Federal desvenda mistério das bolsas com cocaína encontradas em praia do Estado
Investigação iniciada em Santa Catarina mostrou operação para levar seis toneladas de drogas para África e Europa
Escute essa reportagem

A Polícia Federal desvendou o caso de bolsas náuticas com cargas de cocaína, que foram encontradas no litoral do Espírito Santo, entre maio e julho deste ano. A droga - que era transportada em um esquema de tráfico internacional - seria levada da cidade de Itajaí, na região Sul do país, para países da África e da Europa. No entanto, a carga foi abandonada por traficantes em alto mar e acabaram sendo conduzidas pela maré para o litoral capixaba.
Os fatos foram apontados no âmbito da operação Mar Aberto, iniciada em Santa Catarina, na Região Sul do País.
De acordo com a PF, em fevereiro deste ano, um dos barcos utilizados no tráfico foram interceptados em alto mar durante uma tentativa de uma carga de 2,8 toneladas de cocaína para a África. Para escapar da polícia, os traficantes abandonaram parte da carga de cocaína, que estava armazenada em bolsas náuticas. Parte dessas bolsas, que somam 442 quilos da droga, foram encontradas no litoral do Espírito Santo e da Bahia.
"A operação de hoje, que desarticulou esta grande organização criminosa, resolve os mistérios da bolsas de cocaína que, de maio a julho deste ano, chegaram ao litoral capixaba depois que uma das embarcações abordadas se desfez das bolsas, jogou na água e fez com que a maré trouxesse para o litoral capixaba", explicou o superintendente da Polícia Federal no Espírito Santo, delegado Eugênio Ricas.
O tráfico operava da seguinte forma: por meio da simulação de operações de pesca, o grupo criminoso buscava dissimular o carregamento e movimentação de cargas de cocaína até determinados pontos em alto mar, de onde seriam resgatadas por embarcações estrangeiras e então levadas até países da África e Europa.
Ainda no âmbito da operação, a Polícia Federal apreendeu três barcos de pesca e cumpriu 26 mandados de busca e apreensão e prisão, nos Estados de Santa Catarina, Paraná e em Itapemirim, no litoral sul capixaba. As investigações apontam que o grupo enviou mais de 6 toneladas de drogas até a costa da Namíbia, Ilha da Madeira e África do Sul.
"As investigações tiveram início em outubro de 2020 e possibilitaram identificar uma organização criminosa que se apossou de barcos de pesca industrial para transportar grandes quantias de cocaína para o exterior. Além da aquisição de barcos de grande autonomia e capacidade de armazenamento de carga, a organização contratou, em vários pontos do país, tripulações especializadas na atividade de navegação marítima para realização de longas travessias intercontinentais", explicou a Polícia Federal.
Todos os investigados no caso podem responder pelos crimes de tráfico internacional e associação para o tráfico, cujas penas somam entre 8 e 25 anos de prisão, além da perda dos bens utilizados nas ações criminosas ou adquiridos com o proveito destas.
Comentários