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Cidades

ONG defende travestis, trans e não-binários no Novembro Azul

Ausência desses grupos nas campanhas tradicionais intensifica riscos associados a diagnósticos tardios, diz Instituto Boa Vista


Imagem ilustrativa da imagem ONG defende travestis, trans e não-binários no Novembro Azul
Instituto Boa Vista lançou campanha contra a exclusão de mulheres trans, travestis e pessoas não-binárias das campanhas como o Novembro Azul |  Foto: Divulgação/IBV

O Instituto Boa Vista, ONG recifense que lida com questões do público LGBTQIA+, lançou uma campanha destacando o que eles chamam de exclusão persistente de mulheres trans, travestis e pessoas não-binárias nas tradicionais ações de conscientização contra o câncer de próstata, como o Novembro Azul.

O diretor do IBV e sociólogo, Acioli Neto, ressaltou a urgência de reconhecer essa exclusão, afirmando que "num cenário onde a campanha completa quase duas décadas, é lamentável que a abordagem permaneça estagnada, negligenciando aproximadamente 4 milhões de brasileiros."

A falha em considerar a dimensão de gênero na campanha Novembro Azul, segundo Acioli Neto, é evidente, ignorando aqueles que, independentemente de sua identidade de gênero, também enfrentam os desafios associados à próstata. “Existe uma enorme negligência em relação à saúde de pessoas travestis e mulheres trans”. Ele destaca que "a importância do acompanhamento médico para mulheres trans, travestis e pessoas não-binárias se destaca como uma necessidade vital para aumentar suas chances de cura."

PESQUISA

Um estudo realizado este ano pela ONG pernambucana Gestos – Soropositividade, Comunicação e Gênero, com 36 travestis e mulheres trans com mais de 50 anos, residentes em todas as seis Regiões Político-Administrativas (RPAs) do Recife, revelou as difíceis condições de vida enfrentadas por este grupo social.” É absurdo que ainda haja essa negligência na prevenção, especialmente em um país com um programa de combate à AIDS considerado um dos melhores do mundo, pelo menos foi em algum momento. Além disso, observa-se uma lacuna na abordagem da prevenção do câncer de próstata, pois em nenhuma campanha é destacada a necessidade de travestis e mulheres trans realizarem o exame de toque, considerando que também têm próstata”, enfatizou.

Acioli Neto aponta para a manifestação da invisibilidade não apenas na falta de representação, mas também na simbologia da campanha, como o emblemático bigode que exclui categoricamente mulheres trans, travestis e pessoas não-binárias. Ele afirma que "essa exclusão não é um fenômeno isolado, estendendo-se também ao Outubro Rosa, que focaliza exclusivamente a prevenção do câncer de mama em mulheres cisgêneras, deixando de lado homens trans, travestis e pessoas não-binárias, que também estão vulneráveis à doença."

Ao analisar os dados oficiais, Acioli Neto destaca a clara negligência de gênero, com estatísticas concentradas em homens cisgêneros. Ele expressa sua preocupação, indicando que "os 16.055 óbitos relacionados ao câncer de próstata em 2021 oferecem uma visão angustiante da lacuna na abordagem, sublinhando a urgência de reconhecer a diversidade de corpos." A ausência desses grupos nas campanhas tradicionais, segundo ele, intensifica os riscos associados a diagnósticos tardios.

BARREIRAS

O diretor do IBV enfatiza que a atenção à saúde desses grupos é comprometida por barreiras complexas, desde a falta de acolhimento às especificidades de identidade de gênero até questões práticas, como horários de atendimento. O sociólogo ainda destaca que "compreender o contexto social dessas populações marginalizadas é crucial." Ele ressalta que "a vida dessas pessoas muitas vezes é entrelaçada com a exploração sexual de seus corpos, o que destaca a necessidade urgente de abordar não apenas as ISTs, mas também questões mais amplas de saúde."

Em conclusão, Acioli Neto destaca a importância de questionar por que as campanhas de prevenção do câncer de próstata ainda não conseguiram romper as barreiras da exclusão. Ele afirma que "a inclusão destes grupos não é apenas uma questão de representatividade, mas uma medida vital para garantir que ninguém seja deixado para trás na luta contra o câncer." Ele conclui afirmando que "o Novembro Azul precisa evoluir, reconhecendo que a prevenção deve abraçar a diversidade de todas as pessoas que compartilham a jornada da saúde."

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