"Era ele ou eu", afirma dona de casa que esfaqueou marido na Serra
Dona de casa relatou que o marido atirou nela durante a briga. Para se defender, ela pegou a faca e o esfaqueou
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Com lágrimas nos olhos e ainda muito assustada, a dona de casa, de 29 anos, que esfaqueou e matou o marido após ele atirar contra ela, esteve, na manhã deste sábado (24), no Departamento Médico Legal (DML), de Vitória, para fazer um exame.
Ela, que vai responder o processo em liberdade, já que a autoridade policial entendeu que o crime foi cometido em legítima defesa, conversou com a reportagem de A Tribuna e reforçou que esfaqueou o marido para se defender
A Tribuna- Como aconteceu tudo?
Dona de casa- Ele bebeu, se alterou, houve uma discussão e acabou que deu no que deu. Ele atirou em mim, ele tentou me lesionar várias vezes, mas para me defender eu tive que fazer o que fiz. Em 3 anos que estávamos juntos, eu nunca tive a intenção de matá-lo, mas era ele ou eu, e eu tive que me defender. Jamais faria mal a alguém.
E essa parte do tiro, como foi ?
Durante a briga, eu tinha caído, molhado minha roupa e foi quando ele foi atrás de mim, apontou e atirou, mas não me acertou.
Ele falava algo?
Falava que ia me matar.
Porque vocês brigaram?
Ele se alterou com uma coisa que eu havia falado. Eu falei uma coisa para ele e ele disse que eu não havia falado. Não tinha necessidade nenhuma de brigar. De uma certa forma, foi ciúmes.
Como foi o relacionamento nesses 3 anos?
A gente teve muitos momentos bons, mas ele sempre foi uma pessoa ignorante, sempre houve outras agressões, mas nada que fosse tão grave como a de ontem. Ele já tinha me agredido outras vezes.
Como ele agredia?
De estrangular, apertar o meu pescoço.
Como você se sentia ?
Sem explicação, é triste, é humilhação, é um misto de sentimentos.
Por que não procurou a polícia antes?
Porque sempre tinha a desculpa, que não ia mais acontecer e eu perdoava. Mas nunca teve o fato dele apontar a arma para mim. Essa foi a primeira vez. Foi um ato de desespero.
O que você diria às mulheres que são vítimas de violência?
Que não aceitem, porque eles não mudam. Mudam por um tempo, mas vai acontecer novamente. Meu Natal nunca mais será o mesmo.
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