Familiares de empresário morto em Guarapari protestam por justiça
Uma carreata saiu do posto de gasolina onde Thiago foi assassinado, e seguiu até o Fórum da cidade
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Familiares e amigos do empresário Thiago Nossa, de 31 anos, brutalmente assassinado no dia 11 de novembro em Guarapari, foram as ruas nesta terça-feira (11), pedir justiça. É que as três pessoas que foram presas, apontadas pela polícia como mandantes do crime, foram liberadas pela Justiça para responder em liberdade.
A mãe de Thiago, Cláudia Nossa, declarou que a prisão dos responsáveis não vai trazer o filho de volta, mas a sensação de impunidade causa revolta.
“É uma crueldade, uma covardia, o que está acontecendo. A polícia trabalhou e identificou os assassinos, mas a justiça soltou. A pessoa que se fazia de amigo do meu filho, fez isso com ele (o matou). Nada vai trazer meu filho de volta, mas tudo que queremos é justiça”, disse a mãe.
Uma carreata saiu do posto de gasolina onde Thiago foi assassinado, e seguiu até o Fórum da cidade, onde os presentes fizeram um momento de silêncio.
“Isso não pode ficar assim. Queremos uma explicação da Justiça, que autorizou a liberdade dessas pessoas. Das cinco pessoas presas, três já foram soltas. Que justiça é essa?”, indagou a mãe.
O mandante do crime, um também empresário da construção civil no município, de 56 anos, o funcionário dele, de 48 anos, e a mulher, de 44, foram liberados semanas depois da prisão. Os três foram presos no dia 14 de dezembro, e liberados no dia 27 de dezembro.
Seguem presos um homem de 27 anos e a mulher, de 26 anos, encontrados em Eunápolis, na Bahia, no mesmo dia 14 de dezembro. Um homem ainda está foragido.
11 de dezembro
O crime chegou a ser registrado como latrocínio pela Polícia Militar do Espírito Santo (PMES), mas durante as primeiras diligências começou a ser tratada como homicídio, e ficou sob a responsabilidade da Divisão de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) de Guarapari.
Thiago foi assassinado dentro do escritório da própria empresa, JM Terraplanagens e Construções, que fica no estacionamento de um posto de combustíveis do bairro Aeroporto.
“Dois indivíduos invadiram o local de trabalho da vítima, tentaram simular um roubo, mas na verdade estavam cometendo um crime de mando. Eles abordaram, entraram em luta corporal e mataram a vítima”, explica o titular da DHPP, delegado Franco Malini.
O empresário levou duas facadas e foi alvejado por duas vezes na região da cabeça, chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu na ambulância.
Thiago é sobrinho do ex-prefeito da cidade, Orly Gomes. O pai de Thiago, José Maria, morreu após um acidente de trabalho há 8 anos. Thiago deixou esposa, e uma filha de 7 anos.
O outro lado
A defesa do empresário do ramo da construção civil declarou que "a excelentíssima desembargadora de plantão, por meio de uma decisão técnica e justa, fez prevalecer o princípio constitucional da presunção de inocência, e devolveu a liberdade ao nosso cliente, e ao final demonstrar a sua inocência".
A reportagem de A Tribuna, no entanto, não conseguiu contato com a defesa do funcionário dele e a mulher do funcionário.
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