Saúde admite aumento de casos em Pernambuco, mas descarta epidemia
Pessoas na faixa etária dos 20 aos 29 anos têm sido as mais afetadas pelas arboviroses
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O Boletim Epidemiológico das Arboviroses, publicado pela Secretaria-Executiva de Vigilância em Saúde e Atenção Primária do Estado, revela um novo crescimento da dengue em Pernambuco.
O documento, que analisa o período de 31 de dezembro de 2023 a 10 de fevereiro de 2024, aponta para 1.208 casos de pessoas com suspeitas da doença - 146 confirmações do total - e seis mortes em investigação.
Em Pernambuco, as faixas etárias mais atingidas são de 0 a 4 anos e de 20 a 49, com destaque para a faixa dos 20 aos 29 anos. É a quinta semana seguida acima da linha superior do diagrama de controle, que analisa os últimos 10 anos da doença, excluindo os anos epidêmicos.
“Este desempenho, apesar de colocar o Estado em vigilância para o crescimento dos indicadores, ainda não deixa Pernambuco próximo de uma situação de emergência Secretaria-Executiva de Vigilância em Saúde e Atenção Primária do Estado,
A incidência geral de 13,3 casos prováveis/100.000 habitantes está distante do referencial do Ministério da Saúde (MS) para uma alta incidência, quando se ultrapassa o patamar de 300 casos/100.000 habitantes.
Assim, para evitar o aumento da incidência, a SES-PE lançou em novembro de 2023, o Plano de Enfrentamento das Arboviroses para 2024, na intenção de se preparar de forma antecipada ao panorama que se anunciava de alta transmissão no País neste ano.
Municípios com média incidência
O boletim aponta ainda que o Estado conta com os primeiros municípios considerados de média incidência, isto é, quando se encontram com indicadores entre 100 e 300 casos/100.000 habitantes. Fernando de Noronha, Araçoiaba, Gravatá e Belém do São Francisco já se encontram dentro deste patamar.
O número de casos prováveis (casos confirmados + casos em investigação) até a SE 06 é 113,4% superior ao mesmo período de 2023, quando a incidência foi consideravelmente baixa.
Os casos prováveis são os notificados subtraídos daqueles que já foram descartados. Até o momento, 146 casos foram confirmados para dengue em Pernambuco, sendo 4 (quatro) casos graves notificados.
Neste mesmo período, seis óbitos foram notificados para as arboviroses, mas todos se encontram em investigação, uma vez que os sintomas são passíveis de serem confundidos com um conjunto considerável de outras doenças. Após a investigação, todos os óbitos são discutidos em comitê para confirmar ou descartar os registros.
Chikungunya e Zica
O Chikungunya, com 354 casos prováveis, encontra-se com 3,9 casos / 100.00 habitantes e aumento de 23,8% em relação ao mesmo período do ano passado. A doença não ultrapassou o limite superior do diagrama de controle e não se encontra em situação epidêmica. O risco de morte pela doença permanece por até após início da infecção.
Até o momento, são 28 casos confirmados pelo Chikungunya. O zika não apresenta circulação há alguns anos no estado. Contudo, este ano, são 19 casos prováveis, sem nenhuma confirmação, apesar do aumento de 137,5% em relação ao ano de 2023.
O primeiro do País a lançar Plano de Enfrentamento para as Arboviroses
De acordo com o governo do estado, Pernambuco foi o primeiro no País a lançar seu Plano de Enfrentamento para as Arboviroses 2024, em novembro de 2023. O Plano orienta as ações do estado e dos municípios, estabelecendo fases e acionamento dos diversos pontos da rede de saúde em função do perfil epidemiológico e da ocupação da rede de saúde.
No mês de janeiro, prevenindo a possibilidade de um período epidêmico, a Diretoria Geral de Vigilância Ambiental e Saúde do Trabalhador (DGVAST) iniciou o monitoramento dos pontos de intervenção, como Laboratório Central, Coordenação de UPAS e Grandes Hospitais, além da Atenção Primária.
As Gerências Regionais de Saúde também foram acionadas para atualizar quanto às fases do Plano de Enfrentamento das Arboviroses, no sentido de acionarem os municípios sob suas responsabilidades, sobretudo quanto a ações preventivas e preparação de suas redes de saúde.
PREVENÇÃO - A Secretaria-Executiva de Vigilância em Saúde e Atenção Primária do Estado reforça a necessidade de medidas no sentido de amenizar a transmissão do vírus. Por isso, é importante a parceria da população na eliminação dos focos do Aedes Aegypti. Pernambuco ainda não está na lista dos estados prioritários para receber a vacina da dengue.
Entre as ações a serem adotadas e que precisam ser constantemente revisitadas estão: receber os agentes de combate a endemias, não juntar entulhos que possam promover o acúmulo de água; realizar a limpeza de vasos, calhas e outros focos em potencial.
SINTOMAS - Em caso de sintomas como febre, manchas na pele, dor nos olhos, conjuntivite, dor no corpo e nas articulações, dores de cabeça ou outra manifestação, é necessário a busca por atendimento médico. O diagnóstico precoce é fundamental para evitar o agravamento da doença ou um possível óbito.
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