Golpes mais comuns na compra e venda de carros pela internet
Entre as práticas mais usadas por golpistas está a exigência de pagamento antecipado e anúncios com preços bem abaixo do mercado
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Anúncios com preços muito abaixo do mercado, pedidos de depósitos de valores antecipados e veículos adulterados estão entre os golpes mais comuns que criminosos usam na hora de supostamente comprar ou vender carros e motos pela internet.
Na expectativa de adquirir um automóvel, muitas pessoas não ficam atentas a detalhes que podem fazer a diferença contra os criminosos, que usam sites para fazer as falsas negociações, alertam especialistas.
O titular da Delegacia Especializada de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV), delegado Luiz Gustavo Ximenes, exemplifica que vítimas acessam sites de vendas e escolhem uma moto, só que o veículo está no nome de outra pessoa, diferente daquela que fez o anúncio.
“O comprador não faz a vistoria adequada e acaba sofrendo um golpe. Ele adquire uma motocicleta com alguns caracteres adulterados e até com restrição de furto ou roubo”, afirma.
Há casos em que o criminoso, sem ser o verdadeiro dono do carro ou moto, engana o comprador, dizendo que este, depois de 15 ou 30 dias, consegue passar o veículo para o próprio nome. Em outros casos, os bandidos falsificam os documentos dos veículos.
“Alguns compradores adquirem as motos sabendo que são roubadas e, se identificados, respondem pelo crime de receptação”, afirma.
Conselheiro da Associação de Revendedores Independentes de Veículos do Estado (Arives) e proprietário da Dakar Veículos, Felicio Pezente diz que há dois golpes comuns. Um deles é o anúncio de veículos por um criminoso, que se passa por gerente de concessionária e pede pagamento antecipado.
“O criminoso pede um Pix, por exemplo, de R$ 10 mil, como se fosse gerente de concessionária, mas o pagamento é no CPF dele. Ele diz que é para 'segurar' o veículo, por ter muitos interessados”.
Outro golpe ocorre quando o bandido pede para tirar uma foto do carro na concessionária e faz um anúncio de venda em qualquer lugar do País, se passando pelo estabelecimento.
O consultor especialista em segurança pública e privada Emir Pinho conta que golpistas fazem anúncios com valores bem abaixo do mercado. “Geralmente eles justificam a venda dizendo que estão passando por uma emergência, como pai ou mãe doentes”.
Opiniões


Saiba mais
Nunca forneça fotos pessoais
Golpes mais aplicados
Veículos roubados
Veículos são anunciados com preços muito abaixo do mercado e estão em nome de outra pessoa, que não é o suposto vendedor. O criminoso diz que a vítima consegue passar o veículo para o próprio nome, o que não se confirma depois.
Documentos falsificados
Os bandidos falsificam os documentos dos veículos roubados ou furtados para conseguir vender em anúncios feitos pela internet. O veículo é negociado pessoalmente.
Falso gerente
Criminosos fazem o anúncio de veículos, se passando por gerente de estabelecimentos que vendem carros e motos.
Eles pedem pagamento antecipado para “segurar o veículo”. Só que o Pix é em um CPF ou com dados de terceiros e não de uma concessionária.
Carro ou moto “fantasma”
O golpista pede para tirar uma foto do carro na concessionária e faz um anúncio de venda em qualquer lugar do País, se passando pelo estabelecimento. O veículo é pago, geralmente com uma entrada, porém nunca é entregue.
Cópia de anúncios
O golpista copia as informações do veículo anunciado na internet e cria outro parecido, com valor menor.
Ele marca encontro para que possa conhecer quem está interessado em comprar o veículo e pede para o futuro comprador depositar o dinheiro numa conta que está em nome de outra pessoa. Em seguida, bloqueia a vítima e foge.
Dicas
Desconfie de ofertas tentadoras
Antes de qualquer contato, pesquise o valor real do veículo e fuja de “oportunidades imperdíveis” demais.
Nunca pague antecipadamente
Jamais deposite sinal ou qualquer valor antes de ver o carro, verificar a documentação e ter segurança sobre a negociação.
Confira os documentos
Use o site do Detran para conferir placa, chassi, débitos ou restrições. Exija o Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo (CRLV).
Negocie sempre presencialmente
Prefira encontros em espaços públicos e nunca forneça documentos originais ou fotos pessoais.
Fonte: Especialistas e pesquisa/AT.
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