Irmã sobre vítima de acidente na BR-101 no ES: “Era a alegria da nossa família”
Família de Jadson Zordan, morto em acidente na BR-101, relata dor da perda e lembra jovem como carinhoso, prestativo e apaixonado pela filha de 8 anos
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Os almoços e as brincadeiras em família nunca mais serão como antes para Jayane Zordan, de 32 anos.
O irmão dela, Jadson Zordan, de 25 anos – uma das vítimas fatais do acidente na BR-101 no último domingo (27) –, era carinhoso e nunca perdia a chance de se reunir com amigos e familiares. “Era a alegria da nossa família”.
Jadson namorava e deixou uma filha de 8 anos. Nas redes sociais, muitos amigos e familiares lamentavam a morte do jovem.
Jayane lembrou ainda que o irmão foi para viagem de excursão para Raposo, no Rio de Janeiro, para ajudar a avó, Deonina do Rosário, que era a guia da viagem.
Ele estava sem trabalhar no momento, se recuperando de um outro acidente de caminhão, ocorrido há oito meses.
O velório de Jadson começou na segunda-feira (28) na Igreja Viva, de Fradinhos, em Vitória.
Já o sepultamento está marcado para esta terça-feira (29), no Cemitério de Carapina, na Serra.
A Tribuna - Seu irmão costumava participar das excursões?
Jayane Zordan - Ele já tinha ido algumas vezes. Como nossa avó é guia de excursões e tem uma certa idade, ele, às vezes, ajudava nas viagens que ela fazia. Aproveitava para também passear.
Ele nunca se negou a ajudar ninguém. Era sempre prestativo. Para mim, vai ficar sempre a lembrança do menino carinhoso e presente. Ele amava estar com a família.
Pelo menos uma vez por mês a gente se reunia para almoços. Ele nunca faltava. Também gostava de sair com os amigos.
Estava trabalhando no momento?
Ele estava acabando de receber um seguro por causa de um acidente que sofreu no ano passado.
Acidente de trabalho?
Sim. Ele dirigia um caminhão, que se acidentou na Serra e bateu em um poste. No acidente, uma pessoa que estava no carona, com ele, morreu. Era um amigo, então ficou muito abalado.
Até hoje meu irmão tinha uma atrofia na mão, e não podia pegar peso. Ainda se recuperava.
Qual a última lembrança com seu irmão?
Falei com ele na sexta-feira de manhã. Ele já estava na casa da minha avó durante o dia. Foi almoçar com ela para depois viajarem.
Ele estava muito ansioso e feliz porque ia viajar, já que poderia espairecer um pouco também.
A excursão tinha muitos idosos, mas meu irmão era muito carismático e se enturmava logo com todo mundo. Mandou foto de lá para o grupo que temos.
Antes de sair, no domingo, também mandou mensagem para minha mãe, falando que estava saindo e que avisaria quando chegasse, porque ele morava com ela.
Também mandou mensagem para a namorada dele avisando que estavam indo embora.
Como soube do acidente?
Meu pai ligou para minha mãe assim que viu sobre o acidente. Não sei como ele ficou sabendo, mas ele recebeu as imagens do ônibus.
Já sabiam que ele não tinha sobrevivido?
Não, mas o pressentimento de pai e mãe ninguém engana. Eles sentiram que meu irmão tinha morrido. No caminho, minha mãe falava “meu filho morreu”. Quando chegamos lá, o policial rodoviário federal confirmou.
A família busca justiça?
Queremos, na verdade, garantir que a filha dele, de 8 anos, tenha seus direitos garantidos. Ele deixou uma criança que está sofrendo muito e que era apaixonada pelo pai. É muito triste.
Sua avó também está internada?
Sim. Uma tia está com ela no hospital em Cachoeiro, mas há previsão de que ela seja transferida para Vitória (segunda-feira).
Ela teve de passar por cirurgia por causa de uma perfuração no pulmão. O estado de saúde é estável, mas ainda não sabe da morte do meu irmão (até segunda-feira).
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