Em depoimento emocionado, avó do menino Kauã critica as "mães omissas"
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A dor de perder um neto de seis anos de idade levou a aposentada Marlucia Butkowsky, de 59 anos, a fazer um desabafo contra as mães "omissas" e que não protegem os seus filhos. Marlucia é avó do menino Kauã Butkowsky Sales, de 6 anos, que, ao lado do irmão Joaquim Sales, de 3 anos, foi estuprado e assassinado em Linhares, há três anos.
O acusado do crime é o ex-pastor Georgeval Alves, padrasto de Kauã e pai de Joaquim. A mãe das crianças, a pastora Juliana Sales, chegou a ser presa, mas foi absolvida das acusações de participação no crime.
Em um discurso emocionado, Marlucia relembrou a violência contra o seu neto e o irmão, além de outras crianças, e falou que as mulheres tem o dever de proteger as suas crianças. O desabafo foi feito durante uma solenidade da Prefeitura de Vitória, realizada na manhã desta terça-feira (18), que contou com a presença da Ministra dos Direitos Humanos, da Família e da Mulher, Damares Alves.
"Kauã foi retirado de nossas vidas tragicamente, de uma forma insana, por um monstro assim como foi com a menina Aracely. Eu peço aos pais e as pessoas que protejam as suas crianças, que realmente protejam. Estamos vendo tanta tragédia, uma em cima da outra. Vemos tantos pais, tantos padrastos, e principalmente, tantas mães omissas. A mãe, que deveria gerar um filho, cuidar, e fazer parte dela como mãe... Dizem que mãe é tudo! Eu não tô vendo isso. Que mães omissas são essas?", afirmou.

Marlucia defendeu a mudança na legislação brasileira para proteger as crianças. "Ontem faleceu uma menina de 6 anos, de Ecoporanga... a idade do meu neto. E aí? As pessoas vão continuar impunes? Daqui a 15 anos eles saem da cadeia. Eu não quero isso para nenhuma criança", enfatizou.
"Mães, cuidem dos seus filhos, para que não aconteça o que aconteceu com o Kauã, Aracely, Henry, Joaquim... Eu, como avó, a única coisa que eu quero é ver a mudança nas leis brasileiras. Só isso", completou.
No local do evento, faixas pedindo justiça pelas mortes de Kauã e Joaquim, além de outras crianças, foram espalhadas. Ao fim de sua fala, Marlucia recebeu um abraço de solidariedade da ministra Damares Alves.
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