Duas crianças e mais três pessoas ficam feridas durante troca de tiros em Vitória
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Duas crianças, de 2 e 3 anos, acabaram feridas com estilhaços de bala de fogo após uma troca de tiros entre militares e bandidos no Morro do Jaburu, em Vitória, na madrugada deste domingo (27). Outras três pessoas, um homem de 47 anos e duas jovens de 20 anos, também ficaram feridas.
A confusão começou após os policiais terem se dirigido ao Morro do Jaburu, onde fariam uma ação. Segundo a Polícia Militar, ao chegar ao local a equipe foi recebida a tiros por criminosos.
De acordo com moradores, uma festa familiar que contava com a presença de aproximadamente seis crianças era realizada nas proximidades do local onde ocorreu o confronto.
“Era meu aniversário. Fiz uma festa pequena, só para familiares, por conta da pandemia. Quando foi dando por volta de 0h, os policiais chegaram lá e, sem falarem nada, começaram a atirar. Entrei em desespero. Meu sogro, que estava na linha de tiro, estava com meu filho de 3 anos no colo e tentou protegê-lo, mas ainda assim um estilhaço atingiu o rosto do meu pequeno”, contou uma auxiliar de cabeleireira, de 20 anos, que não quis se identificar.
Uma cuidadora de crianças, 20 anos, que precisou de atendimento médico após ser atingida por vários estilhaços de calibre .233, utilizado em fuzis, conta também que estava com uma criança no colo no momento do tiroteio.

“Eu pensei que ia morrer. A criança que estava no meu colo, graças a Deus não ficou ferida, mas eu machuquei o queixo, pernas e braços com os estilhaços", explicou a moradora.
Um polidor de carro, 47 anos, que também ficou ferido na perna direita por tiros de borracha, afirma que foi até a festa após descobrir que a filha havia sido atingida com estilhaços de bala de fogo.
“Eu estava dormindo quando os vizinhos vieram na minha casa me avisar que ela havia sido atingida. Quando cheguei lá, fiquei muito nervoso porque a vi caída no chão e, quando fui falar com os militares, um deles atirou com bala de borracha contra mim”.
Polícia diz que foi hostilizada por moradores
Por meio de nota, a PM disse que, durante o socorro ao bandido à qual havia atirado contra a guarnição e que foi atingido com os revides dos militares, populares hostilizaram os policiais de forma violenta, chegando a atingir um dos militares de raspão com uma pedrada.
A PM disse ainda que tais circunstâncias têm se tornado comuns nas ocorrências em locais cujo tráfico tenta dominar. "A Polícia Militar, sempre que for agredida, responderá na proporção legal e adequada para garantir o cumprimento de seu dever constitucional", afirma a nota.
E com relação à segurança das pessoas em áreas de conflito, em especial “mulheres, idosos e crianças, que misturam-se à multidão agressora e acabam por sofrer as consequências da resposta proporcional. No caso em questão, foram utilizados equipamentos de menor potencial ofensivo, adequados quando ocorrem agressões não letais”.
Sobre as crianças que ficaram feridas, a PM disse que lamenta e está à disposição para esclarecer todas as circunstâncias. A instituição ressaltou ainda que “quaisquer ilações que atribuam à PMES culpa na lesão de qualquer pessoa, sem investigação, em área onde já ocorria confronto prévio entre criminosos, é pura leviandade. Estamos, contudo, prontos para ouvir a comunidade pelos meios oficiais de denúncia, garantindo uma apuração isenta e com observância ao que prevê o estado democrático de direito”.

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