Advogado foi assassinado por vingança de traficantes, diz polícia
Essa é a conclusão da Polícia Civil em relação ao assassinato de Edson Faria dos Santos. Um jovem de 21 anos já foi preso pelo crime
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A Polícia Civil concluiu que o advogado Edson Faria dos Santos, de 37 anos, foi morto a tiros dentro de um condomínio no bairro Nova América, em Vila Velha, no dia 5 deste mês, por traficantes que também moram na região e teriam matado a vítima por vingança.
Um jovem de 21 anos foi preso pela equipe da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vila Velha, apontado como um dos coautores do assassinato do advogado.
De acordo com o delegado titular da DHPP de Vila Velha, Tarik Souki, as investigações apontaram que havia uma rivalidade entre vítima e assassinos.
“Isso aumentou em outubro, quando uma mulher foi presa no condomínio com uma grande quantidade de entorpecentes”.
Para a polícia, após a prisão da mulher, os traficantes pensaram que as denúncias foram feitas pela vítima, que atuava como advogado criminalista.
A polícia também concluiu que, no dia do crime, Edson saiu para uma confraternização e retornou por volta das 18 horas.
“As investigações indicam que ele chegou em seu condomínio e efetuou disparo para o alto e esse comportamento não agradou esses narcotraficantes, que foram até o seu apartamento e passaram a ter uma discussão com ele. Depois, os indivíduos desceram, retornaram e chamaram pelo advogado que, desconfiado, pegou sua pistola calibre 9 mm, colocou na cintura, pegou dois carregadores e desceu para conversar com esses indivíduos”, explicou o delegado Tarik Souki.
Quando o advogado chegou na portaria, foi surpreendido pelos assassinos que efetuaram diversos disparos. No dia do crime, Edson foi encontrado com 11 perfurações de entrada e saída causadas por arma de fogo, sendo quatro no braço esquerdo, quatro nas costas e três no tórax.
Logo após o crime, os policiais fizeram diligências que resultaram na prisão de um dos assassinos, de 21 anos. O outro suspeito segue foragido e o motivo dos disparos do advogado ao chegar da confraternização não foi esclarecido.

Para realizar o sonho de cursar uma faculdade particular de Direito, os familiares informaram, na época do crime, que Edson trabalhou como garçom e churrasqueiro para conseguir pagar os estudos e se formar.
Ele atuava como advogado criminal há cerca de quatro anos e dava mais um passo na carreira, após alugar uma sala comercial em Campo Grande, Cariacica.
Familiares e amigos pedem justiça
A prisão do homem de 21 anos, envolvido no assassinato do advogado Edson Faria dos Santos, de 37 anos, não diminuiu o desejo de Justiça da família da vítima.
A esposa, uma cozinheira de 46 anos, ainda aguarda pela punição dos indivíduos que tiraram a vida de seu marido.
“A justiça será feita quando as peças que estão faltando forem presas, julgadas e condenadas. É o que merecem”.
A cozinheira afirma que Edson era um homem bom, honesto e decente. Depois do ocorrido, ela diz sentir muito medo.
“Está longe desse pesadelo terminar, parece que não vai terminar nunca”, completa a cozinheira.
Para o assistente de acusação Taylon Gigante, a prisão do acusado foi uma vitória importante. Ele elogia o trabalho de investigação da Polícia Civil, mas reitera a posição da família da vítima.

“A Polícia Civil tem feito um trabalho brilhante, já é uma conquista muito grande a prisão desse acusado. Entretanto, ainda tem muito a ser feito. A família espera por justiça e vamos continuar nesta luta incansavelmente. É hora de manter a prisão do acusado, prender quem falta e levá-los a júri popular”, afirma o assistente de acusação.
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