19 dias após ser preso, Dondoni ainda não foi trazido para o Espírito Santo
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Preso há 19 dias, o empresário Wagner José Dondoni de Oliveira ainda não foi trazido para o Espírito Santo. Ele foi condenado pela Justiça capixaba a mais de 26 anos de prisão por ter causado um acidente, que resultou na morte de três pessoas de uma mesma família há mais de 13 anos, na BR-101, em Viana.
Dondoni se apresentou na delegacia da cidade de Coronel Fabriciano, interior de Minas Gerais, no dia 8 deste mês, após o juiz Romilton Alves Vieira Junior, da 1° Vara Criminal de Viana, expedir um mandado de prisão contra o empresário, dois dias antes dele se entregar.
Após a prisão, ele fio encaminhado para o Centro de Remanejamento Provisório (Ceresp) de Ipatinga, também em Minas Gerais.
Pelo andamento do processo no site do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES), até a noite desta terça-feira (27), não havia pedido para que Dondoni fosse trazido para alguma penitenciária capixaba para cumprir a pena.
Em nota, o TJES explicou que a transferência de presos de um estado da Federação para outro é denominada de recambiamento e fica a cargo das respectivas Secretarias de Justiça (ou Administração Prisional).
"O preso condenado tem o direito de cumprir a pena em local mais próximo de sua família. No Espírito Santo, essas transferências são requeridas administrativamente perante a Sejus pelo preso ou por seus familiares. Uma vez deferida, a efetivação fica condicionada aos trâmites administrativos para o seu cumprimento", informou.
A reportagem procurou a defesa do empresário. O advogado Rogério Pires Thomaz disse que prefere não se manifestar sobre o caso.
A Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) de Minas Gerais foi questionada se recebeu algum pedido de transferência do preso. "Por razões de segurança, informações sobre transferências de presos não são divulgadas", disse em nota.
A Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) informou que Dondoni não deu entrada no sistema penitenciário capixaba.
Relembre

O empresário Wagner Dondoni foi condenado por dirigir embriagado, fazendo zigue-zague na pista, quando voltava de uma boate em Guarapari, na BR-101, em Viana, no dia 20 de abril de 2008. No caminho, bateu de frente com um veículo conduzido pelo cabeleireiro Ronaldo Andrade.
Ronaldo perdeu seus dois filhos, Rafael Scalfoni Andrade, de 13 anos, e Ronald Andrade, de 3 anos, além de sua mulher, Maria Sueli Costa Miranda, 29. O cabeleireiro foi o único sobrevivente.
Dondoni chegou a ficar preso por um ano, dois meses e 13 dias no Centro de Triagem de Viana (CTV), após a condenação, em 2018. No entanto, foi solto após o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) acatar o pedido de liberdade com base na decisão que absolveu o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Na época em que Dondoni foi solto, o advogado de defesa, Rogério Pires Thomaz, chegou a afirmar que a Justiça não estipulou nenhuma restrição a ele, como uso de tornozeleira eletrônica.
O empresário tentou recorrer da decisão em 2019, pelo Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES), o que foi negado. Após as duas tentativas, não cabe mais recurso e a pena final ficou definida em 26 anos e 10 meses de reclusão em regime fechado.
No dia 6 de julho deste ano, o juiz Romilton Alves Vieira Junior, da 1° Vara Criminal de Viana, expedir um mandado de prisão contra o empresário. Dondoni se apresentou, de forma espontânea, na delegacia de Coronel Fabriciano, em Minas Gerais, dois dias após a ordem de prisão e segue preso no estado.
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