Maior operação da Polícia Civil em 2025 bloqueia R$ 358 mi e prende 19 pessoas
A quadrilha é suspeita de envolvimento em roubo e adulteração de veículos, tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e falsificação de documentos
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A Polícia Civil de Pernambuco prendeu 19 pessoas e bloqueou judicialmente R$ 358 milhões em bens e ativos financeiros durante a Operação Caminho do Norte, deflagrada nesta terça-feira (6). A quadrilha é suspeita de envolvimento em roubo e adulteração de veículos, tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e falsificação de documentos.
Ao todo, foram cumpridos 52 mandados judiciais, sendo 19 de prisão e 33 de busca e apreensão. A ação ocorreu na Região Metropolitana do Recife, na Zona da Mata Norte e em cidades do estado do Pará. Segundo a Polícia, trata-se da maior operação realizada pela corporação em 2025.
Esquema envolvia desde motos a carros de luxo

O delegado Bruno Ugalde, gestor do DEPATRI, explicou que o grupo atuava com diferentes tipos de veículos.
“A organização criminosa adotou todo e qualquer tipo de veículo, de motocicletas a caminhonetes de luxo. Usavam carros para constituir patrimônio e lavar dinheiro”, afirmou.
Durante a ação, foram apreendidos veículos de luxo, cinco quilos de cocaína, 600 comprimidos de ecstasy, uma arma de fogo, munições, maconha e uma grande quantia em dinheiro em espécie.
Quadrilha usava jammers e falsificava documentos
O grupo atuava em várias etapas do crime, segundo o delegado.
“Era uma cadeia complexa. Começava com o roubo, depois vinham a clonagem e a falsificação dos documentos. Em seguida, os veículos eram vendidos a terceiros ou passavam por lavagem de capitais”, disse.
Para impedir o rastreamento, os criminosos usavam jammers, aparelhos que bloqueiam sinais de GPS.
“Eles usavam esses equipamentos para driblar rastreadores de seguradoras e da polícia”, explicou Ugalde.
Venda para terceiros e uso de ‘laranjas’
Os veículos eram repassados para receptadores ou registrados em nome de ‘laranjas’, o que dificultava a identificação.
“Eles tinham estrutura empresarial. Roubavam, clonavam, falsificavam e vendiam. Era tudo organizado”, destacou o delegado.
A rota criminosa se iniciava em Pernambuco e terminava no Pará, onde os carros também eram usados em crimes como tráfico e garimpo ilegal. Foi essa conexão que deu nome à operação: Caminho do Norte.
Investigação segue com nova fase
A Polícia Civil informou que esta foi apenas uma etapa da investigação, iniciada em março de 2023.
“Temos 30 dias para concluir essa fase. Mas a investigação continua. A quantidade de dados obtida é relevante”, disse o delegado.
A maioria dos alvos presos é da Mata Norte de Pernambuco.
“Eles eram os responsáveis por receber os veículos e adulterar os documentos. Agiam como a base do esquema”, completou Ugalde.
Apoio interestadual e inteligência financeira
A operação foi coordenada pela Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos, vinculada à Diretoria Integrada Especializada (Diresp). Teve apoio da Diretoria de Inteligência da PCPE (Dintel), do Laboratório de Tecnologia contra Lavagem de Dinheiro (LAB/LD), do Grupamento Tático Aéreo da SDS e da Polícia Civil do Pará.
As cidades pernambucanas onde houve ação foram: Recife, Paulista, Camaragibe, Abreu e Lima, Condado, Araçoiaba, Buenos Aires, Surubim, Bom Jardim e Limoeiro. No Pará, a operação foi realizada em Itaituba e Novo Progresso.
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