, o suspeito trabalhava com crianças e adolescentes com diagnóstico de autismo até o último dia 28 de janeiro, quando foi demitido. Os crimes foram descobertos logo depois, quando uma das vítimas relatou para a mãe que era abusada sexualmente pelo psicólogo durante as sessões.

Segundo a delegada Gabriella Zaché, da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), a vítima, uma menina de 8 anos de idade, é autista de nível 1 de suporte e, por isso, conseguiu dar detalhes de como os abusos eram cometidos. 

"Ela revelou para a mãe que, durante os atendimentos, ela era abusada sexualmente por ele. Ela já era atendida por ele há cerca de um ano e aí, durante esses atendimentos, ele colocava a mão nas partes íntimas dela, por dentro da roupa, se masturbava e pedia que ela manipulasse os órgãos genitais dele", revelou. 

A menina teria informado para a mãe, ainda, que era ameaçada de morte por ele para que não revelasse os abusos para ninguém.

ATENDIMENTOS ERAM GRAVADOS

Todos os atendimentos do profissional eram gravados. A menina, no entanto, relevou que o psicólogo tampava a câmera de segurança com papéis ou toalhas, a fim de esconder os abusos. Ao ouvir o relato da filha, a mãe da criança se dirigiu até a clínica — onde foi constatado que ele estava, de fato, tampando a lente do equipamento.

"As vezes a câmera estava só parcialmente tampada, então a gente consegue ver alguns fatos dele, ele abraçando, as vezes passando a mão em partes do corpo de algumas vítimas", completou a delegada. 

A polícia já teve acesso a dois meses de gravação e, durante as investigações, constatou que o psicólogo teve a mesma conduta diversas vezes, o que contribui para a suspeita de que ele tenha cometido abusos sexuais contra diversas crianças. 

VÍTIMAS MENINAS

Todas as vítimas identificadas até o momento são meninas, segundo a polícia. Durante a investigação também foi verificado que o suspeito tinha tinha predileção a atender o sexo feminino. Pais de pacientes, inclusive, reclamavam que o homem não tinha paciência com meninos e, muitas vezes, tentava transferir os pacientes do sexo masculino para outros profissionais.

Além disso, a grande maioria das vítimas são não verbais e, por isso, não conseguem relatar os abusos. "Pais relataram regressão do tratamento e comportamento sexualizado das crianças", disse a delegada responsável pelo caso. 

FUGA PARA MINAS GERAIS 

Ainda de acordo com a titular, após ser demitido, o psicólogo se mudou para a cidade mineira de Bom Jesus do Galho, onde a irmã dele mora. Segundo a polícia, há a suspeita de que ele já suspeitava de estar sendo investigado — pois retornou para a clínica após a demissão e tentou coagir uma das vítimas.

O psicólogo, que tem 49 anos de idade, foi localizado e preso no Córrego dos Capitães, zona rural de Bom Jesus do Galho, no estado mineiro. Durante a operação, foi cumprido um mandado de prisão preventiva expedido contra o suspeito. 

CLÍNICA SERÁ INVESTIGADA

A polícia está apurando, também, a conduta da clínica onde o suspeito trabalhava. Os crimes só foram descobertos no final de janeiro, após a demissão dele. De acordo com as investigações, o desligamento teria ocorrido após um novo coordenador da empresa verificar que o psicólogo trancava a sala de terapia de forma suspeita, além de realizar lançamentos indevidos de atendimentos.

Ele teria recebido advertências verbais devido as atitudes e, tempo depois, foi demitido. No entanto, a clínica afirma que só teve ciência dos abusos após a denúncia de uma das vítimas.

INVESTIGAÇÃO CONTINUA

A Polícia Civil ainda investiga quantas crianças foram vítimas dos abusos sexuais. "Não conseguimos precisar a quantidade de crianças (vítimas) nesse momento", afirmou a delegada. Ainda não há confirmação também de que houve conjunção carnal.

Procurado, o Conselho Regional de Psicologia do Espírito Santo (CRP-ES) se manifestou sobre o caso. "O Conselho Regional de Psicologia do Espírito Santo (CRP-ES) foi informado sobre as investigações da Polícia Civil nesta semana. O CRP-ES está tomando as providências necessárias e dará a devida prioridade ao caso", diz a nota.

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