IBGE: 1 em cada 4 pernambucanos com mais de 10 anos é evangélico

O aumento de quase 5 pontos percentuais ocorre em paralelo a uma queda significativa do catolicismo, que passou de 65,95% para 58,82% no mesmo período |  Foto: Divulgação

O catolicismo ainda lidera, mas os evangélicos estão encurtando a distância. Pernambuco viu a proporção de evangélicos crescer de 20,34% em 2010 para 25,18% em 2022, segundo dados divulgados esta semana no Censo Demográfico divulgados pelo IBGE.

O aumento é de 4,8 pontos percentuais, quase 5, porém ainda um pouco menor que a média do Brasil, que cresceu 5.2 pontos percentuais (26,9% da população).

A mudança ocorreu em paralelo a uma queda significativa do catolicismo no estado, que passou de 65,95% para 58,82% no mesmo período.

Os dados do Censo consideram apenas a população com 10 anos ou mais de idade, faixa etária a partir da qual a pergunta sobre religião foi aplicada.

NÚMEROS ABSOLUTOS

Em números absolutos, os evangélicos passaram de 1,7 milhão para quase 2 milhões de pessoas no estado. Já os católicos caíram de 5,8 milhões para 4,5 milhões entre a população de 10 anos ou mais.

Já os católicos caíram de 5,8 milhões para 4,5 milhões entre a população de 10 anos ou mais.

“Em 150 anos de recenseamento de religião, muita coisa mudou no país e na sociedade como um todo”, comenta a analista responsável pelo tema, Maria Goreth Santos, referindo-se ao primeiro Censo.

“Em 1872, o recenseador deveria assinalar cada pessoa como ‘cathólico’ ou ‘acathólico’, conforme grafia da época; não havia outra opção de religiosidade”, explica Maria Goreth. “Além disso, a população escravizada era toda contada como católica, seguindo a declaração do senhor da casa”.

Ainda segundo a analista, as informações sobre religião no Brasil contemplam variados grupos e subgrupos. “As transformações sociais têm resultado em modificações na metodologia do Censo ao longo de todas essas décadas. Códigos, banco descritor, estrutura classificatória e incorporação de novas declarações religiosas foram sendo necessários para retratar a diversidade religiosa no Brasil da forma mais fidedigna possível”, afirma Maria Goreth.

SEM RELIGIÃO 

A proporção de pessoas que se declaram sem religião se manteve praticamente estável em Pernambuco: eram 10,40% em 2010 e passaram para 10,39% em 2022.

A pesquisa também registrou aumento nas religiões de matriz africana — como umbanda e candomblé — que, embora ainda representem uma parcela pequena, cresceram de 0,12% para 0,46%.

PRETOS SÃO MAIORIA ENTRE OS EVANGÉLICOS

O estudo também apontou diferenças entre os sexos e as raças. Entre as mulheres, a adesão à fé evangélica foi maior: 27,9%, contra 22,14% dos homens.

Já entre as pessoas autodeclaradas pretas, os evangélicos chegaram a 28,44%. O catolicismo, por sua vez, segue predominante entre todas as faixas etárias e grupos raciais, com maior concentração entre os indígenas (71,01%).

Apesar da liderança nacional do catolicismo, a tendência de queda é observada em todo o país.

Em Pernambuco, o novo retrato confirma um movimento de mudança no mapa religioso, com crescimento consistente dos evangélicos ao longo das últimas décadas.

Os dados fazem parte dos resultados preliminares do Censo 2022 – Religiões, divulgados em evento no Rio de Janeiro, com transmissão ao vivo pelo IBGE Digital.

A análise considera a população com 10 anos ou mais de idade e inclui recortes por sexo, faixa etária, cor ou raça e escolaridade.

Veja os dados completos divulgados pelo IBGE em PDF abaixo