Líder de gangue da Serra envolvido em homicídios e ataques é preso
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Um dos líderes da gangue da Vala, de Central Carapina, na Serra, foi preso durante uma operação que aconteceu na noite da última quarta-feira (18). O criminoso, de 23 anos, é suspeito de participar, junto com o grupo que comanda, de três homicídios no município, além de tiroteios em bairros rivais.
O suspeito foi preso em cumprimento de mandado pela morte de Ronan Belotti de Oliveira, 23. O jovem foi assassinado por 10 homens, em novembro do ano passado, vítima de uma emboscada de gangues do tráfico. Na ocasião, ele foi morto com mais de 30 tiros, a maioria na cabeça.
A morte de Ronan foi planejada depois de uma discussão que ele teve com criminosos da gangue do Campo, que ele participava. Ele foi expulso do grupo, e, dias depois foi convidado a participar de um ataque a rivais que aconteceria em Jardim Carapina.
Na ocasião, 10 bandidos das gangues do Campo e da Vala, que são aliadas, se dividiram para promover tiroteios em gangues rivais de Jardim Carapina. Ronan achava que, depois de apoiar o ataque, voltaria para o grupo. No entanto, assim que tudo terminou, ele foi assassinado em um mangue.
O corpo do jovem só foi encontrado pela família quatro dias após o crime. A polícia já tinha prendido, no dia seguinte, um suspeito de 24 anos. Três dias depois, outros dois envolvidos na morte, de 19 e 26 anos, também foram para a cadeia.
Agora, a polícia está atrás dos outros seis suspeitos, que já foram identificados e são réus no processo. O criminoso preso na quarta será indiciado por homicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel, impossibilidade de defesa da vítima e associação criminosa.
No ataque que precedeu a morte de Ronan, bandidos das gangues disparam mais de 100 vezes contra os grupos rivais. “A intenção era não só matar o Ronan, mas também intimidar os rivais, mostrando poder de fogo. Eles usaram armas de cinco calibres diferentes, demonstrando periculosidade”, explicou o delegado Rodrigo Sandi Mori.
Mais mortes
As gangues que mataram Ronan também são investigadas por outros homicídios que aconteceram em fevereiro. Um deles é o de Klayvert Mateus, de 21 anos. Ele tinha saído da gangue do Campo após uma discussão, e por isso foi morto. Outra vítima é Eric Amaral Santos, 18, assassinado por pertencer à Favelinha, grupo rival.
Na tarde desta sexta-feira (20), um suspeito de 19 anos foi preso com uma arma que aparece no vídeo do suspeito detido na quinta, onde ele ostentava para ameaçar rivais. Ele também é investigado pelas mortes de Klayvert e Eric, além de ser o braço armado da gangue da Vala.
"Os envolvidos em atividades criminosas que colocam a população em risco podem ter a certeza de que nós vamos prender um a um", alertou Sandi Mori.
A estrutura das gangues
> A gangue da Vala fica em Central Carapina. Ela é rival da gangue da Favelinha, que fica no mesmo bairro.
> Já em Jardim Carapina, a gangue do Campo provoca diversos tiroteios. Eles são rivais de grupos da região, conhecidos como as gangues do Biel, da rua 24, da rua 11 e do ponto final de Jardim Carapina.
> As gangues da Vala e do Campo são aliadas. Os criminosos se apoiam em ataques, homicídios, e também promovem tiroteios nos bairros rivais, para demonstrar poder de fogo.
> Além disso, eles também se provocam pelas redes sociais, com vídeos ostentando armas. Um dos vídeos foi feito pelo suspeito preso na operação de quinta, um dos líderes da gangue da Vala.
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