Santa perde no Batistão e precisa vencer na Arena para seguir na Série D
Gipão vence por 2 a 1 e joga pelo empate no Recife; Cobra Coral precisa vencer por dois gols ou levar a decisão aos pênaltis
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Na abertura do mata-mata da Série D, o Santa Cruz saiu atrás na disputa pela classificação ao perder por 2 a 1 para o Sergipe, neste domingo (3), na Arena Batistão, em Aracaju. Com o resultado, o Gipão — apelido carinhoso do alvirrubro sergipano — leva a vantagem do empate para o jogo da volta. Já o Tricolor do Arruda precisará vencer por dois gols de diferença para avançar ou por um para levar a decisão aos pênaltis.
A partida, marcada por momentos de intensidade, pressão e equilíbrio, teve gols de Matheus Sacramento e Rikelme para o time da casa, enquanto Geovany descontou para o Santa.
Gipão começa em alta rotação
Logo aos 6 minutos de jogo, o Sergipe abriu o placar. Mauro recebeu no meio-campo e lançou Matheus Sacramento pela direita. Ele avançou com liberdade e finalizou cruzado, rasteiro. O goleiro Rokenedy falhou, e a bola morreu no fundo da rede. A partir daí, o Gipão impôs forte pressão nos primeiros 20 minutos: marcou alto, dificultou a saída de bola do Santa e cometeu sete faltas até os 23 minutos.
Com marcação intensa e boa ocupação de espaço, o time alvirrubro travou o ataque tricolor e obrigou o Santa a recuar. Aos 23, Sacramento foi advertido com cartão amarelo por atrapalhar a reposição de bola do goleiro. Logo depois, em jogada ensaiada de escanteio de Rokenedy.
Santa reage e empata com jogada trabalhada
Após momentos de sufoco, o Santa começou a equilibrar o jogo. Aos 28, Nathan arrancou pela esquerda e conquistou escanteio. Na cobrança ensaiada, William Júnior rolou para Geovany na entrada da área, que chutou de primeira, rasteiro, no meio do bolo de defensores, empatando a partida: 1 a 1.
O Sergipe recuou e ficou com até oito jogadores na área. Mesmo assim, o time da casa ainda assustou em contra-ataque aos 35 minutos, quando Rokenedy espalmou chute de Felipe Pará e, na sequência, dividida entre Nathan e Rikelme gerou pedido de pênalti negado pelo árbitro Márcio Santos de Oliveira.
O clima esquentou e os dois técnicos — Dico Woolley, do Sergipe, e Marcelo Cabo, do Santa — foram advertidos com cartão amarelo após discussão na área técnica. Antes do intervalo, Sacramento ainda quase marcou em novo chute de fora da área.
Rikelme marca no início do segundo tempo
Assim como na primeira etapa, o Sergipe voltou com força total. Logo no primeiro minuto, Felipe Pará cruzou da esquerda, e Rikelme, sozinho, subiu no “terceiro andar” para cabecear firme: 2 a 1. Novamente, o sistema defensivo coral deu espaço, e o meio-campo tricolor não conseguiu conter a criação sergipana.
O Santa tentou responder com chute de William Júnior, mas o goleiro Alan Alves fez grande defesa. O jogo seguiu com domínio territorial do Sergipe, que trocava passes com facilidade, especialmente pela esquerda. A torcida animada embalava a equipe, com charanga, lanternas de celular e gritos no Batistão.
Substituições e chances desperdiçadas
Com Nathan fora por desgaste físico, o Santa perdeu seu melhor nome do primeiro tempo. Marcelo Cabo promoveu diversas mudanças, como as entradas de Lucas Bessa, João Pedro, Adailson e Pedro Henrique. Galhardo teve atuação apagada e ainda protagonizou discussão com Júnior Sergipano, que rendeu cartão amarelo para ambos.
Aos 33 minutos, veio a melhor chance do Santa no segundo tempo. Gabriel chutou forte de fora da área, Alan Alves deu rebote e Adailson finalizou na sequência. O goleiro do Gipão brilhou novamente, mantendo o placar.
O técnico Dico também mexeu no Sergipe, promovendo a saída de nomes importantes como Sacramento e Rikelme. O time sergipano administrou a vantagem, controlando o jogo e apostando em contra-ataques. Já a Cobra Coral insistia, mas sem organização.

Falhas de marcação e de assistência prejudicaram a Cobra Coral
O Sergipe se destacou nos dois tempos pela intensidade ofensiva, pelas jogadas bem trabalhadas pelas pontas e pela consistência tática. A equipe abriu o placar cedo nas duas etapas, aproveitando falhas de marcação e a liberdade no meio de campo para infiltrações e finalizações — com destaque para a atuação de Matheus Sacramento e Rikelme.
Também soube se reorganizar defensivamente quando precisou recuar, travando as principais tentativas de criação do Santa. Já o Tricolor do Arruda teve dificuldade para marcar as transições rápidas do adversário, falhou na proteção à entrada da área e viu o rendimento cair após a saída de Natan, seu jogador mais dinâmico. Apesar de encontrar bons momentos no jogo, especialmente após o empate, o Santa mostrou lentidão nas recomposições, pouca agressividade no último terço e perdeu fôlego nos minutos finais.
Próximo confronto
O reencontro está marcado para o próximo domingo (10), na Arena, em São Lourenço da Mata, por questões de falta de segurança no Arrauda. O Santa Cruz contará com o apoio da torcida para tentar reverter o placar e seguir na Série D. Já o Sergipe, conhecido como “Os Diabos Rubros” e “Derrubador de Campeões”, tenta repetir a dose e manter viva a campanha.
FICHA DO JOGO
Sergipe 2
Alan Alves, Ronaldo Santos, Mateus Henrique, Júnior Sergipano, PH, Pedro Santos, Rickelme (Eduardo Guedes), Iago Pereira, Felipe Pará (Erickson), Mauro (Tinga) e Matheus Sacramento (Ryan). Técnico: Dico Woolley
Santa Cruz 1
Rokenedy; Yuri Ferraz, Eurico Lima, Matheus Vinícius, Nathan (Vinícius Silva), Gabriel Galhardo, Wagner Balotelli, Willian Júnior (Pedro Henrique), Geovany (Lucas Bessa), Thiaguinho (João Pedro) e Thiago Galhardo (Adailson). Técnico: Marcelo Cabo
Local: Arena Batistão, em Aracaju
Árbitro: Marcio dos Santos Oliveira (AL)
Assistentes: Esdras Mariano de Lima Albuquerque (AL) e Fernanda Felix da Silva
Gols: Matheus Sacramento, Rickelme (Sergipe) e Geovany (Santa Cruz)
Cartões Amarelos: Matheus Sacramento, Dico Woolley, Tinga, Júnior Sergipano, Ronaldo Santos (Sergipe), Marcelo Cabo, Yuri Ferraz, Thiago Galhardo (Santa Cruz)
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