Sindicato nega excesso de guarda municipal contra menor e oferece apoio à família
Ele também comentou o vídeo que circula nas redes sociais, mostrando a abordagem do guarda ao adolescente
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O Sindicato dos Guardas Municipais de Ipojuca (Sindguardas) saiu em defesa do guarda municipal Carlos Henrique de Medeiros Alves, de 45 anos, que teve a morte cerebral confirmada nesta sexta-feira (4), após ser espancado durante as férias por um adolescente de 17 anos. A família anunciou, ainda, a doação de órgãos da vítima.
A agressão aconteceu na última quarta-feira (2), quando ele estava em um posto de combustíveis às margens da BR-101, em Ipojuca.
O agressor já havia sido abordado pelo agente meses antes, quando estava pilotando uma moto sem habilitação, sem placa e sem idade para dirigir tal veículo.
Segundo o presidente do sindicato, Anselmo Ferreira, o procedimento adotado pelo guarda durante a abordagem ao adolescente, em abril deste ano, seguiu todos os protocolos previstos.
Anselmo Ferreira garante que houve uso progressivo de força, sem excessos
“É o procedimento comum de uma abordagem a um veículo ou a um transeunte. Os guardas, muitas vezes, precisam fazer apreensão de veículos e notificar condutores que não têm habilitação. Nem sempre os abordados aceitam a fiscalização e acabam reagindo, mas o agente está ali para garantir a segurança no trânsito”, afirmou.
Ele também comentou o vídeo que circula nas redes sociais, mostrando a abordagem do guarda ao adolescente.
“No vídeo, o agente informa que o condutor não tem habilitação nem placa no veículo, e que o veículo seria apreendido. O condutor, no entanto, não aceita, tenta sair. A partir disso, há uma resistência clara à ordem do agente público”, destacou.
Anselmo foi firme ao defender a conduta do agente. “Toda a ação do guarda foi legal. Ele apenas tentou conter uma agressão. No segundo vídeo, o menor parte para cima do guarda, tenta agredi-lo, e o agente age para se proteger, tentando segurá-lo para evitar a agressão. Em nenhum momento houve excesso. O guarda apenas tentou se defender, usando os métodos regulares e proporcionais para conter o agressor”, frisou.
Para o presidente, houve uma inversão dos fatos. “O agente estava de férias, descansando, quando foi atacado de forma covarde. Ele não estava em serviço, não representava ameaça a ninguém. A gente vê aí a covardia do ato. A inversão dos valores”, desabafou, lembrando que o guarda municipal levou pancadas na cabeça com um barrote de madeira.
Questionado sobre a existência de um processo contra o guarda após a abordagem de abril, o presidente do sindicato negou. Disse que era fake news.
“Não existe nenhum processo, nem na corregedoria, nem judicialmente. Todas as ações do guarda foram dentro da legalidade. Não há o que falar em punição. Ele apenas cumpriu seu dever como agente de trânsito, e agiu de forma correta do começo ao fim”, respondeu.
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Advogado fala sobre apoio jurídico à família
O advogado do Sindguardas, Eduardo Morais, também falou durante a coletiva. Ele anunciou que o sindicato vai atuar como assistente de acusação no processo contra o adolescente e prestará apoio jurídico à família do guarda.
“Primeiro, vamos garantir que a esposa e o filho dele tenham acesso aos direitos previdenciários. Infelizmente, agora será como pensionistas por morte. Depois, vamos buscar o máximo de rigor possível na Justiça. Sabemos das limitações do ECA, mas, pelo que ocorreu, é certo que o adolescente ficará internado mais de três anos”, explicou.
Morais lamentou a tragédia e reforçou que nada justifica o crime. “Foi uma morte brutal. Nosso foco agora é garantir apoio integral à família e lutar para que o crime não fique impune”, declarou.
A Polícia Civil segue investigando o caso. O adolescente segue apreendido e deve responder por ato análogo a homicídio.
A matéria de Carlos Simões, exibida no JT1, comandado por Artur Tigre, pode ser vista abaixo. É só clicar no link.
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