X

Olá! Você atingiu o número máximo de leituras de nossas matérias especiais.

Para ganhar 90 dias de acesso gratuito para ler nosso conteúdo premium, basta preencher os campos abaixo.

Já possui conta?

Login

Esqueci minha senha

Não tem conta? Acesse e saiba como!

Atualize seus dados

Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo

Cidades

Polícia confirma detenção de homens que colhiam sangue para pesquisa sobre covid-19 no ES


Equipes da primeira pesquisa nacional sobre a pandemia de Covid-19 foram detidas pela polícia em São Mateus. Com orientação do Ministério da Saúde, os pesquisadores estavam coletando sangue da ponta dos dedos dos moradores quando foram denunciados.

Imagem ilustrativa da imagem Polícia confirma detenção de homens que colhiam sangue para pesquisa sobre covid-19 no ES
|  Foto: iStockphotos

O objetivo da pesquisa é estimar quantos brasileiros já foram infectados pelo novo coronavírus, o que auxilia o planejamento do combate à doença e o seu estudo científico. As secretarias municipais de saúde dos municípios, no entanto, não estavam sabendo.

Em São Mateus, a Polícia Militar diz que foi acionada por moradores do bairro Cohab para averiguar a informação de que dois homens estavam visitando as residências e se identificando como profissionais da área da saúde para colher o sangue.

“Quando a guarnição da polícia chegou ao local, encontrou dois homens com vários materiais e lixos biológicos. A PM acionou a Secretaria Municipal de Saúde, que informou não ter nenhum conhecimento de que uma pesquisa estava sendo realizada em São Mateus por qualquer órgão ligado à área da saúde”, informou a Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp), em nota.

Os homens se identificaram como prestadores de serviço do Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope), que está fazendo a pesquisa para o governo federal. De acordo com a Sesp, uma mulher se apresentou na delegacia e se identificou como supervisora da equipe. Ela informou que nenhum deles possuía formação na área da saúde, apenas treinamento prático para colher o sangue.

Os dois homens e a mulher foram autuados no artigo 41 da Lei das Contravenções Penais, que fala em “provocar alarde, anunciando desastre ou perigo inexistente, ou praticar qualquer ato capaz de produzir pânico ou tumulto”. A pena prevê entre 15 dias e seis meses de prisão. Eles assinaram um termo circunstanciado e vão responder em liberdade.

A pesquisa é financiada pelo Ministério da Saúde e teve início na semana passada em 133 municípios do País. Segundo os organizadores do estudo, o Ministério da Saúde enviou ofício aos governos locais a respeito da realização da pesquisa. “Aparentemente, tais comunicados não chegaram a prefeituras ou Vigilâncias Sanitárias” disse a Ibope Inteligência, Márcia Cavallari.

O estudo parece uma pesquisa de opinião, eleitoral, por exemplo. Mas, em vez de contar suas preferências para o entrevistador, a pessoa sorteada pela pesquisa dá uma amostra de sangue da ponta do dedo, coletada em sua casa. Com o teste de uma parcela da população, é possível estimar quantos foram infectados no país inteiro.

Secretaria de Estado da Saúde

Um estudo semelhante, realizado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), também está testando a população do Estado para detecção de anticorpos do novo Coronavírus. Na semana passada, moradores 19 municípios passaram pela análise. Os primeiros resultados serão divulgados a partir desta semana.

A reportagem do Tribuna Online questionou se a Sesa tinha conhecimento da pesquisa do governo federal.

Por meio de nota, a secretaria informou que "recebeu ofício do Ministério da Saúde (MS) sobre a pesquisa “Evolução da Prevalência de Infecção por Covid-19 no Brasil: Estudo de Base Populacional” na sexta-feira (15), depois do trabalho iniciado. Apesar do atraso da comunicação do MS com os municípios, a Sesa acionou equipes da Vigilância em Saúde Estadual para fortalecer a interlocução com os municípios pesquisados, destacando a importância da realização da referida pesquisa para o manejo da pandemia no Brasil.

A Sesa esclarece, ainda, que a pesquisa realizada pelo MS não possui relação com o “Inquérito Sorológico Covid-19 no ES”, lançado pelo Governo Estadual no último dia 13 e realizado em parceria com os 19 municípios selecionados, cuja próxima fase será de 27 a 29 de maio."

São Mateus

A denúncia das detenções e agressões aos pesquisadores foi publicada pelo jornal Folha de São Paulo no final de semana, tendo como base informações passadas pelos coordenadores do trabalho, da Universidade Federal de Pelotas, e o Ibope, que faz o trabalho de campo.

A Prefeitura de São Mateus confirma as detenções, mas nega que os pesquisadores tenham sido agredidos. Por meio de nota, a prefeitura informou que "o município foi informado por moradores que 18 pessoas, transportadas em duas vans, estavam fazendo testes de Coronavírus em diversos bairros. Contudo, como o município não havia sido comunicado sobre a ação nem pelo Ministério da Saúde tampouco pela Secretaria Estadual de Saúde, acionou autoridades policiais e foi à campo averiguar".

Inicialmente, profissionais da Secretaria de Saúde de São Mateus pensaram ser o Inquérito Epidemiológico feito pelo Governo do Estado. 

"Em nenhum momento nos opomos à pesquisa, no entanto, era preciso que previamente estivéssemos sido avisados, para que também nos colocássemos à disposição para auxiliar", explicou a prefeitura. 

Cachoeiro

Além de São Mateus, a reportagem da Folha de São Paulo revelou também que a cidade capixaba de Cachoeiro de Itapemirim estava na lista dos coordenadores da pesquisa como uma em que houve detenção dos pesquisadores.

No entanto, a Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim, em nota encaminhada à reportagem, disse "desconhecer quaisquer detenções de profissionais da primeira pesquisa sobre a epidemia de Covid19". Declara ainda que "não sabe porque foi incluída na listagem de cidades onde ocorreram as prisões".

A Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) também enviou nota dizendo que não encontrou "nenhum acionamento recente em Cachoeiro do Itapemirim relativo a esse tipo de situação".

Matéria atualizada às 16h15 de segunda-feira (18).

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Leia os termos de uso

SUGERIMOS PARA VOCÊ: