20 caminhões estão a postos para atender ao equivalente de 29 Maracanãs lotados
Crise humanitária se prorroga em Gaza, com fome, sede, doenças e bombas no 12º dia de guerra

A guerra entre Israel e o Hamas chegou ao 12º dia sem previsões de terminar. De um lado, o grupo extremista não entregou os reféns solicitados pelo exército israelense. De outro lado, com cerca de 2,3 milhões de palestinos, a Faixa de Gaza continua cercada por Israel, sem receber ajuda humanitária como deveria (sem água, sem eletricidade, sem comida).
O conflito tem discursos de um lado e de outro, mas nenhum deles apresenta justificativas aceitáveis. Até às 18h23 (horário de Brasília) e 00h23 de Israel, a ajuda humanitária não tinha furado o bloqueio. Só havia imagens de 20 caminhões com itens básicos para socorrer os afligidos pela guerra. Eles ainda não foram autorizados a entrar.
A Faixa de Gaza tem o equivalente a uma população de 29 maracanãs lotados, Ou seja, 20 caminhões de comida farão pouco efeito quando entrarem para atender aos famintos. E menos de um caminhão para cada uma população semelhante a do Maracanã em dias de clássico.
A derrota do Brasil
O 12º dia também foi marcado pela derrota do Brasil, cuja resolução negociada no Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) foi vetada pelos Estados Unidos.
O governo do presidente Lula propôs um cessar fogo na região e retomada do processo de paz, bem como o fim do bloqueio a Gaza e a criação de um corredor humanitário, mas o veto dos Estados Unidos teve o poder de derrubar todas as propostas.
Até as próprias instalações da ONU em Gaza já foram atingidas 24 vezes, mas o poder de veto dos Estados, como já foi mencionado, é maior do que o apoio oferecido por outros 12 países.
Também hoje, cravou-se mais um dia de impasse para repatriação dos brasileiros que estão em Gaza, ainda impossibilitados de voltar. O Brasil quer retirar os brasileiros por uma passagem no Egito chamada Rafah, mas ainda não houve acordo entre os israelenses e egípcios.
Operação abafa
A quarta-feira também foi marcada por um tipo de operação “abafa” ao massacre de 500 pessoas ocorrido num hospital em Gaza. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, reforçou o discurso de que Israel precisa se defender. E disse "parece" que não foi Israel o autor da destruição da unidade hospitalar.
Até às 18h23, portanto, não se esclareceu nada a respeito da natureza do ataque que tirou a vida de tantas pessoas no hospital. Os vídeos divulgados pelos israelenses não provam que o ataque partiu dos paleslitinos ou do Jihad Islâmico, grupo terrorista que apoia o Hamas. "Os jihadistas islâmicos são responsáveis pela tragédia", divulgou o LTG Herzi Halevi, Chefe do Estado-Maior das IDF.
Enquanto a fome campeia em Gaza e atinge quem não tem a ver com o Hamas, o exército esraelense publica vídeo, muito orgulhoso, de "um mostro marinho", um navio de misseis usados na guerra mais mortal dos últimos 50 anos. E o Hamas, sim, continua atirando contra Israel.
A guerra da aniquilação
O estatuto do Hamas, escrito em agosto de 1988, defende a extinção do Estado de Israel. E Israel tem o direito de existir, como qualquer outra nação. Por sua vez, a Palestina também tem o direito de existir e ter o seu próprio território, o que Israel tem inviabilizado.
Texto escrito com informações da Agência Brasil, da Reuters, das Embaixadas da Palestina, das redes sociais dos principais atores envolvidos (exercito israelense e primeiro-ministro).
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