Caso Gabriela de Jesus: acusados são condenados a mais de 30 anos de prisão
Júri popular dos acusados de matar a advogada Gabriela Silva de Jesus durou mais de oito horas. O crime aconteceu em agosto de 2017, na Serra
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Após oito horas de julgamento, os dois acusados de assassinar a advogada Gabriela Silva de Jesus, de 24 anos, foram condenados a mais de 30 anos de prisão pelos crimes de homicídio quadruplamente qualificado, sequestro ou cárcere privado, tortura e por desprezar o corpo da vítima. O júri popular começou durante a tarde e terminou na noite de quarta-feira (19), no Fórum da Serra.
O ex-noivo de Gabriela, Rogério Costa de Almeida, foi condenado a mais de 37 anos de prisão, enquanto que o amigo dele, Alexandre Santos de Souza, recebeu condenação de 30 anos e 8 meses por ter ajudado Rogério a cometer o crime. Inicialmente, os dois vão cumprir a pena em regime fechado.
Gabriela Silva de Jesus foi assassinada na Serra, em agosto de 2017. De acordo com a investigação da polícia, ela foi espancada, estrangulada, estuprada e morta. Os dois condenados ainda jogaram o corpo de Gabriela perto da Rodovia Norte-Sul e passaram com o carro por cima para simular um atropelamento.
O júri foi conduzido pelo juiz de Direito Douglas Demuner Figueiredo e, durante o julgamento, a promotora de Justiça Natássia Martins Sarmento, sustentou os fatos narrados na denúncia e demonstrou como os réus cometeram o crime com base nas provas existente nos autos, que conta com vários vídeos, laudos e investigação criminal. O plenário do Tribunal do Júri permaneceu cheio durante o julgamento, e teve a presença do pai e outros parentes da vítima.
Rogério e Alexandre foram condenados pelos crimes de homicídio quadruplamente qualificado (por motivo torpe, emprego de meio cruel, praticado mediante recurso que impossibilitou a defesa da vítima e por envolver violência doméstica e familiar), além de sequestro ou cárcere privado, tortura e por desprezar o corpo da vítima, conforme pedido pelo Ministério Público Estadual, na denúncia oferecida à Justiça. Ambos já estavam presos preventivamente no Centro de Triagem de Viana.
“O resultado do Júri desse crime tão bárbaro é uma demonstração de que o sistema de Justiça está funcionando em nome da sociedade e que é severo, quando necessário, em face de tais brutalidades, que não poderiam passar impunes nem demorar mais para serem julgadas. Acredito que contribuímos para dar a resposta que a família da vítima e a sociedade esperava de nós”, afirmou a promotora.

Relembre
Os crimes foram cometidos no dia 24 de agosto de 2017, no bairro Colina de Laranjeiras, na Serra. Na ocasião, o ex-noivo da advogada e o amigo dele seguiram de carro para o trajeto feito rotineiramente por ela no bairro. Conforme a denúncia ajuizada pelo MPES, ambos fizeram uma emboscada, forçaram a advogada a entrar no veículo, quando ela ia para o trabalho.
A vítima saiu de casa em torno de 11h40. Os réus já esperavam por ela em um carro escondido atrás do outro automóvel, próximo à residência dela, desde as 11h26.
Quando a advogada saiu de casa, um dos réus a jogou dentro do carro, que saiu em disparada. Eles mantiveram a vítima no interior do automóvel por aproximadamente oito horas, circulando de carro pela cidade, e a submeteram a intenso sofrimento físico e mental, com golpes nos supercílios e na região frontal da cabeça, envenenamento e depois, asfixia e atropelamento.
Os crimes foram praticados como forma de aplicar à advogada castigo, porque o ex-noivo, Rogério, não aceitou o fim do relacionamento. Eles também tentavam obter a senha do aparelho celular dela para colherem informações de um relacionamento amoroso da advogada com outra pessoa.
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