Pernambuco aciona União em três frentes para enfrentar tarifaço dos EUA
O Governo do Estado solicitou o apoio da União em três frentes principais para reduzir os impactos da medida tarifária imposta pelos Estados Unidos
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O Governo de Pernambuco solicitou o apoio da União em três frentes principais para reduzir os impactos da medida tarifária imposta pelos Estados Unidos, que passou a taxar em até 50% a importação de produtos brasileiros.
As solicitações, divulgadas em nota nesta quinta-feira (31), envolvem a criação de linhas emergenciais de crédito via Banco do Nordeste (BNB), a adoção de políticas compensatórias voltadas à diversificação de mercados internacionais e a atuação diplomática para a defesa dos interesses produtivos do Nordeste junto ao governo norte-americano.
A medida, decretada na quarta-feira (30) pelo presidente Donald Trump, afeta diretamente setores produtivos do Estado e acende um alerta sobre os reflexos nas exportações e no emprego.
Segundo a nota, a governadora Raquel Lyra (PSD) vem acompanhando o cenário desde o anúncio oficial, em diálogo com a Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe) e com representantes das cadeias produtivas mais sensíveis às novas tarifas.
De acordo com o texto, a prioridade da gestão estadual é proteger os milhares de empregos vinculados ao dinamismo da economia local, que podem ser impactados negativamente pelo encarecimento dos produtos pernambucanos no mercado norte-americano.
A expectativa é de que, com a ação federal, os efeitos do tarifaço possam ser amenizados no curto e médio prazo.
Solicitação inclui crédito, exportação e articulação diplomática
As três frentes sugeridas pelo Governo de Pernambuco incluem, inicialmente, a disponibilização de linhas emergenciais de crédito com condições especiais de carência, prazos e juros reduzidos, voltadas especificamente para os setores mais atingidos.
Em seguida, a proposta é de implementação de medidas compensatórias por meio do estímulo à diversificação de mercados, ampliação do acesso a novos parceiros comerciais e reforço das políticas públicas de apoio à exportação.
Por fim, o Estado defende uma atuação firme do Governo Federal junto aos Estados Unidos, com o objetivo de proteger os setores produtivos do Nordeste e garantir diálogo institucional.
A governadora Raquel Lyra deve se reunir com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PS), na próxima terça-feira (5 de agosto), em Brasília. O encontro contará com a presença de todos os governadores do Nordeste e terá como foco principal os efeitos do decreto tarifário na região.
Tom técnico contrasta com críticas mais duras de outros governadores
Embora o Governo de Pernambuco tenha assumido uma postura ativa diante do impacto econômico do decreto, o tom adotado na nota oficial é técnico e institucional, sem críticas diretas ao governo norte-americano ou ao presidente Donald Trump. "O Governo de Pernambuco não medirá esforços para assegurar que os interesses de Pernambuco sejam defendidos", diz nota do governo estadual.
A resposta difere da adotada por outros governadores do Nordeste, como Jerônimo Rodrigues (PT), da Bahia, que classificou a medida como "um ataque frontal aos trabalhadores do Nordeste”. “É como se fosse a preparação de um novo golpe”, declarou.
Durante evento na Estação da Calçada, em Salvador, Jerônimo Rodrigues também classificou as tarifas impostas pelos Estados Unidos como “irresponsável” e afirmou que se tratava de um “ataque à soberania” do Brasil ao impactar diretamente setores produtivos com contratos já assinados e contêineres prontos para exportação, como manga, uva e mel
Já o governador do Piauí, Rafael Fonteles (PT), avisou que o Nordeste não assistirá passivamente ao impacto das medidas propostas pelos EUA. “Defender a economia do Nordeste é defender o Brasil. E é com esse espírito que estamos somando forças”, concluiu Rafael Fonteles.
Nesse contexto, Pernambuco optou por concentrar sua reação em propostas concretas de apoio econômico, priorizando a cooperação com o Governo Federal. Ao final da nota, o Estado afirma que "não medirá esforços para assegurar que os interesses de Pernambuco sejam defendidos".
Ataque à soberania nacional
O decreto assinado por Trump em 30 de julho estabelece uma tarifa adicional de 40 %, que, somada a uma tarifa já existente de 10 %, resulta em 50 % sobre produtos brasileiros, a partir de 1º de agosto de 2025.
A justificativa oficial dos EUA aponta “ameaça incomum e extraordinária à segurança nacional”, alegando práticas do governo brasileiro como perseguição política e violação de direitos humanos.
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As medidas tarifárias impostas pelos Estados Unidos, mesmo com a lista de isenções, representam um cenário de incerteza para a economia pernambucana. Setores cruciais para o estado, como a fruticultura e o agronegócio, continuam vulneráveis.
A taxação sobre produtos como açúcar e manga ameaça diretamente as exportações e os empregos em regiões estratégicas como o Vale do São Francisco e Zona da Mata. Além disso, a indústria de plásticos e borracha, apesar de algumas isenções pontuais, segue sob pressão, uma vez que a maior parte de seus produtos não foi contemplada na lista.
A preocupação agora se volta para o impacto em cascata que a redução de exportações pode causar na cadeia produtiva local, exigindo do estado e dos empresários a busca por novos mercados e estratégias de competitividade.
- Veja nota do Governo de Pernambuco na íntegra
A recente medida tarifária decretada pelos Estados Unidos gera instabilidade e pode afetar as relações comerciais com Pernambuco. Desde o primeiro momento, o Governo, sob a liderança da governadora Raquel Lyra, tem acompanhando a situação e vem dialogando, junto à Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe), com os setores produtivos que serão afetados.
A prioridade máxima do Governo de Pernambuco é proteger os milhares de empregos que dependem do dinamismo da economia do Estado, atuando ao lado do setor produtivo.
Diante das consequências do decreto divulgado pelos Estados Unidos ontem, quarta-feira (30), o Governo de Pernambuco solicitou o apoio do Governo Federal em três frentes principais.
A primeira é a disponibilização, via Banco do Nordeste do Brasil (BNB), de linhas emergenciais de crédito para os setores diretamente afetados, com condições especiais de carência, prazos e taxas.
A segunda é a adoção de medidas compensatórias, como o incentivo à diversificação de mercados internacionais, a facilitação de acesso a países parceiros e políticas de apoio à exportação.
E, por último, a terceira é a proteção e promoção dos interesses dos setores produtivos do Nordeste brasileiro na interlocução com os Estados Unidos.
Na próxima terça-feira, 05 de agosto, a governadora Raquel Lyra estará em Brasília, juntamente com todos os governadores do Nordeste, para uma reunião com o vice-presidente Geraldo Alckmin para tratar desse assunto.
O Governo de Pernambuco não medirá esforços para assegurar que os interesses de Pernambuco sejam defendidos.
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