Casa-Museu Magdalena e Gilberto Freyre recebe projeto de acessibilidade
Casa onde morou Gilberto Freyre recebe intervenção para facilitar a visitação de pessoas com deficiência visual e auditiva
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Visitar a Casa-Museu Magdalena e Gilberto Freyre já é um programa tradicional na agenda do recifense e dos turistas que visitam a cidade. A antiga Vivenda Santo Antônio de Apipucos reúne um conjunto curioso e diversificado de objetos colecionados ao longo de anos pela família Freyre. A casa foi o local em que o escritor e sociólogo Gilberto Freyre morou por mais de 40 anos e encontra-se aberta à visitação pública desde o início dos anos 1990.
Em 2024, pela primeira vez, a instituição recebeu uma intervenção para a implantação de recursos que viabilizam a acessibilidade comunicacional para pessoas com deficiência visual e auditiva durante a visitação ao local. O projeto é uma realização da produtora Arkhé Cultural com o incentivo do Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (Funcultura-PE) e utiliza a Língua Brasileira de Sinais (Libras) e a audiodescrição como ferramentas para tornar acessível o circuito de visitação pela casa-museu. Os recursos já foram implantados e estão disponíveis ao público desde janeiro deste ano.
“O projeto é um primeiro passo para que possamos democratizar o acesso ao bem cultural e ao acervo da casa onde morou Gilberto Freyre, que reúne não apenas objetos que compartilham da sua vida e obra, mas que contam a história do povo brasileiro do seu tempo”, relata o produtor executivo responsável pelo projeto, Francisco Pereira.
ACESSIBILIDADE
A casa foi toda preservada com a disposição de móveis e objetos tais como eram na época em que Freyre ali viveu. Os visitantes com deficiência visual ou auditiva receberão um catálogo com QR-codes que os encaminharão para os conteúdos desenvolvidos especialmente para o projeto e contemplarão os 13 cômodos da casa, além do entorno e do Memorial Gilberto Freyre. Para as pessoas surdas ou ensurdecidas, o catálogo disponibilizará acesso a vídeos com toda a mediação da visita interpretada em Libras.
Já para as pessoas cegas ou com baixa visão, haverá a audiodescrição dos ambientes que consiste numa técnica de acessibilidade que traduz imagens em palavras, permitindo que as pessoas com esse tipo de deficiência possam compreender conteúdos audiovisuais.
Este grupo acompanhará a mediação da equipe do educativo da Fundação Gilberto Freyre (FGF), mas terá a oportunidade de conhecer em detalhes os objetos que são destacados durante a visitação como é o caso da edição rara do livro Os Lusíadas, de Luís de Camões, um presente do governo português a Gilberto Freyre. Também haverá audiodescrição para peças como o Prêmio Jabuti recebido pelo escritor, a coleção de bengalas, os azulejos portugueses da sala de estar, a boneca gueixa no quarto do casal – presente da Embaixada do Japão por ocasião de seu noivado – ou ainda os desenhos do artista plástico Antônio Carlos Montenegro, nos painéis que compõem o Memorial.
O trabalho de desenvolvimento dos recursos foi todo conduzido por uma equipe especializada coordenada pelo produtor executivo Francisco Pereira e contou com o consultor em acessibilidade Artur Mendonça, o intérprete de Libras Marcos Ribeiro, a audiodescritora Marina Simões, a locutora Izabeli Matos e o consultor em audiodescrição (AD), José Edson da Silva (In Memoriam), a quem o projeto é dedicado e homenageia pela importante contribuição.
A diretora executiva da FGF, Jamille Barbosa, acredita que estes recursos de acessibilidade significam um importante passo para aproximar a sociedade como um todo da instituição. “O público que vamos alcançar a partir desta iniciativa também precisa ter acesso a atividades culturais. Nosso compromisso é ir em busca de parcerias que viabilizem novas ações deste tipo. Queremos ser uma casa acessível a todos”, compartilha.
O horário de visitação à Casa-Museu Magdalena e Gilberto Freyre é de segunda a sexta-feira, das 9h às 16h30, com visitas iniciando a cada meia hora. Os ingressos custam R$20 (inteira) e R$10 (meia-entrada). É possível realizar agendamentos para grupos através do telefone (81) 3441-1733 ou 3348.
Sobre a Arkhé Cultural
A Arkhé Cultural é uma produtora que atua na realização de cursos e projetos desde 2017, em Pernambuco. Já realizou formações nas áreas de mediação cultural, acessibilidade e patrimônio em diversas cidades pernambucanas como Recife, Nazaré da Mata, Goiana, Caruaru, Garanhuns, Palmares, Arcoverde e Triunfo. Cerca de 200 profissionais das áreas de educação, produção cultural e patrimônio já realizaram os cursos e instituições como a Academia Pernambucana de Letras (APL) e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan-PE) já foram beneficiadas por seus projetos.
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